𖤐 Capítulo 22 - Armure Vide

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Ela era a coisa mais louca e a mais incrível que ele já teve.

Envolver-se com ela havia levado sua vida dourada diretamente em um mar de nuances negros. Todas as coisas que ela já havia passado em sua vida não tão longa, eram coisas que ele nunca seria capaz de compreender em sua máxima totalidade, ainda assim, seu coração se entristecia a cada palavra, enchendo-se da vontade de prometer a ela, que nunca mais teria de passar por nada daquilo.

Mas... Mas ele não tinha esse poder. Se o tivesse, nenhum ômega ali dentro passaria por nada daquilo. Ele não tinha sequer poder o suficiente para acabar com o sofrimento de apenas um deles e isso por si só, já era o suficiente para frustrá-lo profundamente. Mas, quando era especialmente ela que estava nas sombras daquele castelo... Seu coração se quebrava em pedaços.

Ele a chamava todas as noites.

Para que nenhum outro morados da torre leste o pudesse fazer. Ele nunca exigiu nada de volta. Todos os dias, levava livros da biblioteca até ela, desde que... Bem, desde que a pegou naquele dia roubando um dos livros do segundo andar. Já que ele poderia pegar os livros de lá livremente, ele pensou... Bem, que poderia ser útil.

Ali, enquanto caminhava pelo caminho que atravessava o jardim de esmeraldos — não era sequer o caminho mais longe, era o caminho contrário ao seu destino. Mas ainda assim, fez questão de passar por ali. — ele olhou ao longo das flores, esperando vê-la. No entanto, seus olhos apenas conheceram o rapaz que costumava andar junto a ela. Olhos claros e pequenos, fios escuros e levemente ondulados. O mesmo que tentou atrasar seu caminho até o segundo andar naquele dia, agora ele sabia.

Seus olhos se encontraram distantes e o tesoureiro achou que o menor fosse desviar como sempre fazia. Mas ao invés disso, os pequenos olhos dobraram de tamanho, seu pescoço rapidamente girando para a direita e para a esquerda, ele estava vendo se estavam sozinhos.

Mas, para que?

O viu engolir em seco ao longe, antes que o ômega começasse a andar em sua direção. Dali onde estava, o alfa franziu o cenho, também olhando em volta e checando se não havia nenhum guarda a vista. O que o outro estava fazendo? Não conseguia parar de se perguntar a cada novo passo que o menor dava para perto de si.

— Você está bem? Houve algum pro- — Começou ele, curioso para saber do que se tratava aquilo, mas quando chegou perto o suficiente, o ômega apenas pegou sua mão direita entre as suas duas e o mais velho tinha certeza que havia sentido algo ser deixado ali, enquanto o moreno fechava seus dedos novamente, apenas para seguir caminhando reto, sem sequer mirá-lo nos olhos.

Tudo aconteceu muito rápido, questão de segundos. Em um piscar de olhos, era como se nada tivesse acontecido. Em um pouco mais de tempo, o ômega estava completamente fora de sua vista, deixando apenas o alfa confuso para trás.

Piscando atordoado, o homem fechou seus dedos ao redor daquilo que agora havia em suas mãos. Lentamente virando a palma para si e os abrindo, vendo o pequeno pedaço de pergaminho ali dobrado.

Com o cenho erguido, tomando um curto tempo para procurar novamente o ômega, em vão, o alfa pegou o pergaminho entre seus dedos, o desdobrando com cuidado e então, sentindo sua visão escurecer ao ler o que havia escrito ali.

"Ela está grávida.
Ela quer tirar o bebê, o procedimento vai colocar a vida dela em risco.
Faça alguma coisa."

                                  𖤐

All Of The Stars [ABO] - jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora