Strong Of Character - Holocausto

Um Strong Owl deve sempre estar preparado para surpresas inesperadas.

Faz exatas três semanas desde que Jimin surtou em seu próprio velório. O garoto havia retornado de maneira que surpreendesse qualquer um, com suas habilidades, forças e poderes complexamente aprimorados. O que, é claro, compreendo bem por ter sido agredido por ele. Entretanto não só eu quem sentira o vigor que possuía a raiva e ódio convicto de Park em seus punhos, como Áurea, membros do C.D, Julian, Maggie — que fora merecido, por sinal — e outros dois alunos que tentaram impedi-lo. Foi preciso mais de treze pessoas para acalmá-lo e leva-lo a enfermaria, o que levou muito mais que meia-hora.

Todos os alunos encontravam-se embasbacados, porém não era de considerar inusitado o fato de seu renascimento. Qual é, fazemos parte de um internato onde a maioria da porcentagem é de seres celestiais e os que pertencem ao submundo. Os poucos mundanos que estudam aqui não chegam a desconfiar que existam mesmo seres sobrenaturais residindo e convivendo 24h ao lado deles, contudo, seria mais prudente que eles achassem espantoso o tipo de evento. É exatamente pelo tipo de choque e confusão emocional que o nome de Park Jimin ronda a escola inteira, mas o que não sabem é o fato de que ele não havia ressuscitado. Não levaria muito tempo até que as enfermeiras descobrissem a evidente estranheza em Jimin e diriam, pela parte lógica, que era a forma que seu subconsciente encontrou para lidar com tanta informação — uma vez que seu corpo ''chegara'' a Strong totalmente dilacerado, quase irreconhecível.

É difícil passar dias na tentativa de me conformar com sua suposta morte e, mesmo que tê-lo é bem mais agradável que não o ver nunca mais, é o tipo de sensação que não almejo obter. Acontece que ninguém estava preparado para a situação, nem mesmo Áurea que fizera a bruxaria — grande história. De qualquer maneira temos um pacto e é óbvio que mesmo se não o tivéssemos — uma vez que sou conhecido por não seguir regras e comandos — teria que me afastar de Jimin totalmente. Tinha atrapalhado sua vida e missões que poderiam estar concluídas devido à minha ambição e egoísmo e como se não fosse o bastante acabei me apaixonando por ele, só pra variar. Errei com Jimin uma vez, não estou disposto a traí-lo novamente. Nunca imaginei que diria a frase clichê bastante utilizadas em filmes românticos totalmente bregas: Por mais que acabe com meu interior e psicológico, prefiro vê-lo bem, mesmo que não seja comigo. O que, parando para analisar, é a verdade mais dolorosa que eu teria que assumir daqui em diante. Afinal, o essencial é apreciar seu sorriso cativante novamente e quem sabe assistir de primeira mão Jimin gostando de outro cara — ou garota.

— Minhas bruxarias nunca dão errado. — Áurea comentou, aplaudindo a si mesma como costumava fazer. — O que foi, amorzinho? Achei que gostaria da notícia.

— E gostei. — Sorri, embora não estivesse a fim de conter ou não demonstrar sentimentos para ela.

— Eu não. — Taehyung murmurou, entristecido e levemente zangado.

— Só porque Jimin voltou e você está com Hoseok? — A bruxa moveu-se até mim lentamente, a saia rodada rosa-forte contradizendo o rosa-bebê de sua meia arrastão inteiramente sensual. O cropped branco dava ênfase à pele desnuda da barriga.

— Fala isso como se eu estivesse o usando. — Tive a impressão de que Kim revirou os olhos antes de jogar o travesseiro no canto direito da minha cama e suspirar, exausto.

— E não está? — Tombou a cabeça para o lado direito e expôs os dentes brancos e cruéis para ele.

Kim Taehyung acomodou-se receosamente e dissera, por fim:

— É claro que não.

Áurea caminhou em volta da minha cadeira, o indicador tocando a base do material giratório e aparentemente frágil. A expressão não demonstrava nenhum tipo de vínculo afetivo em relação à situação de Taehyung. Assim que parou perante a mim, arfou dramaticamente.