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Eu já havia saído da casa de Augusto, já era noite e eu decidi ir andando para casa, não era muito longe, apenas alguns minutos.

- oi Cailly- uma voz me assustou, quando percebi era aquele homem

- que porra é essa? Vai ficar me perseguindo? Você tem ficha na polícia, se eu gritar que você é um assaltante ou molestador você sabe que as coisas não serão fáceis de explicar- eu disse e comecei a andar mais rápido

- você sabe meu nome?- ele continuou vindo atrás de mim- meu nome é Caio- pude ouvir ele rir- talvez sua mãe te deu esse nome para combinar com o meu

- não, ela me deu esse nome porque significa mulher bonita- eu encarei ele- e eu sou linda

- é mesmo- pude ver ele sorrir 

- você pode sair de perto de mim? Você me incomoda muito- falei

- eu sou seu pai- ele se aproximou mais

- ah, claro papai- deu risada- e onde você estava quando eu nasci? Quando disse a primeira palavra ou quando dei meus primeiros passos? Onde você estava quando eu tive minha primeira crise de ansiedade? Ou na minha primeira tentativa de suicídio?- cruzei os braços- ah é mesmo papai, você estava preso, você estava na prisão, onde habitam os marginais... E é isso o que você é, você não passa da porra de um bandido nojento

Voltei a andar e ele ficou para trás, não continuou me seguindo. Eu estava com muita dor de cabeça, eu não tomei o remédio no horário certo, somente de manhã, deveria tomar agora a noite também, mas já perdi o horário.

°°°

Quando cheguei em casa, sem fazer barulho, abri a porta, tirei o tênis e caminhei lentamente até meu quarto, passei pela sala e observei minha mãe deitada no sofá, provavelmente estava dormindo. Já no meu quarto eu me deitei na cama e desbloqueie meu celular e olhei o Instagram por alguns minutos. Logo recebi uma mensagem de um número desconhecido, era o garçom, eu não faço ideia de como ele conseguiu meu número, mas eu fiquei feliz em receber mensagens dele. Conversamos durante horas até que eu acabei pegando no sono.

Acordei com o som no aspirador na sala, me levantei e tomei banho, coloquei as mesmas roupas de semana, uma calça jeans e a blusa do colégio, deixei meu cabelo solto, passei gloss e logo sai do quarto indo até a cozinha, onde minha mãe estava tomando café.

- Sandra pega meu remédio por favorzinho- disse me sentando, ela voltou com um copo d'água e um comprido, tomei rapidamente e logo comecei a tomar café- posso ir a praia?- perguntei e mordi o pão de queijo que segurava

- fazer o que?- minha mãe perguntou seca

- ver meu amigo- respondi

Ela não falou mais nada, então eu entendi isso como um "sim". Terminei de tomar café e logo sai de casa, peguei um Uber em direção a escola quando cheguei la encontrei Matheus e Anne, logo o sinal tocou e fomos para sala

filha do tráfico - segundo livroOnde histórias criam vida. Descubra agora