XLIX

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(Não revisado)

O melhor "normal"

Por Adam:

Quando o Lyan me mandou mensagem falando que a Mary tinha saído da aula por conta de um comentário maldoso, a única coisa que eu fiz foi me vestir e sair correndo de casa. Eu tentei ligar para ela algumas vezes, mas a mesma desligou em todas as vezes, o que me restou ver a localização dela pelo rastreador. Eu estava com muita raiva! Eu deveria ter escutado a Mary de manhã, era melhor ninguém saber que ela estava grávida, ainda mais de mim. As pessoas naquela faculdade são horríveis e as notícias correm rápido! Eu me lembro que quando a Hanna espalhou o vídeo para as pessoas, mais da metade da faculdade tinha visto e olha que a Universidade de Nova York é gigante e tem mais de 50 mil estudantes. Eu sempre esqueço que quem sofre as consequências é a Mary e não eu. Não estudo mais na NYU, mas sei como anda as coisas lá e o Prédio de medicina adora cuidar da vida da Mary.

Estacionei o carro na porta do Starbucks e desliguei o carro. Era bem óbvio que a Mary estivesse aqui, ela é movida a café. Entro na cafeteria e procuro com o olhar por ela, mas não a encontro, vou indo mais para o fundo e a vejo na última mesa, com os fones de ouvido e um livro na mão. Vou chegando devagar e sento na sua frente. A Mary olhou para mim no mesmo instante e voltou a ler o livro, me ignorando, então fui obrigado a puxar o livro de sua mão e retirar um lado do fone.

— Me deixa em paz! — ela disse tentando tomar o livro da minha mão, mas eu a impedi.

— Por que você saiu da aula? — perguntei mesmo já sabendo o motivo.

     — Ah, por que será? — ela revirou os olhos — Por sua culpa, Adam! Se você não tivesse feito aquela cena de manhã...

— Agora é minha culpa? — franzi a testa — Eu fiquei preocupado, ou você se esqueceu que está grávida?

— Não, eu não me esqueci. Mas não queria que ninguém soubesse. — a Mary apoia a mão em cima da mesa e me encara furiosa.

— As pessoas iriam saber de qualquer jeito! — me defendo e respiro fundo, me acalmando — A sua barriga está começando a ficar aparente, uma hora todos iriam saber, é inevitável.

— O problema não é eu estar grávida, e sim eu estar grávida de você! — ela da um tapa fraco na mesa e eu balanço a cabeça — As pessoas ficaram cochichando sobre mim o dia todo. Eu tenho um namorado, todos ali conhecem o Dylan, e eu estar grávida de você não é legal para mim. Só falta eu ser chamada de vadia agora.

— Mary, a verdade é que nós dois somos vadios. — digo dando de ombros — Transamos várias vezes enquanto estávamos com outras pessoas, a Nina é apenas o resultado do nosso caráter. — digo o óbvio e a Mary abaixa a cabeça.

— Eu não quero me vitimizar nesse momento, mas... — a voz dela embargou — Eu sempre planejei a minha vida, Adam, eu queria que a minha vida fosse diferente. Eu queria terminar a minha faculdade, arrumar um emprego bom enquanto eu fizesse a especialização e quem sabe depois de tudo, poder me casar e ter filhos... — ela me olhou e eu pude ver uma lágrima solitária cair — Mas aí você apareceu e... — a Mary me olhou e deu um meio sorriso — bagunçou a minha vida, mas de um jeito bom. Eu queria um amor e veio exatamente isso para mim, e até melhor! Você foi muito especial, Adam, e eu queria que a gente tivesse dado certo. Mas vivemos em um campo de guerra. Somos tão diferentes, mas nos damos bem...

— Nos damos bem até demais... — comento com um tom malicioso e a Mary revira os olhos.

— Você é muito safado para o meu gosto! — ela diz tentando esconder um sorriso, mas foi falho — Quero ver quando a Nina arrumar um namorado ou namorada e...

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