Deixei a ficha de Jeon Jungkook com o técnico Kelel Denner, um homem com fios grisalhos e possuía o tipo de físico muito definido para sua idade, o que o tornava um velho jovial. E, embora ele não fizesse nada pelos olhos especulativo de seus atletas íntimos, a maior parte das garotas desconfiavam de que ele era pansexual. Quer dizer, não haveria problema algum se Kelel não se envolvesse com alguns dos jogadores de seu time. Porém eram hipóteses que nunca foram afirmadas.
Fazia quatro dias desde que cheguei à Strong e é inacreditável a forma como as novidades percorrem o internato. Um passo em falso e todos já estão sabendo antes de você mesmo descobrir o erro. Contudo, o lado bom de estar sendo vigiado pela maioria dos alunos é que finalmente pertenço a algum lugar. Talvez Jungkook não goste de como irei deixar o quarto com o máximo dos meus objetos de madeiras, porém posso dar a ele uma nova escrivaninha e finalmente arrumar aquele quarto completamente desorganizado e tenho minhas dúvidas se ele começara todo o desleixo por preguiça ou por Park Jimin.
Todos me consideram como o-cara-virgem-da-túnica-dourada e por mais que não gostasse desse tipo de apelido, até que parecia legal me enturmar. Quer dizer, na Strong tem variedades incríveis de pessoas, o que custa tentar sem parecer um retardado como Jungkook costuma me olhar?
— Oi. — Taehyung acenou assim que atravessei o campus, inteiramente perdido em qual aula teria daqui a quinze minutos.
— Você está melhor. — Suspirei, contente. Jeon Jungkook esteve com tanta raiva dele desde que descobriu sobre o beijo com Jimin que achei que, desta vez, havia ter verdadeiramente uma morte. Aliás, estou envolvido de certa maneira. Tinha acabado de descobrir sobre o que rolou, mas tentei mentir na cara dura e Jeon não me aparenta ser o tipo que esquece esses pequenos detalhes. Em relação e ele regressei ao zero. — Ainda bem.
— Nada de tão preocupante. — Ele alongou as costas e seus músculos tensionaram à regata. — O que é desgastante é ficar de saco cheio de tanto ouvir o Bruce Miller sobre como era ser um humano pensante e não poder sair, fala sério.
— Na verdade foi sim. — Gargalhei, o que me distraiu de toda a tensão que o retorno dos ralés também me causaram. — Que péssimo — Retribui com uma risada, porque aquele dia foi desesperador.
— Viu o Jimin por aí?
— Acho que não é uma boa ideia ir falar com ele agora.
— Tem razão. — Tornou-se inerte temporariamente para que pudesse pensar.
— Hoseok? Piorou.
— O jeito é esperar as coisas acontecerem?
— É melhor esperar elas se acalmarem se isso for mesmo possível.
Ele riu explosivamente, embora houvesse um toque de aflição em sua sonoridade.
— Mas não se preocupa, não aconteceu nada demais entre Jimin e Jeon. — Mencionei por conta do desconforto de Kim Taehyung. Flertes e paquera é considerado nada demais, até porque Jungkook não se atreveria em tocar em Jimin outra vez, por mais que quisesse muito.
— É meio difícil lidar com isso quando os dois estão juntos no internato. — Disse suavemente, como se houvesse receio e medo em si. — Quando eles estavam na missão eu...
— Você se preocupava, mas não fazia ideia de que realmente fosse acontecer. E agora que você sabe tá ficando maluco.
— Basicamente isso. — Coçou a nuca com seu sorriso mínimo em forma quadricular e acabei fazendo o mesmo. Taehyung se importa tanto com Park Jimin que considero injusto de minha parte não falar sobre o lance de Crowler e os ralés. Jungkook não aprovaria, eu sei, mas e se algo ocorrer e Kim tiver algo que possa retribuir para que isso não aconteça? Quer dizer, eu sei que sem dúvidas ambos não trabalhariam em equipe outra vez, mas talvez pudesse ter alguma possibilidade de tornar o assunto menos desesperador.
— Sabe que Crowler conseguiu fugir, né?
Taehyung me encarou por segundos antes de responder, como se seu cérebro houvesse travado.
