𖤐 Capítulo 15 - Devinette

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Tendo uma rápida visão dos fatos, já é possível dizer que talvez a vida de Jimin não tenha sido a mais justa até aqui. Sua fase inocente teve uma parada abrupta, para se encher com a dor e o sofrimento da perda, um desabrochar demasiadamente precoce para uma pequena flor que fora plantada no lugar errado, lutando desde sempre por um raio de sol para continuar vivendo.

É claro sua vida não foi resumida em momentos de angústia, quando fechava seus olhos, Jimin poderia de lembrar de momentos bons antes e depois de ter suas raízes arrancadas. Um grande tempo de calmaria, até tudo desmoronar por completo finalmente. Era onde ele estava agora, no fundo mais escuro de um abismo com um nome infame, machucando suas mãos dia após dia contra as pedras pontudas do fundo, enquanto tentava escalar de volta para onde o sol tocava, algum lugar lá em cima onde ainda era seu lar.

No entanto, naquele momento em específico, ele sentia que a noite havia caído mesmo lá em cima. Ele já não poderia ver uma luz, estava caído na escuridão, tendo sua pele cortada pelas pedras ásperas. A escuridão tão opressiva que o estava deixando sem ar, ele já não poderia mais respirar.

Alguém chamava seu nome ao longe, um eco distante. Ele não sabia quem era, não reconhecia aquela voz, não naquele momento. 

Mas isso não impediu fosse quem fosse de continuar a chamá-lo, seu nome sendo repetido de forma insistente, o obrigando a ao menos tentar se prender naquela voz. E foi nesse momento em que ela se tornou mais alta, foi nesse momento em que ela se tornou mais clara e de alguma forma, fez a pressão em volta de seu peito aliviar, o ar lentamente voltando a entrar em seus pulmões.

Ele podia respirar novamente.

Quem o estava chamando? Não saberia dizer, mas saberia dizer quem ele gostaria de encontrar no fim dessa escuridão.

  — Mãe... — A palavra escapou fraca de seus lábios pálidos, apenas um murmúrio distante.

  — ... Min!

A voz se repetiu, chamando seu nome, soando mais clara que nunca mas ainda assim indecifrável a seus ouvidos. Lentamente, sua visão começou enfim a clarear-se, um ponto de luz lá longe, que aumentou de uma forma excruciantemente lenta, até que como num piscar de olhos, tudo estava de volta de repente.

Felizmente ou não, Jimin se viu mais uma vez dentro do salão principal da torre sul.

Piscou com força, sentindo a cabeça pesada e o peito dolorido. Suas mãos estavam tão pesadas quanto sua cabeça e consideravelmente dormentes. Ele se sentia no ápice de sua desorientação, sem conseguir se obrigar a mover-se e procurar entender o que estava se passando. Naquele momento, apenas ficar parado parecia a melhor opção. A única que ele era capaz de fazer, de qualquer forma.

  — Jimin! — E finalmente, ele viu quem o estivera chamando por todo esse tempo. Mesmo que por um segundo, ele tivesse confundido os longos fios loiros com Dahyun, ele notou seu engano ao encarar as feições do ômega que tinha as mãos em seus ombros.

  — Jeonghan...? — Mais uma vez, sua voz veio difícil pela garganta, soando trêmula e falha demais para ser confortável. O problema é que Jimin apenas não sabia o que havia acontecido para deixar sua voz assim, ou seu corpo, ele simplesmente não entendia o que havia acontecido.

  — Ah! Finalmente. — Um sorriso se abriu no rosto do loiro a sua frente, claramente aliviado enquanto levava a mão até o próprio peito, respirando fundo. O menor franziu o cenho, piscando lentamente e então olhando em volta.

Seus olhos pousaram em Jinhwan e Heejin, o rapaz com seus braços ao redor da menina, os dois com os olhares preocupados focados em Jimin, que ainda assim estava confuso com sua situação. Olhando um pouco mais além, ele percebeu os outros ômegas, espalhados pelo salão principal, todos com feições de testemunhas de funeral. Em um segundo momento, ele enfim notou como parecia haver um número menor de ômegas por ali e foi apenas então, que ele se lembrou o que havia acontecido.

All Of The Stars [ABO] - jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora