¤ capítulo 21.

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Temos que fazer umas loucuras de vez em quando para saber o que é estar vivo.

#ClichéTheory

Acho interessante contar como foi que eu e Gabriel Almeida começamos a namorar. Ele me pediu em namoro em fevereiro do segundo ano do ensino médio, no fim do segundo set do seu jogo de vôlei. Nada clichê.

Gabriel já era o atleta queridinho quando eu entrei no colégio, isso no primeiro ano do ensino médio. Mas ele ainda não era o popular, esse lugar era ocupado pelo seu irmão mais velho, Nathan Almeida, ou como eu gosto de chamar, Rei dos Cuzões.

Eu e Joalin começamos a estudar no São Severino no mesmo ano, e logo de cara, a Abelha Rainha tornou se a queridinha de todos, por seu jeito "carismático" e extrovertido de ser. E por ser dona daqueles cabelos loiros, a popularidade chegou rapidamente.

Enquanto eu, era a sua sombra. A "nerd" boa em designer, a sua cachorrinha; sua bonequinha; a marionete que ela manipulava. Foi pela sua "posição", seu status de menina popular, que eu consegui o cargo de designer oficial no jornal do colégio. Patético, não?

Mas deixando o estereótipo de lado. Foi a mim que Gabriel decidiu namorar, entre todas as garotas bonitas daquele colégio, foi a mim que ele escolheu ficar. Era eu que andava de mãos dadas com ele pelo corredor. Era eu que tinha um anel no dedo mostrando que eu era sua namorada. A escolhida.

Hoje pensando melhor, vejo que é meio possessivo e um pouco machista tudo aquilo.

Mas o que eu sabia e fiz questão de ignorar por pura carência, ou ignorância. Foi que ele olhou primeiro para a Joalin, porque todo mundo sempre olha primeiro para ela, sempre foi assim. E eu fui segunda opção - pensando bem eu sempre fui a segunda opção. Segunda opção até da minha própria mãe, mais isso fica para outra hora.

Passei quase um ano inteiro sendo somente a melhor amiga da popular. Sendo sua sombra. Fazendo tudo que ela queria, e uma delas foi ir a uma das milhares de festas que os Almeida's dão sempre que seus pais viajam, ou seja, quase toda semana. Isso no final de outubro.

Eu e Joalin fomos convidadas pessoalmente pelos os próprios anfitriões. E a loira queridinha do colégio insistiu para que eu fosse com ela - no insistiu eu quero dizer: chantagem emocional no qual eu sempre caí.

Na real, aquela festa estava um saco. Música ruim extremamente alta, gente chata e bebida, muita bebida. Nada de comida, nem uma mísera coxinha. Alguém me diz que festa não tem comida?

Ah sim, festa de adolescentes inconsequentes, aonde a maioria dos presentes eram adolescentes de quatorze anos, querendo mostrar para sociedade que não são mais crianças.

Eu circulava sozinha pela grande casa dos irmão babacas, porque Joalin havia encontrado um grupo de pessoas mais divertidas e populares do que a trouxa aqui. Quando um corpo cheio de músculo se chocou contra mim, derrubando um líquido azul na minha blusa branca - adivinhem quem era o infeliz? Sim, Gabriel.

Eu não consegui xingar, gritar ou simplesmente dar meia volta e ir embora, eu fiquei ali, parada na frente daquele garoto olhando minha blusa manchada. Enquanto ele me olhava com aqueles olhos castanhos, claramente assustado e como o rosto vermelho. Acho que foi ali que me apaixonei.

Qual é? Ele era só um garoto de quinze anos, totalmente o oposto do cara babaca que é hoje. Pelo menos era o que eu achava. Quando ele pediu a primeira desculpa, gaguejando, eu explodi.

Eu nem me importei que ele era o dono da festa e pudesse muito bem me expulsar. Falei coisas que nem me lembro mais. E ele ofereceu, todo atrapalhado uma blusa sua. O que eu aceitei de bom grado.

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