Nossas verdades

XV

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Os caras da fraternidade

Por Adam:

    Passei a mão entre os fios de cabelo e respirei o mais fundo que eu consegui. Eu estava sentado na poltrona do quarto onde a Lindsay estava. Ela iria ser liberada só no final da tarde e eu ficaria com ela até receber alta. Lind dormiu assim que o Dylan saiu do quarto a procura da namorada estressada dele.

       Eu estava muito preocupada com a Lindsay para ficar dando atenção para a Mary e os caprichos dela. Sei que ela estava irritada comigo por ter chamado a Lind de "meu anjo", mas na hora mal percebi e só fui entender o motivo disso tudo agora. Eu não tinha culpa por isso, a Lindsay era a minha namorada e eu poderia chamá-la do jeito que eu quisesse. Estou ciente que a Mary tem todo o direito de ficar irritada, até porque eu sempre a chamei assim, mas ela quem resolveu colocar um ponto final em tudo, em nós. A Mary deveria lidar com as próprias decisões sem descontar ao seu redor.

       Se existia alguma esperança em mim de ter a Mary novamente, ela se foi de vez. Quando se põe um fim em tudo, somos obrigados a seguir em frente, sem ressentimentos ou mágoas. Eu deveria focar apenas na Lindsay nesse momento, pois a Mary tinha um cara para se preocupar com ela.

       Eu me sentia tão culpado pelo o que tinha acontecido com a Lind, era tudo culpa minha. Se eu não tivesse pensando na Mary enquanto transávamos, nada disso iria acontecer.

      " — Não me toca! — Lindsay deu um passo para trás e terminou de vestir o vestido.

        — Lind, me escuta, por favor... — Pedi tentando me aproximar dela, mas ela passou por mim apressada.

        — Escutar o que? Que você queria estar fodendo a Mary Angel? Faça-me o favor. — Balançou a cabeça abrindo a bolsa e pegou uma calcinha preta de renda. — Isso já é demais, Adam! — Lindsay vestiu a peça íntima e soltou uma risada. — Você não a esqueceu, não é?

       — Claro que eu esqueci, Lindsay, eu não queria... — Ela me interrompeu.

       Tentei tocar o braço dela, mas a mesma me deu um tapa forte na mão.

       — Cala a boca, seu mentiroso! Só me procure quando você tiver certeza que não a quer mais. — Mais uma vez, ela rodou o quarto do Hotel e se sentou na cama. — Eu estou cansada disso, Adam! CANSADA! — Gritou e eu respirei fundo.

       — Quer saber? Vai embora, então! Para bem longe, de preferência. — Lind me olhou assustada e negou com a cabeça terminando de colocar a sapatilha. Quando ela levantou da cama, eu pude ver seus olhos lacrimejados e a culpa me consumiu. — Lind, eu...

        — CALA A BOCA! — Ela foi em direção da porta, mas eu fui mais rápido, ficando na frente. — Sai, Adam! — Continuei parado. — SAI! — Ela gritou tão alto que eu me assustei e dei passagem para ela, que saiu tão rápido que eu mal pisquei."

       Eu sempre ferro com as coisas, impressionante.

       Me levantei da poltrona e comecei a andar de um lado para o outro, pensativo e intrigado. Eu precisava voltar para a Inglaterra o quanto antes, Nova York nunca me fez bem e nunca fará. Quando Lind se recuperar, vou implorar para voltarmos para Londres e de lá iremos para a Grécia. Eu odiava esse lugar com todas as minhas forças e a única coisa que tive de bom aqui, foi a Mary, mas que eu depois perdi.

       — Você vai fazer um buraco no chão... — A voz rouca da minha namorada me tirou do meu pequeno conflito e eu andei em passos largos até a cama onde ela estava.