— Não sabia.
— Entendo... Jungkook não contaria.
— Mas e agora? E se ele voltar e descobrir que Jimin está vivo?
— Eu não quero ter que pensar nisso...
— Mas temos, você sabe.
Permaneci calado, andando para a recepção. Disseram que à tarde teria algumas correspondências entregues de parentes aos alunos e todos estavam ansiosos porque normalmente era em período de aula. Não que eu me recusasse a estudar, mas acontece que minha mente esteve pensando em tantos assuntos ultimamente que esteve me deixando louco.
— Acha que Áurea tem alguma coisa a ver?
— Eu não sei. — Balbuciei sinceramente, porque nunca sabia o que esperar das pessoas. Tenho o azar de sempre confiar em pessoas erradas. — Jungkook disse que iria descobrir.
— Ele é um feiticeiro, James. — Retorquiu, tornando estúpido o que havia dito, mas sabia que era por conta de sua frustração em tudo que Jeon estava relacionado.
— Jungkook conseguiu prender ele por um tempo. — Dei de ombros, dando atenção aos sons envolventes que eram pisar nos cascalhos secos e ouvi-lo esmagar por sob minhas solas. — Tem chances de conseguir fazer de novo. Só não se mete, tá? — Inqueri retoricamente, mesmo que soubesse que Taehyung iria desejar ficar por dentro das notícias. — Sabe com Jungkook é. Ele não quer envolver as pessoas pra tentar resolver essas merdas sozinho.
— E vamos esperar Jungkook fazer alguma coisa? E se ele decidir vir até o internato e matar todo mundo?
— Você não conhece o Crowler como Jungkook conhece. — Parei no meio da trilha de ladrilhos reluzentes ao ouvir Taehyung esbravejar todo o ar que havia em si. — É a verdade. Você não lutou com ele e nem sabe os pontos fracos daquele...
— Merdinha? — Complementou, irritadiço. — Sei que Áurea é a isca e que a qualquer coisa ele pode...
— Pois é, o Jungkook também sabe e ele vai dar um jeito.
Retornei a caminhar para a recepção dos alojamentos dos garotos. Alguns se sentavam à poltrona e liam livros, outros encontravam-se nas escadas, trocando qualquer que fosse a conversa, mas que provavelmente relacionasse o quanto as garotas do Renton tem os melhores seios e estrutura física, apostando quem deles ficaria com alguma delas, analisando-as como se realmente tivessem chances.
— Então por que me disse?
— Porque querendo ou não você fez parte.
— E eu só servi pra você até ali?
— Não disse isso.
— Mas foi o que quis dizer, porque aquele demônio desgraçado pode ser mais inteligente e forte que eu.
— Taehyung...
— Você sabe que eu posso ajudar! — Vociferou, perdendo totalmente o controle da entonação em sua voz.
Os garotos nos encararam e riram descontroladamente. Estávamos discutindo como um casal brigaria e era até compreensível que ele se sentisse inferior e insuficiente perto de Jeon Jungkook, afinal, Park Jimin teve a ''opção'' de escolhê-lo durante anos e preferiu Jeon, portanto ele não esperaria que eu fosse fazer o mesmo. Poderia ser que ele precisasse desesperadamente de apoio emocional e pelo visto havia perdido Park e Hoseok de uma só vez.
— Então fale com ele. — Elevei as mãos, sinalizando trégua. — Quebra seu orgulho e tenta não sair aos socos com ele outra vez.
— Ele não vai deixar, Carter.
— E você acha que ele quer me ouvir falar de você? — Respirei fundo, arrastando-o para as escadas de cima, onde ficavam os corredores para os quartos dos garotos. — Além de que ele pode precisar de um lobo. — Sussurrei apenas para que ele ouvisse.
— Jungkook nunca vai admitir isso.
— Eu sei, então seja convincente.
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Strong Of Character - Holocausto
أدب الهواةApós renascer de uma morte planejada, Park Jimin perde metade de suas lembranças e dependera dos exames para compreender se a amnésia pode ser momentânea ou se irá intensificar conforme o tempo. Porém o tempo é exatamente a duração relativa que o fa...