a coadjuvante que ninguém se importa.
#ClichéTheory
Se você procurar a palavra trouxa no dicionário, provavelmente você encontrará meu nome lá no finalzinho.
Sério, com tantos garotos para eu me apaixonar, tive que escolher um que nem sabe que eu existo. Certo, ele sabe que eu existo, mas não me nota como deveria. Meu sonho é que um dia ele veja como eu sou perfeita para ele e que fomos feitos um para o outro. Pelo menos esse era o sonho, isso antes de um dilúvio de informações inundar a minha vida.
Eu sou bem dramática quando quero. Certo, quando eu não quero também. Mas você há de concordar, que, pegar o garoto que você gosta, a sei lá uns dois anos, aos beijos com sua melhor amiga não é algo fácil de se engolir, né?
Certo, eu e o Noah não tínhamos nada. Ele nem sabia que eu gostava dele, mas ela sim. A Sina sempre soube, mas isso não a impediu de ficar com ele. E eu me sinto traída de alguma forma.
Eu e o Noah nos conhecemos desde dos onze anos, pelo fato dele ser o melhor amigo do meu irmão gêmeo. Estudar em escolas diferentes nos proporcionou amizades diferentes, graças aos céus - ou não.
Eu e Krystian sempre fomos unidos, porém, mesmo sendo gêmeos minha mãe sempre nos deixou livres para escolher, desconstruindo o clichê de que 'se são gêmeos vão ter tudo igual; fazer tudo igual'. Ela gosta de nos dar liberdade para fazermos escolhas particulares, Dona Marta acredita que isso ajuda na formação da nossa identidade; personalidade.
Noah Urrea entrou na minha vida no exato momento em que meu irmão resolveu entrar na Santiago, que é uma escola que ele se identifica, como método de ensino e essas coisas. E desde então o Noah não saiu da minha casa, e consequentemente dos meus pensamentos.
Eu estava por perto quando ele descobriu sua sexualidade; quando ele começou a tocar violino; quando seu irmão morreu; quando o babaca do Pierre partiu seu coração; quando ele se afogou na dor; quando ele se afastou de todos.
Eu vi e vivi de certa forma, cada momento importante da vida daquele garoto. Aí, ela aparece e em alguns meses eles estão se beijando no meio da praça. Isso é ridículo.
LARGA DE SER TROUXA E DESCRUSHA ESSE CARA, SOFYAAA!
Na verdade não é bem o meu subconsciente que grita, é Maia mesmo. Grita na mesma intensidade e altura dos seus gritos nos treinos quando erro um passo da coreografia. Antes esse tom me fazia arrepiar, mas agora, eu concordo com ela. Tanto no quesito esquecer Noah para sempre, quanto o fato de estar desatenta ao treino.
- Sofya do meu coração. Qual o problema?! - Maia grita de forma que até fecho os olhos - Você não acertou um passo desde o início.
Desde de que descobriram sobre a gravidez da Joalin, Maia Lira pegou o lugar da garota como capitã das Hot Female, e se Joalin parecia o demônio, Maia é o próprio Lúcifer obcecada com a perfeição.
- Foi mal, Maia. É que os acontecimentos do final de semana não sai da minha cabeça.
- É o lance da Sina, né? Argh, como essa garota me irrita. - ela revira os olhos - Okay. Meninas, dez minutos, certo?! - ela grita, anunciado o intervalo. - Me conta essa história direito, porque eu não entendi.
E eu repito a história digna de roteiro dos livros adolescentes que leio.
Argh! Como eu não percebi que a tal Sininho era a Sina, a garota que eu pensei que era minha melhor amiga? Ela sabia dos meus sentimentos pelo Noah, ela me consolou quando ele me rejeitou por causa dela.
- Uma baita talaricagem. - é o que ela diz quando acabo de contar tudo.
- Eu sei. E agora eu não faço a miníma ideia do que vou fazer.
- Eu sei. Dá uns tapas naquela idiota, talarica. - faço uma careta. - Você não está pensando em perdoar o que ela fez, né?
- Não sei ainda, mesmo eu estando muito enfurecida com ela no momento, ela é minha melhor amiga. - minha única amiga, tenho vontade de completar, mas me seguro porque não quero parecer mais idiota do que eu já estou aparentando.
Conheci a Sina no primeiro ano do ensino médio. Ela e Any foram as únicas da turma que vieram falar comigo. Eu já estava me sentindo insegura e perdida, porque eu nunca fui a garota de ter muitos amigos, tímida e sempre com a cara enfurnada em algum livro grosso demais para alguém do meu tamanho. Então quando aquelas duas garotas se aproximaram e depois me apresentaram a mais dois garotos bonitos demais para ser verdade, eu me senti a protagonista de um dos livros que eu lia, e me agarrei a eles. Mas percebi que eu era a coadjuvante que ninguém se importa.
- Ela foi uma filha da puta, Sofya. O que você tem que fazer agora, é se afastar dela e daqueles amiguinhos loser de filme americano que ela tem. É o melhor pra você. - não tento defender meus amigos, nem sei se posso continuar os chamando assim. Porque eles também sabiam sobre a Sina estar com o Noah e não me contaram nada, de alguma forma eles também me traíram. Mas estava na cara que eles iam ficar do lado da coitadinha da Sina; da garota ingênua que foi chifrada pela melhor amiga; daquela egoísta, não só por ter ficado claramente com o garoto que eu gostava, mas também porque ela nunca se importou com os sentimentos alheios, sempre concentrada no seu próprio clichê adolescente. Grande baboseira. - Mas olha, vou te arranjar novos crushs; um pra cada dia da semana. Você vai esquecer esse tal de Noah rapidinho. E agora, o lance de amiga e tal, você tem a mim. Vou ser sua melhor amiga topzeira.
E me abraça, eu sorrio. Talvez ela não seja tão maluca como eu pensei.
- Vamô rebolar essas rabas, meninas! - Maia grita, fazendo as garotas se unirem novamente no meio da quadra, e me reuno com elas. - Um, dois, três e...
Agora tudo vai mudar.
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E aí, gostaram?
twitter da sina: sinaacliche
twitter do noah: noaahbatmanquando forem citar a fanfic usem a hashtag #clichétheory no twitter para eu saber o que andam comentando sobre a ela, estarei de olho. Espero que não demore para nos encontrarmos novamente. Amo todos vocês!
com amor, julia. <3
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stay with me - adaptation noart | ✓
Fanfiction+ noart ||.❝ é assustador como uma pessoa pode fazer você nunca mais confiar em ninguém.❞ Sina Deinert tem uma teoria. Ela acredita que todos os adolescentes estão destinados - pelo menos uma vez na vida - a ter uma cena clichê. Desde uma típica cen...