(Não revisado)
Minha filha, minhas decisõesPor Adam:
A Lindsay atraiu a nossa atenção no mesmo momento e um suspiro saiu dos meus lábios, me deixando impaciente. Eu não aprendia, não é? Sempre dizia que nunca mais faria aquilo novamente, que não me atrairia pela Mary, mas cá estou eu, próximo demais ao seu corpo quente e macio. Eu sabia que precisava dessa loirinha, e não pelo desejo carnal que habitava em mim, e sim por tudo que eu sentia. Queria tê-la por perto, deitada sobre mim enquanto conversamos sobre coisas que não lembraríamos no dia seguinte. Eu a abraçaria como se eu precisasse disso todos os dias. O foda era saber que fugíamos disso o tempo todo porque sempre nos machucávamos.Eu me afastei da Mary e dei um passo em direção à Lind, tentando pensar em alguma forma de rever essa situação toda, mas a única coisa que a minha namorada fez foi negar com a cabeça e se afastar, saindo do cômodo. Eu continuei ali parado por segundos torturantes, tentando pensar em algo ainda para salvar o meu relacionamento. Mas, porra, eu não consigo! Não sei como eu ainda sustento toda essa farsa. Tenho receio de magoar a Lindsay com um possível término porém a uso da pior forma toda vez. Eu quero a Mary, eu preciso da Mary, no entanto tenho a Lind e não posso fazer isso novamente.
Encarei a mãe da minha filha e depois a entrada do closet vazia, sem saber o que fazer.
— Vai... — ela disse, colocando o moletom com rapidez, sem me encarar ou ao menos levar o rosto em minha direção — Ela precisa de você. — sua voz soou mais firme do que eu esperava.
Eu recuei, sabendo que a mesma não queria que eu sequer saísse do cômodo, mas eu apenas me virei e suspirei, deixando os ombros caídos e sai de lá, derrotado. As coisas estavam tão complicadas e parecia tão fácil apenas terminar com a Lind e voltar para a Mary. No entanto, ambos temos que nos manter salvos de nós mesmos, não podemos cair na tentação mais uma vez. Por mais que mais uma chance fosse o ideal, ficaríamos cansados de tentar e não dar certo, então eu preferia manter uma relação assim.
Abri a porta do meu quarto e vi a Lindsay sentada no chão, com os joelhos dobrados e a testa apoiada nos braços, seu choro ecoava pelo quarto e eu senti a culpa me consumir. Eu era um babaca, tinha consciência disso, mas não conseguia negar o que a Mary e eu tínhamos. A nossa atração era algo inexplicável. Éramos filhos da puta por não admitir isso, por negar para nós mesmos e ir buscar em outras pessoas coisas para suprir a falta.
— Sai! — ela disse entre soluços e eu recuei — Me deixa sozinha, por favor... — ela me olhou finalmente, com os olhos cobertos por lágrimas e o rosto vermelho.
Eu não deveria a deixar ali, ainda mais naquele estado, porém eu precisava, por ela, era a única coisa que eu ainda poderia fazer. Fechei a porta do quarto assim que eu saí e passei a mão pelo rosto, vendo na merda que eu havia me metido.
Meu relacionamento estava uma merda, eu amava a minha ex que por um acaso estava grávida. Eu já amo a nina, eu tenho certeza disso, mas não nego que penso em como minha vida poderia ser diferente se a Mary não tivesse engravidado. Não sei se nos veríamos novamente. Eu acabaria sozinha, na minha própria poça de ignorância, a assistindo seguir em frente com outro homem, bem melhor que eu.
Ouvi um barulho e olhei para o lado, vendo a Mary fechar a porta, me encarando. Sua outra mão estava apoiada na barriga que já havia dado uma saltada impressionante em alguns dias. Era bem evidente que ela estava grávida e não teria como negar isso.
— Vai sair? — perguntei ainda encarando a barriga coberta por um vestido azul claro. Como ela trocou de roupa tão rápido?
— O Dy vai vir me buscar para comprar algumas coisas para a Nina. — disse um tanto sem graça e eu travei a mandíbula.
Quanto mais eu queria ele longe da minha filha, mais a Mary o atraia. Eu sei que era inevitável. A Nina acabaria crescendo com a presença dele, mas, porra, eu odiava pensar nisso. Ele não é uma boa pessoa e eu não sei o que o mesmo poderia ser capaz de fazer. Eu queria explicar para a Mary a situação toda, porém ela não acreditaria em mim.
— Não gosto disso... — murmurei, me aproximando dela — Eu não quero ele se metendo na vida da Nina, Angel.
— Mas vai! — disse ríspida, levantando o queixo — Não quero falar sobre isso. A filha é minha, eu decido.
— E minha também! — rebati, tentando não explodir — Eu sou o pai, Mary, tenho direitos de escolha. Sei que não posso me meter na sua vida, mas o quero bem longe de qualquer coisa que envolva a Nina. — a Mary engoliu em seco quando eu fiquei mais próximo — Ou você gostaria que a Lindsay participasse da vida da Nina? Que fosse comigo comprar roupas como se ela fosse a mãe? — eu disse sem pensar duas vezes e a expressão do rosto da Mary mudou rapidamente, suas pupilas dilataram e seus olhos se encheram de lágrimas.
Eu queria a atingir, para que ela soubesse como eu me sinto com essa situação toda. A Mary tinha que me respeitar de alguma maneira, eu era o pai da Nina, e por mais que ela ainda estivesse sendo gerada, eu também podia tomar decisões.
— Você sempre faz isso, não é? — eu arqueei as sobrancelhas, franzindo a testa consequentemente — Me manipula, tenta sempre me colocar no seu lugar, sendo que nunca faz isso por mim! — disse colocando o dedo no meu peito e eu fiquei surpreso, sem ao menos ter o que dizer — Tenho certeza que você vai sumir do mapa quando a Nina nascer, vai voltar para Londres e ao menos vai ligar para saber como ela está! — seus olhos já derramavam lágrimas — Eu sou a mãe! Eu quem estou passando mal todos os dias, quem é julgada, quem vai acordar de madrugada sou eu, e vai ficar preocupada com ela adoecer. Então, eu tenho mais direitos de escolhas que você! — dito isso, a mesma saiu andando, enquanto passava a mão no rosto e eu continuei ali, parado, sem ter o que dizer.
Ela me pegou desprevenido, mas estava errada. Por mais que eu morasse em Londres, tentaria participar da vida da minha filha, e faria de tudo para que minha carreira de advogado desse certo lá para eu poder vir para cá. Eu quero estar presenciando os primeiros passos, a levar para o primeiro dia de aula e cuidar do primeiro machucado. Não porque seja o meu dever, e sim porque eu já amo muito o ser que a Mary gera.
E ela entenderia isso!

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Nossas verdades
Romance❦❦❦❦⚀❦❦❦❦ Depois que Mary Angel descobriu todas as mentiras de Adam, seu coração se partiu em milhões de pedaços e todo o amor que ela sentia por ele, virou mágoa. Para seguir em frente, ela teve que construir uma vida nova, sem caras problem...