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¤ epílogo. ¤

Também senti sua falta, Sininho.

#ClichéTheory

Talvez toda garota adolescente já tenha vivido ou um dia viverá uma cena típica de filme clichê, - se você estiver na adolescência se prepare, acho que ninguém está imune a esse fato.

Você pode receber mensagens de um número desconhecido; viver um amor platônico pelo vizinho gato; ter uma paixonite pelo seu professor do cursinho; se apaixonar pelo seu melhor amigo, ou se encantar pelo maior pegador bad boy da escola.

O meu clichê não demorou muito para acontecer.

Eu acreditava que minha vida já era um clichê pronto de roteiro de livro adolescente ruim. Que o fato de ser a filha que não devia ter nascido; a garota cuja a melhor amiga era a mais popular do colégio, e eu ter namorarado o cara que, adivinham, também era o garoto popular, mas não só isso como também o "atleta queridinho ex pegador, que virou santo quando conheceu a nerd que não tem nada de nerd", já fosse o sufieciente. Mas nãããoo, o destino não se contentou apenas com aquele clichê, ele queria algo grande e marcante. Foi aí que meu grande clichê aconteceu - e eu achei que ser traída pela minha melhor amiga, e pega-lá com meu namorado na festinha do colégio, já fosse suficiente -, mas eu estava errada, de novo. O meu grande clichê - o de verdade -, me atingiu quando eu achei que nada muito de grandioso pudesse acontecer novamente: Eu me apaixonei pelo crush da minha melhor amiga. É, eu sei. Muito clichê.

Caraca, eu só queria terminar meu ensino médio em paz e não pegar recuperação em química. Bom, o de passar sem recuperação em química eu consegui com sucesso, agora a parte de não me envolver em nenhum clichê... Bom, essa fica para a próxima encarnação já que o universo me fez esse favor, sem dó, nem piedade nessa vida mesmo.

Não que eu esteja reclamando, já que me apaixonar por Noah foi a coisa mais linda da minha curta vidinha de dezoito anos, claro que também teve a parte negativa da história onde eu perdi minha melhor amiga por causa de um garoto.

Mas esse tempo que fiquei longe de Belo Campo - a cidade onde o clichê bate a sua porta -, me fez ver que tudo aconteceu por um motivo. Talvez para me fazer crescer e ver tudo de uma forma diferente além do clichê, ou fazer ela crescer. Sofya precisa de um tempo dela, de um tempo com ela.

Bom, acho que essa é a parte onde devo contar o que aconteceu com o resto do pessoal, né?

Bom, vamos começar pela Joalin - eu sei que você revirou os olhos, não te culpo -, a garota foi morar com Murilo, seu pai recém separado que resolveu ser o pai do ano, e por isso decidiu que seria uma boa ideia chamar a filha para morar com ele e a nova esposa em um dos condomínios de luxo da cidade; bom parece que a Abelha Rainha está de volta no trono. A vinda de Maria Gabrielly - sua filha, aquela coisinha fofa de bochechas rosadas - não impediu da garota de prestar vestibular e passar em Pedagogia na UFBC, curso no qual ela decidiu cursar após o serviço comunitário que ela prestou como forma de punição pelo roubo da Santa Amélia.

Gabriel Almeida, ficou internado por um bom tempo em uma clínica de reabilitação para depentendes químicos, para tratar de seu problema com a cocaína, o que o atrasou sua vida acadêmica. Se essa notícia não fosse chocante o suficiente, se preparem para essa então: ele se assumiu gay assim que Maria Gabrielly nasceu, quando familiares próximos de Joalin disseram que o melhor para a criança seria ter seus pais juntos.

Soube pelo Josh, que Jace foi para Alto Mar - uma cidade litorânea do Espírito Santo -, e sua vida lá é um pequeno mistério.

De Sofya Platnikova, não tenho muitas notícias nesses dois meses que voltei, pelo pouco que eu sei, ela não entrou em nenhuma faculdade, nem realizou seu sonho de entrar para a Orquestra Mineira; está sendo babá da filha da minha vizinha, e anda frequentando mais que o normal o Aroma de Minas. Tanto, que a encontrei mais de uma vez no café, e nossos encontros foram bem constrangedores por sinal...