Amigo novo

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Notas iniciais do capítulo

"Para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça. No sucesso, verificamos a quantidade e, na desgraça, a qualidade." - Confúcio

A maçaneta finalmente faz um giro completo e a porta se abre bruscamente. Eu, Don e Anette ficamos completamente horrorizados com a visão de um corpo musculoso, com algum tipo de veste estranha de cirurgião segurando uma espada a qual arrasta no chão com o peso e com um enorme triângulo enferrujado substituindo a cabeça. A criatura grita quando o tiro de Don acerta ele.

–Mas que diabos é isso cara?

Tento pensar rápido enquanto Anette se esconde atrás de mim. A criatura vai se aproximando aos poucos resistindo aos tiros de Don e aos meus. Recuamos para trás até batermos na janela.

–É isso! A janela! Don e Anette pulem a janela enquanto eu distraio essa coisa. Já consegui sair vivo uma vez, posso fazer isso novamente.

–Certo.

Don dá alguns tiros na janela e eu avanço para o Cabeça de Pirâmide que ergue a espada. Atiro nas pernas da criatura, mas não vejo muita reação a não ser os gritos da coisa. A espada deixa a criatura um pouco mais lenta e como sou magro, consigo me mover com agilidade um pouco além do normal, o que faz com que tenha certa vantagem contra a criatura. Olho em direção a janela e vejo Don e Anette pendurados na varanda.

–Vão logo! – Grito.

A criatura desfere um golpe com sua espada que não me acerta por pouco. Corro em direção ao corredor, fazendo com que a coisa me siga e é exatamente o que ela faz, demonstrando mais interesse em mim do que em Anette ou Don. O barulho da espada é ensurdecedor, causando dor aos meus tímpanos. Pra completar, o local está podre e enferrujado. Desço correndo as escadas e de repente os degraus se desfazem debaixo dos meus pés: estou caindo. Bato com a cabeça no chão desmaiando em seguida.

...

–Matthew?

Abro os olhos. O lugar está completamente escuro e o cheiro podre está espalhado por todo o lugar. Olho pra cima e não vejo absolutamente nada.

–Toma aqui...

Vejo uma luz se aproximando, a minha lanterna sendo segurada por alguém que não consigo ver exatamente quem é. A minha mochila também está em suas mãos.

–Eu peguei o Selo de Metatron que estava jogado ali no chão. Coloquei dentro da mochila.

–O... Obrigado.

Pisco os olhos enquanto pego a lanterna das mãos da pessoa. Pela voz, é Mateus e torço por vê-lo quando conseguir empunhar a lanterna e visualizar o rosto dele. Para a minha alegria, é exatamente o que acontece: Mateus está com a mochila nas mãos esboçando alguma espécie de sorriso.

–Pensei ter perdido você, rapazinho... – falo enquanto sento em meio às grades enferrujadas que substituem o chão – evite sumir de novo.

Mateus se aproxima de mim, sentando ao meu lado. Sinto-me impelido ao abraçar com um dos meus braços e afagar o cabelo cacheado do garoto com a outra mão. Ele sorri e ficamos ali por alguns minutos, sentados.

–Que bom que estamos juntos de novo – falo sem ter que pensar muito, apenas com base em minhas emoções.

–Também acho – ele sorri – é bom sairmos daqui antes que aquela coisa apareça. Essa porta do hotel está aberta. – Ele aponta para uma porta dupla dentro do hall principal, o mesmo lugar onde eu havia encontrado o diário.

Silent Hill: O ArtefatoOnde histórias criam vida. Descubra agora