Os Strong Owls não devem revelar sua ''bitch'' interior.

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Francine sentou-se desordenadamente em minha cama, mancando por conta do joelho. Havia feito força em demasiado desde a festa e ele apenas havia lesionado.

— Tem que parar de ser teimosa.

— Não dá em nada. — Enrolou a faixa após passar o spray diclofenaco, rasgando a ponta que sobrara e a transformando em duas. Em um laço gracioso, amarrou as limitações. — Só que é um tédio ficar sem treinar, qual é. Que injustiça.

Ri quase inaudível, compreendendo seu tédio. Possuiria o mesmo efeito sobre mim caso me tirassem a arte. Que, por citar a matéria maravilhosa que me cativa — Junto com a dança, é claro. — Tinha que pensar em um alvo para a minha pintura. Outrora a opção seria Taehyung, porém está fora de cogitação tentar me reaproximar dele desta maneira, até porque Francine arrancaria meus olhos caso o fizesse. Precisava falar com Jimin sobre... Wright é minha melhor amiga, mas em questão a arte ela não entende muita coisa e talvez se sentisse mal por não conseguir me ajudar.

— Mas, então — Se ajeitou sobre a cama, esparramando o corpo despreocupado sobre o colchão. — Pegou alguém da festa?

Encarei-a com um risinho automático. Conan era o tipo de cara sensível e artístico, que se tornava sensual por sua inteligência, embora houvesse muita exuberância em sua aparência física.

— Ou melhor... Eu peguei?

— Só mostrou seus peitos pra todos da roda.

— Sério? — Ergueu o corpo, sustentando-o em seus braços musculosos. — Que legal. — Sorriu como se mostrar os seios estivesse em sua lista para o que fazer antes de morrer.

Além de que teve o repulsivo do Ethan Ferro que tentou se aproveitar da situação da melhor maneira. Como quando impediu a briga entre Taehyung e Jimin ou retornou a propor desafios patéticos a ela. Porém ela ficaria contente em saber que não beijou a boca nojenta dele.

— Mas eu fiquei com Conan.

— Jura? — O sorriso alargou-se ainda mais, os olhos diminuindo por conta dos enormes e cativantes lábios e dentes que Francine possuía.

— E tem mais. — Ela apoiou os cotovelos sobre a coxa, totalmente interessada. — Na frente do Taehyung.

— Caralho, Hoseok. — Se levantou, inclinando-se rapidamente para atacar uma almofada em mim e saltar de alegria. — Te criei da melhor maneira. — Berrou, transmitindo sua euforia. — Que orgulho da porra.

Abaixou-se para me dar um abraço abrupto, porque seu joelho flexionado doía a qualquer movimento, embora a faixa impedisse que ela o dobrasse firmemente.

— Mas e Jimin?

— Ficou babando com o abdômen do Jungkook.

— Ah, mas ele vai me ouvir. — Apontou o dedo indicador para mim, inteiramente incrédula. — Dá pra acreditar? Mais um venerando um cara com Jungkook. — Ela revirou os olhos, bufando intensamente. — Quer dizer, ele é gostoso, mas tem muitos outros por aí.

— Ele fisgou o coração de Jimin.

— Nem se atreva a falar isso! — Gesticulou, expelindo sentimentos invisíveis do ar. — Onde ele esteve? Não o vi hoje.

— Só sei que madrugou cuidando dele.

E realmente era tudo que sabia. Não o vi nas aulas e aparentemente esteve evitando me ver. Provável que pela situação com Taehyung, mas não acho que seja apenas isso.

— O quê? — Vociferou, pasma e aturdida.

— E eu estive com Taehyung. — Tentei amenizar a situação de Jimin. Francine é o tipo de amiga que te daria uns bons cascudos por conta de homem, ainda mais quando ela presenciou a sua decepção amorosa e automaticamente sentiu ódio por eles.

Os lábios entreabertos estavam chocados.

— Te proibi de falar com ele, garoto.

— Ele precisava.

— Então que deixasse outra pessoa fazer a caridade por ele. — Retornou a sentar, extraindo os longos fios de cabelo de seu rosto. — Pelo menos você ficou com Conan, pra variar. Mas eu tinha te avisado que Taehyung não era um bom partido.

— Acho que nem Conan. — Balbuciei e ela arregalou os olhos. — Estou meio cansado de me envolver com essas pessoas sem algo a mais.

— Pode parar. — Acenou com as mãos e depois se abanou como se estivesse calor repentinamente. — Você é intenso, já sei.

— Isso...

— Mas tem que ser uma vadia intensa. É diferente.

— Como assim, maluca? — Gargalhei com as expressões de Francine, forçando os lábios à protuberância enquanto semicerrava as sobrancelhas.

— Ficar com alguém é gostoso, não é?

— Sim. — Respondi hesitante, porque não sabia o que ela esperava ouvir ou como interpretar sua questão.

— E você vai reservar todo o seu corpinho e boca por conta dele?

— Não é por ele.

— Não mente, amigo. É sim. — Ela riu novamente, tornando em um assunto hilariante o meu desespero.

— Isso é porque você é viciada em sexo.

— Pode até ser. — Dedilhou o dedo indicador no respectivo rosto, ponderando as grandiosas informações que raciocinavam habilmente em sua mente. — Você tem que ser livre, sei lá. Pra que se apegar agora, sabe?

Suspirei e ela bateu palmas, atraindo meu olhar que há pouco se direcionou para o chão.

— Relacionamentos só trazem dor de cabeça. Você precisa viver um pouco.

Não iria basear minha vivência ruim em outras possíveis experiências, mas até que faz sentido. Ela tem razão. Pode ser o paraíso, mas dependendo das ocasiões, torna-se a destruição. Ficando com Conan e esclarecendo a ele que não é nada sério e que temos a liberdade de ficar com outras pessoas. Na verdade tinha que conscientizar a mim mesmo disso, porque ficar e se apegar facilmente é um dos meus piores defeitos, os que Francine mais odeia.

— Vamos jantar. — Proferiu lentamente, não dissipando o sorriso evidente em seu rosto. A garota já reconhecia que havia conseguido me convencer. Afinal, era a melhor opção a escolher. Esquecer Taehyung e conhecer novas pessoas me parece ser prazeroso e, aliás, se sentir desejado não é tão ruim quanto parece.  

Strong Of Character - HolocaustoOnde histórias criam vida. Descubra agora