¤ prólogo. ¤

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A teoria se concretiza.

#ClichéTheory

Talvez toda garota adolescente já tenha vivido ou um dia viverá uma cena típica de filme clichê, — se você estiver na adolescência se prepare, acho que ninguém está imune a esse fato.

Você pode receber mensagens de um número desconhecido; viver um amor platônico pelo vizinho gato; ter uma paixonite pelo seu professor; se apaixonar pelo seu melhor amigo; ou se encantar pelo maior pegador badboy da escola.

O meu clichê não demorou muito para acontecer, foi estilo chuva de verão. Por mais que você saiba que vai acontecer, você não fica sentando num banquinho esperando ela chegar.

Ela foi rápida e destruidora.

Talvez nem tão rápida assim, já que demorei quase um ano para descobrir. É, eu sei, sou trouxa.

Olha, para você entender o meu clichê, vamos ter que voltar naquele fatídico dia, há cinco meses na festa de comemoração do time de vôlei do colégio pela vitória do jogo.

Eu não cheguei a ir no jogo, pois estava com uma cólica horrível e mesmo tendo meu namorado como capitão do time, eu também não iria na tal comemoração.

Mas tendo uma prima como a minha, que adora uma festa e ainda mais se tiver comida de graça, me convenceu a ir até lá dar os parabéns a Gabriel.

— Não acredito que você me fez sair da minha cama confortável e quentinha, para vim nesse purgatório. — reclamei pela milésima vez, fazendo uma careta.

— É nesse purgatório que se encontra seu namorado, priminha. — disse ela soando sarcástica.

— Não é porque ele é meu namorado que eu tenho que ficar vinte quatro horas grudada nele.

— Eu sei. Mas você já viu aquele ser que você tem como namorado? E você realmente acredita naquela Barbie que você tem como melhor amiga? — Naquela época eu odiava a forma que ela se referia a Joalin, por isso lhe lancei um olhar de reprovação e Any levantou a mão em forma de rendição. — E para de reclamar, criatura.

— Ah, cala a boca. Não é você que parece que está com uma passista bêbada sambando no seu útero. — reclamei novamente, abraçando minha própria cintura e observei ela revirar os olhos.

No estacionamento já se podia ouvir a música horrível e a gritaria do lado de dentro da quadra da escola. Assim que adentrei o local, alguns olhares se direcionaram para mim. Por um instante me senti uma estrela de cinema. Olhei para o lado onde deveria estar Any, procurando respostas para todos estarem me olhando daquela forma, mas a garota já havia ido atacar as guloseimas disponibilizadas em uma mesa no canto da quadra.

— Ótimo. Sozinha nesse purgatório. — murmurei.

Decidi ir procurar Gabriel, o que foi uma atitude bem estúpida da minha parte. Mas a busca foi sem sucesso. O que eu achei foi um garoto — provavelmente muito bêbado — se esfregando em um cabo de vassoura.

— Ei, Deinert. Você deveria dar uma olhada lá atrás da quadra. — sugeriu uma garota ruiva, de uma maneira tão sonele, que eu preferi nem questionar.

É óbvio, eu fiquei curiosa.

Segui até a parte de trás da quadra no qual existia um pequeno campo de futebol, e não demorou muito para achar meu namorado, mas ele não estava sozinho.

Lá estava Gabriel e Joalin, em uma típica cena de filme pornô.

Meu coração pareceu se quebrar em centenas de pedaços, o nó na garganta que se formou parecia que iria me sufocar. Meu estômago revirou e me veio uma vontade imensa de vomitar.

stay with me - adaptation noart | ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora