Os Strong Owls devem lavar suas próprias roupas.

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Girei a tampa do amaciante, colocando o pouco vestígio do bom aroma que exalava no recipiente dentro da máquina de lavar roupas. Estavam todas lá dentro, organizadas perfeitamente. Fechei a garrafa e a arremessei dentro do tanquinho na outra extremidade da lavanderia.

O calor do lugar invadia meu corpo, me fazendo retirar o blazer e me recordar de que também precisava ser lavado. O lancei dentro da máquina e abaixei o tampo, que se recusava a fechar. Havia algo de errado com o trinco que permitia que elas permanecessem ali ao rodar.

— Senta aqui. — Ordenei e Jimin me encarou com uma expressão inteiramente duvidosa. Dei alguns tapas no tampo da máquina e ele cessou com os olhares para o respectivos dedos, caminhou até o tanquinho e pegou a garrafa. Moveu-se até a máquina de lavar, deixando cautelosamente a garrafa acima do tampo.

Semicerrei os olhos e ele sorriu sem expor os dentes antes de pegar impulso e se sentar acima do tampo.

— Nós nem participamos direito do Verdade ou Desafio. — Cruzou as pernas lentamente, girando a garrafa de amaciante acima da máquina ao lado sem funcionamento algum.

— Eu não quero fazer isso. — Dobrei as mangas da camisa social branca, levantando ambas acima dos cotovelos.

A máquina começara a cumprir suas funções, girando e transmitindo os sons agudos por sua velocidade. Afastando-se, Jimin se movimentara para trás, de forma que a junção de sua coxa e perna encaixasse perfeitamente ao alinhamento do objeto que se mexia com prontidão.

— Olha. — Apontou, com o corpo tremulo por conta da máquina. — Escolho verdade.

Respirei profundamente. Fazia algumas horas desde que tínhamos chegado e isso explicava os potes de frutas e muitas latas de Sprite espalhadas pela lavanderia e mesmo que eu estivesse enrolando para ele desistir e me deixar sozinho como o planejado, Park fazia questão em me acompanhar. Não adiantava ser rude e fazer seus olhos dilatados lacrimejarem, ele conseguia ser mais grudento do que Áurea. A diferença é que eu meio que estive gostando disso...

— Não vai rolar. — Cruzei os braços, observando Jimin apoiar o peso de seu corpo em seus próprios braços.

— Eu vou sair daqui.

— Sem essa. — Sentei no banquinho preto, apoiando as costas na parede.

— Para de ser chato, então.

Cocei a testa como um sinal de impertinência. Por mais que a presença de Jimin me fizesse bem, os motivos de tentar afastá-lo repetiam-se incessantemente em minha consciência. Sabia que parte de todo esse interesse era para tentar extrair algo de mim e talvez o segredo fosse desgastá-lo um pouquinho.

— Eu te desafio. — Empurrou a garrafa de amaciante ao chão, que tilintou e rolou até mim. Meus olhos dedilharam o corpo estremecido de Park Jimin paulatinamente antes de encontrar suas íris.

— Tudo bem... — Suspirei, exausto. Toda a euforia e eletricidade de Jimin estavam me matando e não porque ele é muito animado ou coisa do tipo. Mas sim porque eu sabia como manuseá-las, porém não tinha a permissão de fazer isso. Se fosse o Jungkook de antigamente com certeza aproveitaria essa oportunidade para tentar seduzi-lo com essa brincadeira maliciosa e depois leva-lo para cama. O problema está em: eu não queria ir apenas para cama com Jimin. Não ansiava somente ter pequenas partes suas ou possuir e não poder me gabar para todos que finalmente havia conseguido e que poderia ser que me tornei um idiota completamente apaixonado. — O que você quer?

— Vem aqui. — O dedo indicador movimentou-se na direção dele, gesticulando para que eu andasse até ele. Reconheço o que ele almeja fazer.

Levantei, caminhando até o corpo curvilíneo. A postura de Park se endireitou assim que parei diante da sua estrutura física loucamente sensual. Os fios negros caíam sorrateiramente para os olhos, deslizando de maneira singela.

Strong Of Character - HolocaustoOnde histórias criam vida. Descubra agora