Promessa

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Notas iniciais do capítulo

"Devemos prometer somente o que podemos entregar e entregar mais do que prometemos." - Jean Rozwadowski

Estou diante de três portas. Tudo está mais silencioso e não consigo saber para onde ir. Uma porta a frente, uma a direita e outra à esquerda... Só me resta gritar.

–Anette! Mateus!

Nada. Respiro fundo temendo encontrar o corpo de algum dos dois. Minha mente dá voltas só ao pensar isso.

–Anette... Mateus!

Decido ir pela porta dupla à minha frente, mas ao segurar a maçaneta com minhas mãos, a porta da esquerda se abre, mostrando um rapaz de mais ou menos vinte anos de idade. Ele está com uma arma na mão olhando para mim. Seu rosto é meio arredondado, com bochechas bem proeminentes e algumas espinhas avermelhadas na pele. Sorrio ao vê-lo.

–Matt, cara... Te achei finalmente. – Ele respira fundo.

Me aproximo dele e aperto a sua mão.

–Don... Você viu Anette?

–Cara... Vi sim. Estávamos em um quarto do hotel nos protegendo, daí apareceu uma dessas criaturas estranhas e eu vim pro corredor mata-la... Ouvi seus gritos depois disso.

–E... Como ela está?

–Cara, acho que não quer nem olhar na sua cara. O pai dela morreu, parece que ela pensa que tudo isso é culpa sua.

–Ah, eu já imaginava.

–Então, cara... Eu estou bem também, sabe?

–Ahh... Desculpe-me. Que bom que está bem, Don. Eu realmente fico feliz em te ver são e salvo. Mas... Como chegou até o hotel?

Ele abre a porta, indicando um corredor pelo qual devemos seguir.

–Bem... Viemos pra cá com aquele professor de vocês, o Thompsom. Adormecemos no carro e eu acordei aqui dentro. Aquele cara deve ser um maldito canalha, ele... Ele matou o pai da Anette, cara! Não dá pra tolerar isso. Se eu o visse, dava um tiro na sua cabeça.

–Ainda não entendo o porquê de vocês terem vindo...

–Ah, cara... Aquele professor disse que veio aqui e te encontrou perdido, caçando mitos... Ele disse que só a gente poderia te convencer a voltar e inclusive – ele tira um papel do bolso de trás da calça – encontramos essa carta sua num dos murais da faculdade.

Pego o papel das mãos dele e respiro fundo. É claro, tudo isso foi culpa minha. Estou levando meus amigos para a morte e preocupado com a existência desse mundo sobrenatural. Talvez eles fosse mais importantes do que tudo isso. Começo a sentir ódio de mim mesmo, deveria logo morrer de uma vez, pular em um desses penhascos se se estendem por qualquer rua dessa droga de cidade. Seguro o papel firmemente em minhas mãos.

–Bem, chegamos!

Ele bate na porta do quarto 218 do hotel. A porta abre e vejo olhos de preocupação e desespero: Anette. Ela olha pra mim com uma expressão de raiva.

–Porque veio atrás de mim?

–Uoooouuu, calma aí mocinha. Sei que vocês devem ter algum lance amoroso aí, mas acho que é a hora errada de lavar a roupa.

Ela olha pra Don com uma expressão de desprezo como se ele fosse o pior indivíduo da Terra. Ele dá de ombros e se aproxima da janela do quarto, olhando em direção ao lago. Sinto-me grato por ela ter feito isso, pois eu bateria nele em outras circunstâncias.

Silent Hill: O ArtefatoOnde histórias criam vida. Descubra agora