certas coisas não mudam.
#ClichéTheory
Eu tenho um puto azar no amor.
Nem sendo filho de quem era, me ajudava com as garotas.
Talvez era porque estava destinado a ela.
É brincadeira. Seria muito brega essa frase.
Bom, eu e a Sina nos conhecemos no segundo ano do fundamental, eu tinha conseguido a proeza de reprovar no primeiro ano. Eu era uma criança estranha.
Nos tornamos amigos por conveniência. Eu era o garoto estranho e loiro, que tinha o sobrenome de uma das famílias mais influentes e famosas da cidade. E a Sina, bom a Sina era ela, a garota mais alta do que as outras garotas e cheirava a café.
E aquela amizade por conveniência se tornou quase uma irmandade.
Quando nossos pais se tornaram sócios, João Beauchamp Antunes, vulgo meu pai - eu sei no que você está pensando. Meu pai tem o mesmo nome que o barão que influenciou a criação da cidade. Pois é, o tal barão é meu tataravô, que deixou as terras e as propriedades de cafés, para seu filho, que o deixou para o filho, e assim por diante. A mãe da Sina era uma empreendedora e viciada em café, e nossos pais resolveram se 'aliar'.
Enfim, Sina e eu crescemos juntos e consequentemente Any, a prima maluca da minha melhor amiga, veio no brinde de infância.
Any era... Sua singularidade me encanta desde dos nove anos. E pensar que eu gosto dela antes mesmo da mesma ser dubladora, é um pouco estranho.
É isso que penso enquanto encaro uma Any com os cabelos molhados, vestindo apenas um blusão preto que vai até os joelhos. E caralho, como ela é linda.
- Não sabia que você ainda estava aqui. - ela diz com a voz um pouco rouca.
- Foi mal, eu apaguei. - falo me sentando no sofá. - Eu já vou embora.
Ela dá de ombros e caminha até a cozinha, enquanto eu vou pegar minha guitarra a colocando dentro do estojo.
Estou prestes a sair pela porta quando ela me interrompe:
- Josh. - me viro para ela. - Porque você não fica? Sabe, sei lá. - Any envergonhada é uma surpresa. Sorrio me aproveitando da situação, ela fica ainda mais maravilhosa corada, parecendo tímida. Meu coração acelera só de imaginar que talvez eu seja a razão da sua timidez momentânea. Não seja ridículo, Josh. - Sei lá, minhas mães foram para Sampa resolver uns trens, e eu... Vou ficar sozinha o fim de semana inteiro.
- Com medo do escuro, Any. - brinco, e ela me lança o dedo do meio. Adorável.
- Babaca. - revira os olhos, e sorri.
Me sento novamente no sofá e observo Any pegar um vinho e duas taças, vindo em minha direção.
Ficamos bebendo em silêncio até que:
- E esse lance do Jace, baita de uma sacanagem. - comento. Foi uma puta sacanagem o que ele fez, desistir da banda assim, por causa de uma relação tão instável. Mas eu sou um pouco hipócrita, eu faria o mesmo.
- Só fiquei meio mal. Sei lá, um leve ciuminho.
- Vocês só ficaram uma vez. Se apaixonou? Seu lema não era pegar sem se apegar?
- Aquele filho da mãe sabe o que faz. - faço uma careta - E a Sophia?
Solto uma risada.
- Saindo com um carinha aí.
- Uau. E como você está com isso?
- Sei lá, neutro. Chegou um dia que toda aquela paixão platônica virou admiração. Admiração pela mulher forte que a vida a fez virar.
- Nossa.
- Eu sei...
Um silêncio se instala entre nós, mas não um desconfortável. Com ela e com a Sina, os silêncios nunca são desconfortáveis.
- A Sina me disse...
- O quê? - pergunto bebericando um pouco de vinho da taça. Observo Any se mexendo parecendo desconfortável e começando a ficar vermelha, cruzando as pernas.
- Que você ainda gosta de m-mim. - gagueja e eu acabo engasgo, porra, Sina. O que aconteceu com o "eu guardo seu segredo"? Jurar por dedinho já não vale mais nada hoje em dia, puta que pariu. Ela ri. - Pensei que tivesse superado essa fase, Beauchamp.
- A Sina é uma fofoqueira do caralho. - gargalhamos. - Pois é, certas coisas não mudam. - umedeço o lábios com a língua. É impressão minha ou ela está excitada?
Quando percebo, Any já está com seus lábios sobre o meu. Seus olhos escuros estão abertos e vidrados nos meus também abertos, pegos totalmente de surpresa. Sinto sua língua e a afasto.
- Você não quer isso. - digo com a voz falhando. Por mais que eu queira muito a beijar, tipo desde dos meus doze anos e descubria o que eram sonhos eróticos, fiquei quase um mês sem ter coragem de olhar para ela, quem dirá conversar. E a Any de doze anos, de cabelos castanhos e dentes tortos disse na maior naturalidade que aquilo era normal da idade. - Eu não posso fazer isso agora. Nós estamos bêbados e amanhã vamos acabar nos arrependendo.
Por que fui falar isso?
Sua expressão é indecifrável.
- Eu não sei se eu te bato, ou se te beijo novamente, Josh. Eu não sei se fico furiosa ou agradecida... Caralho, como eu não percebi isso antes? - ela diz me deixando confuso. - Escuta aqui, seu loiro maldito. Eu não estou totalmente bêbada para não saber o que estou fazendo, eu sei muito bem o que quero, e o que eu quero no momento é te beijar. Se eu for me arrepender amanhã - o que eu duvido muito - foda-se. Amanhã é outro dia e eu só estou trabalhando com o presente. Se você não quiser, okay.
- É óbvio que eu quero, Any.
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E aí, gostaram?
twitter da sina: sinaacliche
twitter do noah: noaahbatmanquando forem citar a fanfic usem a hashtag #clichétheory no twitter para eu saber o que andam comentando sobre a ela, estarei de olho. Espero que não demore para nos encontrarmos novamente. Amo todos vocês!
com amor, julia. <3
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stay with me - adaptation noart | ✓
Fanfic+ noart ||.❝ é assustador como uma pessoa pode fazer você nunca mais confiar em ninguém.❞ Sina Deinert tem uma teoria. Ela acredita que todos os adolescentes estão destinados - pelo menos uma vez na vida - a ter uma cena clichê. Desde uma típica cen...