XXI

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(Não revisado)
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Entre nós

Por Adam:

Não faça isso, Adam... Meu subconsciente me avisou milhões de vezes, mas eu estava tão perto, que mal conseguia raciocinar direito. Ela me olhava, intensamente, e sua pupilas estavam dilatas e seus lábios rosados entre abertos. Aquela indecisão estava presa entre nós dois, tentando nos avisar as consequências de fazer o errado, mas também era a própria tentação. Eu queria beijar aqueles lábios, queria fazer tantas coisas com eles, mal a Mary sabia.

O que estava acontecendo entre nós dois? Estávamos com outras pessoas, que eram nossos opostos. O Dylan era o sonho da Mary, não arruma confusão, é companheiro e a ama, já eu não conseguia ser a metade do cara perfeito que ele é. A Lindsay era o oposto da Mary, mesmo sendo uma boa pessoa, é esnobe e superficial, porém não me julga. E a Mary e eu merecíamos cada pessoa que tínhamos como companheiros. Nós dois éramos o oposto um do outro, mas dizem que os opostos se atraem, não é? E eu sei disso mais que qualquer pessoa...

     Eu precisava que a Mary se afastasse de mim, ela era a mais consciente de nós dois e sempre sabia o que estava fazendo. Ela é leal demais ao relacionamento dela, mas eu sentia que se eu a beijasse, a mesma iria acabar cedendo todos os meus desejos e isso seria o nosso fim. Por mais que eu quisesse sentir o gosto da boca dela, eu precisava ter a certeza que não iriamos estar presos a outras pessoas.

      — Eu... — Balancei a cabeça e desviei o olhar para frente. — Eu tenho que levar você... — Engoli em seco sem encara-la

    Pelo canto dos olhos, observei a Mary morder os lábios de nervosismo e esfregar as mãos uma na outra. Apertei a chave do carro e o mesmo ligou. Eu precisava me concentrar na estrada e esquecer que a Mary Angel estava do meu lado. Ela ficou o caminho todo com a cabeça encostada na janela do carro. Eu seguia o GPS que me levava para a casa do Dylan e eu já estava ficando de saco cheio da voz do robô.

      — Adam... — Ela me chamou e eu respirei fundo. — Eu não quero ir para a casa do Dy... — A olhei rapidamente e franzi a testa. — Me leva para qualquer lugar que quiser, mas se você não tiver nada para fazer e...

     — Os meus planos era ir para o Clube jogar futebol com alguns amigos meu... — Comento apertando o volante. Até que a Mary não seria uma má companhia. — Mas se você não se importar de ir comigo, por mim tudo bem. — Dou de ombros.

     

     Eu estava muito ofegante e um pouco machucado. Eu levei um baita tombo quando começou a chover no campo e o meu braço está ralado, assim como o meu joelho. Foi um pouco engraçado confesso! A Mary quando me viu cair, saiu da arquibancada e veio correndo me ajudar. Ela ficou toda ensopada pela chuva estar cada vez mais forte, mas não me deixou. Eu iria continuar jogando com os caras, mas como a Mary Angel é uma das pessoas mais mandonas que eu conheço, tive que parar para ela cuidar dos meus machucados.

— Você é pior que criança, Adam. — Ela sorriu passando o algodão com álcool setenta no meu machucado. Fiz uma careta de dor e ela revirou os olhos. — Se você ficar mexendo o braço, eu vou jogar esse vidro de álcool em você. — Apontou para líquido.

— Você é pior que a minha mãe. — Digo com um sorriso presunçoso no rosto.

— E você é pior que a minha prima de 12 anos. — Ela me dá um tapa no ombro quando mexo mais uma vez o braço.

— Pode ter certeza que eu faço muito mais coisas que sua prima. — Digo em um tom malicioso e ela revira os olhos. — Você fica tão sexy revirando os olhos, lembra quando eu te chupava e... — Ela colocou a mão na minha boca e fez uma cara feia. Lambi a palma de sua mão e senti um leve gosto de álcool na minha língua.

Nossas verdadesOnde histórias criam vida. Descubra agora