XXVIII

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      (Não revisado)
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Ainda amor.

Por Mary:

Adam me olhou, como se implorasse para que eu ficasse ali, com ele, só mais uma noite. Eu sei que ele faria muita coisa por mim, sei que largaria tudo por mim e faria de tudo para estar perto de mim. Mas tinha uma diferença agora nisso tudo, não estávamos mais juntos. As coisas mudaram assim que ele entrou na porra de um avião e foi para Londres, me deixando sozinha e quebrada, sem ele. O Adam quer que eu esqueça todas as coisas que ele, eu sinto isso, mas não tem como esquecer dos vídeos e de todas as brigas.

— Mary... — Ele pediu assim que eu coloquei a bolsa no ombro. — Fica só essa noite, vou fazer valer a pena, eu prometo! — Abaixei a cabeça e respirei fundo. — Por favor... — Levantei a cabeça e o olhei, e foi aí que eu me surpreendi.

Os olhos azuis dele estavam vermelhos e lacrimejados e uma lágrima solitária rolava em seu rosto pálido. Eu perdi as estruturas com uma simples lágrima. Ele me tratou mal e foi muito de repente, mas eu sabia que quando uma pessoa bipolar ficava sem tomar calmantes, acontecia as mudanças de humor repentina e surtos.

— Adam, não tem nada que vai me fazer ficar... — Digo cruzando os braços e olho para um canto aleatório do quarto, para não encarar aquele rosto a minha frente.

— Fica, por mim, pelo nosso amor... — Adam sussurrou as últimas palavras, mas foi o cúmulo para atrair a minha atenção. Nosso amor...

Não existe o "nosso amor", Adam. — Faço aspas com os dedos.

— Eu sei que existe! Mary, depois do que aconteceu com a gente, ontem e hoje, é impossível não sentir nada. — Ele deu um passo à frente, ficando mais próximo do que deveria. — Eu sei que existe um pouco de amor por mim, me diz que tem...

As palavras me faltaram e eu fiquei sem ter o que dizer. Eu ainda amava o Adam? Não tinha como, eu odiei por tempos, não teria como diluir o ódio tão rápido. A confusão me tomou por inteira e eu mal sabia o que pensar... Eu sei que algo nele estava mexendo comigo novamente, me abalando e me atraindo, do mesmo jeito que acontecia quando nos conhecemos. Eu sentia que algo estava errado em relação ao que sentia pelo Adam. As coisas estavam acontecendo tão rápido, causando um misto de sentimentos em mim. Tudo o que tivemos de ontem para hoje, foi maravilhoso e eu me senti bem em dias. Eu precisava me satisfazer daquele jeito, sentir um prazer que tomasse o meu corpo e me fizesse sentir inteira. Mas o nosso sexo era diferente, era algo intenso, algo verdadeiro, misturando prazer e... amor...

— Mary, por fa... — Mal deixei ele terminar de dizer, apenas coloquei a mão em seu rosto e o puxei para um beijo.

O Adam ficou sem entender por um tempo, mas apenas segurou a minha cintura e me puxou mais para si, aprofundando o beijo. Estávamos calmos demais, sem segundas intenções em apenas um beijo, queríamos a mesma coisa: apenas aproveitar o contato das nossas bocas juntas. Terminamos o beijo com alguns selinhos e mordidas no lábio. Adam me olhou, parecendo analisar a minha feição.

     — Isso quer dizer que... — Ele parou, respirando fundo. — que você ainda sente algo por mim?

     — Adam, eu não sei, estou confusa demais para te dar uma resposta. Eu só... — mordi o lábio inferior nervosa. — Isso que aconteceu com a gente é intenso demais e eu fico nervosa com essa situação...

    — Tudo bem, tudo no seu tempo. — Adam disse sorrindo. — E desculpa por ter te tratado mal, é que..

    — Você não tomou os remédios, não é? — Arqueei a sobrancelha e ele concordou com a cabeça. — Percebi que tem o horário dos remédios em cima da cômoda e você não os tomou de manhã. — Adam não disse nada e eu revirei os olhos. — Adam, você tem que os tomar...

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