Caramba, não era para ter sido assim.
#ClichéTheory
Eu estou ficando velha.
É o que diz a carteira de identidade em minhas mãos:
24/08/2002.
É. Dezoito anos.
Já posso enlouquecer ou devo apenas sorrir? - no caso, rir de desespero.
Acho que quando uma pessoa completa dezoito, ela deveria receber como presente um kit, contendo faculdade, emprego e estabilidade emocional. Porque eles são, na minha opinião, os quatro princípios da loucura.
As mensagens de "feliz aniversário" começaram a meia noite, com uma mensagem de texto de Any falando que eu poderia ser pressa e por isso eu não poderia mais executar meu possível plano de matar a garota com quem eu dividia a casa. Logo após vieram as mensagens de Sofya e Josh, e por fim, um textinho fofo, acompanhado de um áudio de Noah cantando Happy Bittherday To You, com sua voz mais rouca que o habitual por conta do sono. Áudio o qual, me fez dormir com um grande sorriso no rosto.
Ainda nem era nove horas da manhã quando acordei com o barulho do liquidificador e da batedeira juntos. Me diz quem liga os dois ao mesmo tempo? Minha mãe.
Mesmo com o barulho insuportável cessando após algum tempo, eu não consegui voltar a dormir. Estava ansiosa demais para isso, porque além daquela sensação de euforia que sentimos no nosso aniversário, também tinha o fato que seria minha primeira apresentação como vocalista oficial da Never More, e além de tudo era o dia em que eu enfim iria fazer minha tatuagem - não, eu não desisti. Sim, minha mãe deixou, mesmo achando loucura e fazendo eu pagar com meu dinheiro.
O motivo da barulheira toda logo de manhã era o maravilhoso bolo de amora da minha mãe, que eu comi ouvindo com as reclamações de Joalin, questionando por que não poderia ir no flashmob, comigo nessa tarde, e eu tive que escutar minha mãe explicando pela milésima vez, para a garota que ela ainda precisava de repouso.
Agora, cá estou eu, sentada na cadeira de espera em frente ao studio de tatuagem da minha tia Helô, olhando para minha foto 3x4 da carteira de identidade. Como estou horrível nessa foto.
- Sina, sua vez. - minha tia diz, aparecendo na porta do estúdio.
Guardo o RG dentro do bolso da calça e sigo a mulher tatuada para dentro do estúdio, onde meu irmão está olhando para seu pulso de forma, apaixonada.
- Iaê, Bailey? Como foi? - pergunto curiosa, ele desvia a atenção do pulso, para meu mim:
- Dolorida.
- Você não escutou o escândalo do seu irmão? - tia Heloísa debocha. - Mostra minha obra de arte.
Ele estende o pulso, mostrando a tatuagem da fórmula de Baskara.
- Não acredito que você tatuou fórmula, Bailey.
- Falou a garota que vai tatuar uma xícara de café no pulso.
- Você me respeita!
[...]
- Feliz aniversário. De novo. - Noah me beija e eu correspondo sem ter medo de ser pega pela Sofya, já que a garota foi passar o resto das férias na fazenda dos seus tios. E eu posso respirar e beijar Noah aliviada sem o medo de ser pega. Eu prometi para mim mesma que assim que ela voltar, eu vou conta tudo. No dia vinte e nove a farsa acaba.
- Isso é uma tatuagem? - ele pergunta, olhando para meu pulso.
- É uma das tatuagens. Eu fiz três. Foi meu presente de aniversário, para mim mesma.
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stay with me - adaptation noart | ✓
Fanfiction+ noart ||.❝ é assustador como uma pessoa pode fazer você nunca mais confiar em ninguém.❞ Sina Deinert tem uma teoria. Ela acredita que todos os adolescentes estão destinados - pelo menos uma vez na vida - a ter uma cena clichê. Desde uma típica cen...