¤ capítulo 20.

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Eu vou parar de matar aula. Juro que vou.

#ClichéTheory

O dia anterior foi ainda mais insuportável do que a terça-feira. Os olhares continuaram, as risadas também e as piadas subiram de nível e tudo isso só me faz ter mais certeza que o mundo anda retrógrado de uns tempos pra cá. Essas atitudes infantis só demonstram a imaturidade de todos, até mesmo da minha parte, por não estar sabendo lidar com tudo isso.

E o que me irritou ao extremo foi a atitude idiota da Maia Lira, ontem, quando ela me cercou no banheiro - Ridículo né? Mas sim, ela fez isso -, e me ameaçou, com um papo de tirar a Sofya da torcida se eu não me afastasse de Gabriel, como se eu realmente me importasse com aquele imbecil. Mal sabe ela que eu quero distância daquele panaca. Irônico né? A amante veio tirar satisfação, mas a namorada que sabe e tem que saber de tudo não veio falar com a minha pessoa.

O silêncio daquele cuzão está me assustando um pouco. Ele nunca vai deixar em branco a minha atitude de jogar suco de uva nele e manchar sua blusa branca de marca cara que provavelmente deve custar todo o meu salário do Aromas. Ele com certeza está arquitetando algo contra mim. Ou pior, contra meus amigos.

Suspiro e aperto meus livros contra o peito. Ergo o queixo enquanto atravesso o corredor do terceiro ano, sobre alguns olhares.

Primeira dica do manual de como sobreviver ao Colégio São Severino após ser exposta é nunca, nunca mesmo, abaixar a cabeça. A segunda é um pouco difícil de se cumprir, é não responder os comentários nas redes sociais e muito menos aqueles feitos fora da tela de um computador, nem mandar ninguém para o inferno acompanhado de um sinal obsceno feito com a mão, com o propósito deles irem se ferrarem com o capiroto.

Okay, a dica número dois é impossível de seguir por isso mesmo mostro meu dedo do meio para uma garota imbecil da sala de Joalin que com certeza deve ter um abismo por Gabriel, após ela fazer uma piada e continuo a andar até meu armário.

A terceira dica é não se esconder, justamente o que eu iria fazer se meu armário não fosse tão pequeno.

- Como você está? - Any pergunta se encostando no armário ao lado, me olhando preocupada.

Eu queria saber como essas pessoas fazem para brotar do nada assim, sem aviso prévio.

- Viva. - digo sem olhar para ela, enquanto jogo meus livros dentro do armário e o fecho logo em seguida.

Eu simplesmente bato a porta do armário e o som estrondoso do metal se chocando contra o outro, faz algumas pessoas me olharem feio. Ignoro todos e puxo Any para o refeitório no andar de baixo.

- Ainda bem, mas eu conheço algumas pessoas que não vão ter essa mesma sorte de estar vivo até o fim do dia. - ela cantarola enquanto caminhamos até a cantina. - Ei, você está ligada que temos aula agora, né?

- Sim, mas não quero assistir. - reviro os olhos e continuo a descer os degraus da escada de mármore. - Eu estou cansada. Eu só vim por causa da prova de química.

- A prova foi remarcada. Está lá no grupo da sala.

- Graças a Thor, porque com toda essa merda acontecendo eu nem estudei.

- Duas então. - entrelaça seu braço no meu. - Mana, eu nunca mandei tanta gente se fuder em uma semana.

Rimos.

- Aí, alguma de vocês sabe alguma magia para explodir a colégio ou algo do tipo? - Josh diz vindo do lado oposto para se juntar a nós.

- Está me achando com cara de bruxa? - Any questiona erguendo as sobrancelha e Josh a olha com um sorriso de lado, como forma de resposta silenciosa. - Tá, não precisa responder seu babaca.

stay with me - adaptation noart | ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora