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¤ capítulo 29.

Eu, você e os nossos clichês contra o mundo.

#ClichéTheory

De acordo com minha mais nova e recente teoria - ou só um complemento do meu grande teorema - quando duas pessoas clichês se apaixonam, a probabilidade de surgir um outro clichê na vida delas é enorme, seja para atrapalhar ou simplesmente uni-los mais.

Clichês são como imãs. Eles se atraem. Quanto mais você se envolve com clichês, mais os clichês vão te envolver. É um ciclo.

E pelo fato do Noah ser crush de quem não deveria ser, e eu ser esse clichê ambulante, as probabilidades de um clichê nível hard, surgir e atrapalhar minha relação com ele, é enorme.

E por mais que eu queria evitar um grande clichê aconteça, eu sei que vai chegar um dia em que tudo vai desmoronar e o pior de tudo é que eu tenho o fiozinho da destruição nas mãos e qualquer passo em falso... BOOM. Certo, isso soou dramático demais. Mas é nisso que penso enquanto ando de mãos dadas com Noah pela praça da cidade, torcendo para ninguém conhecido apareça - leia-se Sofya -, e nada de muito extraordinário e dramático aconteça.

Eu ainda estou meio tonta quando ele enfim me coloca no chão, por isso me apoio nele para não cair, o garoto passa um de seus braços pela minha cintura, me mantendo firme ao seu lado.

- Você já olhou as suas notas? - pergunta jogando o cabelo pra trás em um movimento bonitinho que só ele faz.

- Ainda não tive coragem de entrar no sistema e encarar as minhas notas.

- Sina, você é tão corajosa em certas horas, e outras tão...

- Covarde - completo.

- Não era isso que eu ia falar.

- Mas foi isso que pensou.

- Isso é uma DR?

- Me diz você.

Mas ele não diz nada, apenas sorri como se estivesse se divertindo com nossa pequena discussão sem sentido. Eu reviro os olhos e sinto ele me puxar pela cintura, me fazendo ficar de frente para ele e me dá um selinho demorado.

- Você foi a melhor coisa que me aconteceu nos últimos tempos. - sussurra ainda bem próximo e dessa forma sinto seu hálito quente no meu rosto.

Ouvir isso faz meu coração acelerar, mas ao mesmo tempo se apertar e meu estômago dá um nó. Porém, eu volto a sorrir e passo os meus braços em volta do seu pescoço, unindo nossos lábios novamente, o que não é uma tarefa muito difícil, já que temos quase a mesma altura.

- Você também foi a melhor coisa que me aconteceu nos últimos tempos. - digo, colando nossas testas. Sinto ele sorrir, sobre meus lábios. - Okay, eu vou olhar minhas notas. - falo cedendo, me separo dele e pego meu celular dentro do bolso do short colorido. Noah sorri.

Espero o sistema lento abrir e quando finalmente a página aparece, faço o login e procuro por uma matéria em específico: química.

- Meu deus! - exclamo, tampando a boca de forma teatral. - Tirei nove vírgula cinco. Aí! Eu não acredito. Meu deus!

Eu estou saltitando. Todo esforço valeu a pena. Ainda bem, se não eu ia botar fogo naquele Colégio. Brincadeirinha.

- Eu não falei que ia dar tudo certo. - ele sussurra me abraçando, e me beija logo em seguida.

A forma que sua língua se move lentamente dentro da minha boca, e de como aperta minha cintura, me faz esquecer completamente que estamos no meio de uma praça pública.