Nossas verdades

XVII

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Atração

Por Mary:

Prendi o cabelo com um elástico e ajeitei os fios que caiam sobre o meu rosto. A Ellie estava agarrada ao Gael e os dois dormiam profundamente. Deitamos para assistir um filme e em segundos eles já estavam dormindo. Era uma das cenas mais fofas que eu já vi na vida, será que um dia eu estaria na posição da Ellie? Grávida, com um namorado que me amava e feliz? Balancei a cabeça de um lado para o outro tirando aqueles pensamentos da minha cabeça e fui até eles.

— Casal! — Os chamei e puxei o edredom que cobria os dois. Ellie resmungou e, ainda de olhos fechados, ergueu a mão para mim e mandou o dedo do meio. — A sua mãe nos chamou para jantar, Ellize. — Coloquei as mãos na cintura e revirei os olhos, tentando não perder a paciência com ela.

Me apoiei na cama e subi, ficando em pé em cima do colchão e comecei a pular, feito uma criança. Gael murmurou e segurou um pé meu com a mão, me fazendo parar de pular.

— Já vamos... — Ellie sussurrou ainda de olhos fechados.

Me soltei da mão do Gael e pulei da cama, peguei o meu celular e sai do quarto, deixando aqueles dois preguiçosos para trás. Um frio se instalou na minha barriga assim que virei o corredor e vi o Adam. Ele estava com os cabelos desgrenhados e uma cara nada boa. Engoli em seco sem saber o que fazer: se o ignorava ou se pelo menos dizia um "oi". Ele parecia estar no mesmo conflito interno. Estávamos parado no corredor, um de frente para o outro, se encarando.

      Eu só queria uma noite de paz e com a família que me adotou ao longo do tempo. Mas den o Adam. Ele não era nada para mim, além de um idiota que quebrou o meu coração. Tê-lo por perto me agoniava e a minha raiva aumentava.

— Ah... — Abri a boca para começar a falar alguma coisa, porém preferi ficar calada.

— Cadê o Gael e a Ellize? — Ele disse com a voz baixa, e eu quase não entendi suas palavras.

— Estão vindo... — Digo agarrando o tecido do meu vestido e olho para o chão. — E... você está feliz em saber que é um menino? — Pergunto a primeira coisa que vem na minha mente e mordo os lábios agoniada. — O filho da Ellie.

— Claro! — Adam diz um pouco mais animado e eu o olho. Ele passava as mãos no cabelo bagunçado, deixando os fios mais desgrenhados. — Nunca fiquei tão animado para ter um sobrinho.

— Estou muito ansiosa para ter o Andrew nos meus braços. — Sorrio sem mostrar os dentes e o Adam repete o meu gesto. Meu sorriso desmancha depois de um tempo e — Acho melhor irmos... — Aponto com a cabeça para a escada e o Adam balança a cabeça em confirmação.

Passei por ele rapidamente, sem manter o contato visual de antes. Eu estava mais que incomodada com a presença dele, era bem evidente. Não importa o lugar, o Adam nunca me deixará em paz, ele estará em qualquer canto para me atormentar.

Eu desci as escadas o mais rápido que eu consegui e confesso que quase caí duas vezes, e o Adam teve a audácia de soltar um riso baixo.

— Você precisa tomar mais cuidado, Mary Angel. — Ele disse rindo e eu revirei os olhos. Adam não perdia uma.

Entramos na sala de jantar e a Senhora e o senhor Ashworth já estava na mesa. Comprimente-os como sempre, e me sentei no lugar que eu costumava sentar.

— Espero que não tenha acabado a comida. — Ouvi a voz alegre da Ellie bem longe, mas em poucos segundos, ela estava no cômodo, com seu vestido habitual de grávida.