Capítulo 15

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♥ Fred ♥

Pra mim, chegava!

Tudo bem, a Mariana estava bêbada.

E o Elias também não tinha ajudado em nada, empurrando a Naiara praticamente no meu colo. Para quem estava confusa, como a Mariana estava, deve ter dado a impressão errada.

Eu sei que eu disse que eu não desistia fácil, mas se ela podia mudar de ideia toda hora, por que eu não podia ter o mesmo privilégio? Existe um limite de quantas vezes um cara pode ouvir um não, e insistir deixa de ser demonstração de interesse e passa a ser assédio. Ou a porra de uma humilhação. Eu nunca tinha rastejado por mulher nenhuma. Não ia ser uma que eu tinha acabado de conhecer que ia colocar meu nome na lista mundial dos homens escorraçados e sem amor-próprio.

Por isso, eu tinha tomado a melhor decisão da noite não indo para casa com a Bia e o Lourenço, levando a boia-fria bêbada que achava que era só ir chegando e se assentando irregularmente nos meus pensamentos.

Não. Eu tinha ficado e não pensado nela nem por um segundo enquanto eu batia papo com os meus amigos. Muito menos comparado a voz suave e o riso que me arrepiavam a pele com os das outras mulheres que tiveram a minha atenção naquela noite. Enquanto eu dançava, não passou nem uma vez pela minha cabeça como o corpo dela se encaixava com perfeição no meu.

Coisas do passado. Se eu não era nada para ela, nada era o que ela também ia ser para mim.

— Eu vi você dançando com a Naiara.

Apesar do cansaço, o rosto da Milena se iluminou com um sorriso ao me olhar de rabo de olho.

Eu tinha acabado de ajudar o Ângelo a empurrar para dentro de um táxi, um Elias bêbado e revoltado por estar indo embora quando 'NÃO SÃO NEM QUATRO DA MANHÃ!', e estava na calçada fazendo companhia para a Milena esperando o marido que tinha ido buscar o carro.

— Eu também dancei com você. — Eu fiz questão que ela visse o meu revirar de olhos. Sério? Ela não ia desistir nunca? — Eu dancei até com o Elias.

— Não foi o seu melhor momento da noite. — Ela soltou uma risada. — Filmado e fotografado por várias pessoas, ainda mais na hora que ele agarrou o seu traseiro.

— Eu não tenho culpa de ter um traseiro altamente agarrável. — Eu dei de ombros. Eu era homem o suficiente para não perder um minuto de sono por causa de algumas fotos e vídeos de um homem agarrando a minha bunda virando meme no trabalho.

— Tem certeza que não quer carona? — ela ofereceu na hora que o Roger parou o carro na nossa frente.

— Milena, a sua casa fica pro outro lado da minha. Eu agradeço, mas não precisa.

— Você pode dormir no quarto de visitas...

— Não precisa se preocupar comigo — eu encerrei o assunto dando um beijo na testa dela e abrindo a porta.

— Boa noite, então.

Depois que eles foram embora, a fila de carros amarelos parados do outro lado da rua pareceu me chamar. Tecnicamente, eu estava livre para ir. Quase todo mundo da clínica também já tinha ido e eu tinha acertado a conta. Não fosse um pequeno detalhe. E que talvez tivesse sido a minha pior decisão da noite. Eu tinha aceitado a oferta de carona da Naiara quando ela viu que a minha irmã estava indo embora. E, claro, eu não era obrigado a manter a minha palavra, mas como eu não tinha o telefone dela, minha boa educação me mandava voltar lá dentro e, pelo menos, avisar que eu estava vazando.

Mas não foi preciso, ao me virar, dei de cara com a Naiara se desencostando da parede na frente do bar e vindo rebolando na minha direção.

— Pronto pra ir? — ela perguntou, afastando os cabelos da testa suada.

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