LVII

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   Decisões lúcidas
Por Adam:

   Eu estava no céu, com certeza. A Mary me trouxe para o céu mil vezes e em todas vezes parecia que era a primeira. Nosso beijo tinha efeito sobre mim, e nunca vai mudar, chega a ser perigoso.

Eu a beijava com calma, sentindo cada canto de sua boca, me acostumando em tê-la tão perto. Meu coração estava a mil e eu ficava nervoso a cada segundo mas estava tentando continuar, para não interromper, porque eu sentia como se fosse meu primeiro beijo. A Mary colocou a mão sobre meu peitoral coberto pela camisa e passou a mão no local, descendo devagar, parando no meu abdômen e acariciou. Eu tinha medo de perder isso de vez, porque sempre tinha esperanças de que a teria novamente, mas se caso eu nunca mais tivesse oportunidade? era assustador.

— Mary... — sussurrei quando ela parou o beijo e me olhou e eu vi que a mesma ainda chorava — meu anjo...

— Seu merda! — ela soluçou e eu fiquei confuso — Seu merda! Seu merda! — suas mãos começaram a me dar socos, enquanto eu percebia a culpa a consumir — eu te odeio tanto... — ela tentou mais uma vez, porém eu segurei seus pulsos — Por que sempre faz isso? — disse com a voz abafada e me olhou de uma forma cansada.

— Mary, mas foi você... — ela me interrompeu.

— Eu te amo tanto... mas tanto... — disse bem baixo e eu fiquei sem reação. Eu sabia que ela me amava, mas que nunca iria admitir outra vez.

— desculpa, Angel. — digo completamente perdido com sua reação repentina — Sabe que eu amo você.

A Mary se inclinou novamente e me beijou mas dessa vez não cedi, não do jeito que ela estava.

— Ei, não... — digo próximo ao seu rosto — não quero me aproveitar de você nesse estado, Mary.

— Que merda, você está me recusando! — ela se levantou rapidamente e eu a puxei, a fazendo cair no meu colo.

— Eu não estou, linda. — enterrei o meu rosto no pescoço dela, sentindo seu cheiro gostoso — Mas não quero isso para você me culpar depois. Você está no impulso.

— Tudo bem. — sua voz disse ainda embargada.

A Mary se culparia depois de tudo. Um beijo nos levaria a uma transa muito boa e que no final, ela gritaria comigo e me diria que eu me aproveitei dela. Não quero isso. Quero a Mary por inteiro, nem que eu espere a vida toda.

— Eu te amo, muito. — digo com um sussurro no ouvido dela e sinto sua pele arrepiar — Eu faria muitas coisas por você!

— Sabe que eu também... — a Mary se levantou, ficando parada em minha frente — E eu fiz, mas você me deixou e...

— Eu não me arrependo, mas te quero tanto, sabe... — dei de ombros — acordar do seu lado todos os dias e fazer você feliz.

— Não... — ela colocou o dedo sobre meus lábios e fez algo que eu não esperava, se sentou no meu colo por vontade própria, passando uma perna de cada lado do meu quadril e eu segurei sua cintura — Não me prometa o que você não tem.

A Mary passou a mão pelo rosto e depois segurou meu queijo, mas não me beijou apenas me encarou. Eu fiquei sem reacao, completamente atordoado. Eu não queria fazer isso, mas ela estava tão próxima de mim e estava querendo de uma forma ou outra. A Mary acabou de passar pelo hospital, quase perdeu a nossa filha... Eu me sentiria culpado! Eu não deveria estar brigando com ela o dia todo, para não a estressar, mas eu sou um sem noção.

Contudo, eu apenas desci mais minhas mãos, parando na bunda dela e apertei com vontade a tirando um suspiro.

— Não podemos transar, sabe disso... — eu murmurei quando ela levantou o meu rosto a altura de seus peitos e eu podia ver a lingerie pela blusa — Você saiu do hospital...

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