XLVII

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(Não revisado)

Palavras de raiva

Por Mary:

   Eu só queria ter um dia de paz. Era muita coisa para mim em poucos dias. A confusão me tomava a cada hora que passava e eu sentia a falta de ar me tomando, me sufocando a cada segundo. Já não bastava o meu problema com o Dylan, agora eu tinha problemas com o Adam, a última pessoa que eu precisava ter problemas.

Eu não sabia muito o que fazer. Eu não entendi o porquê do Adam ter saído daquele jeito da minha casa, como se algo tivesse o atingindo e o deixado com raiva. Para ser sincera eu não liguei muito na hora, até porque o Adam consegue se estressar muito rápido. Eu precisava me resolver com o Dylan antes, precisamos planejar a nossa vida daqui para frente, agora com uma filha que não era dele. O Dy me entendeu muito bem, disse que me amava além de todas as traições e sabia que eu nunca mais faria aquilo de novo, que eu nunca mais dormiria com o Adam e eu tentaria ao máximo manter uma relação de "mãe e pai" com o Adam, pois temos uma obrigação juntos agora. Eu odiava o fato do Dylan ser tão compreensivo e sempre me perdoar, traição não merecia perdão, não no meu caso, eu ao menos o amava da forma que ele me amava. O meu futuro estava incerto agora e eu só estava deixando as ondas desse mar conturbado me levar.

Era pedir muito acordar e estar na minha cama, com os pensamentos confusos e ansiosa para o primeiro dia da faculdade. Eu não tinha preocupações além se eu conseguiria achar a sala da minha primeira aula. Sendo sincera, eu daria tudo para voltar para aquele tempo e ter ido direto para a minha aula e não esperado a Hanna, assim eu não pediria informação para o Lyan e não teria uma paixão platônica por ele, e consequentemente, eu não me apaixonaria pelo Adam e talvez a minha virgindade e caráter estariam intactos. Mas tudo já foi, não adianta arrependimento, confesso também que o Adam me proporcionou os momentos mais felizes da minha vida e agora, o meu melhor presente.

— Ela deve estar ainda bem pequena... — o Dylan disse passando a mão pela minha barriga — Eu acho Nina um nome bem bonito, você quem escolheu?

— Foi Adam. — digo com um sorriso no rosto e me acomodo mais na cama — Era o nome da avó dele...

— Ah! — ele arfou e começou a fazer desenhos aleatórios com o dedo — Será se ela irá se parecer com você?

— Na verdade, eu acho que se parecerá com o Adam. Bom, eu espero... — mordo a pontinha do lábio inferior — Pelo menos na aparência porque se for orgulhosa igual ao pai...

— E idiota também... — o Dylan completou e eu revirei os olhos — e...

O meu celular começou a tocar no mesmo instante e eu suspirei muito fundo por ter que interromper aquele meu momento com o Dylan. Me estiquei para pegar o aparelho e vi o nome da Ellie.

— O que houve? O Henry vai nascer? — perguntei desesperada e ouvi um riso do outro lado.

Não, Angel, ainda não! — ela pareceu respirar fundo — O problema é o Adam... Ontem a noite você postou uma foto com o Dylan na banheira do seu quarto...

E o que isso tem a ver? — franzi a testa e o Dylan me olhou curioso — Aliás como ele viu? Eu o bloqueei no Instagram.

esse não é o problema, mas você sabe como o Adam é, ele ficou furioso em saber que o Dylan dormiu aí, perto da filha dele... — ela fez uma pausa longa — Você postou um vídeo no Snapchat com o Dylan falando com a sua filha, enquanto passava a mão na sua barriga. E por isso, ele já quebrou a metade do quarto.

Era só o que me faltava. Eu tenho que conversar com o Adam sobre isso. O Dylan é o meu namorado e sempre vai estar presente na minha gravidez, ele não pode simplesmente surtar e querer que isso mude de uma hora para outra.

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