Independente de qualquer coisa um Strong Owl não se esquece de seus propósitos.

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— Você beijou o Jimin? — James gritou, eufórico antes que eu entrasse na aula de filosofia. O professor não havia chegado, então havia alguns alunos perambulando pelo corredor como se houvessem coisas melhores para fazer.

Parei no batente da porta, respirando fundo. Que. Porra. É. Essa? O dia começou com uma notícia muito boa, sabia que tinha algo fora do eixo.

— Ele o quê? — Apoiei o ombro ao batente frio e Carter engoliu em seco. Taehyung parecia nervoso, puxando a gravata da garganta como se aquilo fosse seu único refúgio.

— É que... — Carter tentou amenizar a situação, porém ele sabia que havia feito merda e era uma questão irreversível. Além de que eu sabia que Jimin seguiria em frente, afinal, ele nem se lembra do meu nome. Acontece que não sabia que a amnésia poderia mexer com seus neurônios e fazê-lo gostar de Taehyung, fala sério.

— O Hoseok sabe que você é um filho da puta? — Ri, é inacreditável. — E ainda teve coragem de me apontar o dedo, caralho.

A postura de Kim se enrijeceu e me aproximei dele, sentindo o sangue por entre minhas veias agitarem-se veementemente.

— Ainda não. — Ele murmurou e os poucos alunos que estavam presentes na sala contorceram os semblantes. Logo Jung saberia. Tem que ser muito foda para esconder algo na Strong. E se não fosse por eles ou pelo próprio Taehyung, eu faria a caridade de falar a Hoseok como um conselho de amigo.

— Eu faço esse favor.

— Como se você ligasse para as pessoas. — O tom de voz se elevou e o cara se levantou para ficar do meu tamanho. Nossos olhares eram rudes, o tipo de briga que com certeza o internato adoraria presenciar. Um lobo esquisito contra o demônio ridiculamente apaixonado.

— Eu quero que o Jimin siga em frente. — Agarrei a gola de sua camisa preta, elevando-a cruelmente. Sentia o fogo invadir meus olhos e a vontade de fazer o que queria há muito com Taehyung me inundar.

A mão esquerda dele fechou em meu pulso enquanto contraía severamente o maxilar e senti meu coração palpitar abruptamente pela ansiedade em desferir em Taehyung todos os sentimentos que me obriguei a conter.

— Você deveria desejar o mesmo. — Minha respiração agia com dificuldade, como se um a gorda da Penny tivesse que correr dois quarteirões para pegar seus biscoitos na promoção. — Aposto que você que tomou a atitude.

— E foi. — Rosnou, sibilando cada palavra lentamente. — Mas não me arrependo de nada.

— Você tá fodido, Taehyung. — Larguei a gola de maneira que o impulsionou para trás, fazendo com que as carteiras rangessem ao choque do metal contra o metal.

Subitamente os alunos começaram a entrar em sala, alguns com o aparelho celular em mãos, outros sentando em seus respectivos lugares enquanto sussurravam qualquer merda que viesse a cabeça. Não tínhamos nos distanciado de como estávamos, portanto o professor Bruce Miller, magricela porém intelectual colocara as mãos em nossos ombros, afastando-nos.

— Nada que o dialogo não ajude, garotos.

— Estamos conversando ainda, senão teria quebrado o nariz desse otário.

— Vocês precisam entender que agressão somente mostra o quão fracos são.

— Já fui forte o suficiente. — Encarei a armação quadrada dos óculos de Bruce em seu rosto desnutrido e atônito. — Ele merece a consequência que vai ter.

— Apenas precisam esfriar a cabeça. — Empurrou Kim para o lado oposto do qual eu estava, que não comentara absolutamente nada desde que Bruce chegara. Pulguento de merda. — Iremos falar disso em aula como seres pensantes. — Ele encarou os outros adolescentes, sorrindo minimamente. — Sei que no fim das contas não vamos precisar envolver a diretoria e os membros do C.D porque seremos racionais.

Strong Of Character - HolocaustoOnde histórias criam vida. Descubra agora