As coisas só vão ficar bem quando eu ter minha amiga de volta, e meu namorado também.
#ClichéTheory
Mesmo tendo passado dezesseis dias desde dia em que fui atingida novamente pelo clichê adolescente - sim, eu contei -, ainda dói de uma forma indescritível. E eu tenho agido como se nada tivesse acontecido, como se nada me atingisse - sou boa nisso, muito tempo de prática -, assim, eu assumi a posse de marrenta novamente para não deixar transparecer que estou sofrendo por dentro; quando na verdade estou destruída, em pedaços. Mas por trás da minha recém adquirida posse de quem não se importa, ninguém sabe que choro escondido todas as noites pensando naquele aniversário fracassado. E que sufoco os gritos no travesseiro. Ou que choro ouvindo Arctic Monkeys pensando em Noah. Esse último eu não me orgulho muito, porque o garoto simplesmente me deletou da sua vida da noite para o dia, me fazendo duvidar que o que tivemos foi significativo.
Já Sofya, vem cumprindo com sua promessa, tanto que me bloqueio das suas redes sociais como se estivesse me bloqueando da sua vida. Não a julgo. Não mais. Eu só quero que ela me escute, tenho tanta coisa para falar, para explicar. E é justamente por isso, que resolvi ir na aula, mesmo meu subconsciente dizendo que era para mim ficar deitada na minha cama. Mas eu preciso falar com a garota, pessoalmente.
Como minha vida chegou nesse ponto, Deus?
Encosto a cabeça no banco do passageiro do sedan prata da minha mãe, que decidiu me levar para o Colégio, com a justificativa de estar indo resolver os assuntos de Joalin. E eu não tive escolha a não ser entrar no carro e colocar o fone no ouvindo, mesmo sem tocar música alguma, só para evitar que Helena tente conversar comigo. Me levando para o Santa Amélia, minha mãe me poupou de encarar Noah do ponto de ônibus, por mais que eu queira falar com ele, eu estou sem coragem para encará-lo.
- Vamos conversar - minha mãe fala, cortando o silêncio. - E nada de: "não tenho nada para falar" - acrescenta ao me ver prestes a protestar. Tiro o fone mesmo contrariada e a encaro.
- Odeio quando você quer dar uma de mãezona.
- E eu odeio quando você dá uma de rebelde. Estamos kits. - desde quando ela usa ironia? - Sina, você chegou em casa muito estranha naquele dia. Você não falou, eu respeitei, dei seu tempo. Mas já chega! Esse seu silêncio está me preocupando. Eu sei que você é forte, mas é bom surtar de vez em quando. - faço uma careta. - Então, me fala, qual o problema? É o com seu namorado?
- Não tem mais namorado. - suspiro, encarando o tempo nublado. Agosto começou cinza, talvez refletindo o meu estado interior. - A Sofya gosta dele, e eu sabia disso. Mas quando eu me envolvi com Noah, eu não sabia que era o mesmo Noah que a Sofya gostava. Dá para entender? - ela assenti. - E quando eu descobri, eu não falei para a Sofya. Acho que fui egoísta.
- Pelo amor de Deus, Sina, egoísta? Que culpa você tem, de ter se apaixonado?
- Mas é tipo uma lei, um mandamento. "Não se apaixonarás pelo boy da amiga".
- Que lei idiota é essa, que consegue mandar no coração?
- É tipo uma lei universal das garotas.
- Isso é balela. - reviro os olhos. - A gente não escolhe por quem se apaixona, não. Você tem que sentar e conversar com a Sofya sobre os seus sentimentos, sei que não deve ser fácil pra ela, mas se ela realmente ama o Noah, ela vai ficar feliz se ele tiver feliz. E outra, tudo é uma questão de tempo.
Nosso momento maternal é interrompido pelo barulho de notificação do meu celular. É um número desconhecido, mas sua foto de perfil acaba com o mistério. Pierre:
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stay with me - adaptation noart | ✓
Fanfiction+ noart ||.❝ é assustador como uma pessoa pode fazer você nunca mais confiar em ninguém.❞ Sina Deinert tem uma teoria. Ela acredita que todos os adolescentes estão destinados - pelo menos uma vez na vida - a ter uma cena clichê. Desde uma típica cen...