filha do tráfico - segundo livro

25

{AVISO DE GATILHO}

O final de semana passou e eu estou aqui, mais um dia na escola. Sábado eu passei o dia com as meninas, e domingo o Bê me levou no shopping, fomos no cinema depois fomos comer, foi o final de semana perfeito.

- senhorita Cailly- o meu professor de português me chamou

- eu?- ele confirmou com a cabeça- pode falar

- quando foi a última vez que você leu um livro?- ele se aproximou da minha mesa

- a uns dois meses atrás- eu falei

- qual livro?- ele questionou

- tudo nela brilha e queima, é um livro de poemas- eu balançava a caneta azul

- você se lembra de algum poema? Poderia falar ele? Para toda a turma

- tá de brincadeira comigo?- ele negou com a cabeça- tá bom... "a única vez que perguntei para minha mãe se ela nunca mais se apaixonou ela falou que o único homem em que ela confiou a deixou em pedaços."- eu disse alto para que todos conseguissem ouvir

- parece ser um bom livro- o professor sorriu

Logo ele continuou a perguntar para os outros alunos quais os livros eles estavam lendo, e trechos do mesmo. O primeiro horário acabou e fomos para o pátio. Anne havia faltado hoje, então estávamos eu e Clara comendo.

- eu tenho que ir na biblioteca- falei limpando meus dedos sujos de mostarda

- fazer o que?- Clara perguntou

- o que eu vou fazer na biblioteca? Comprar carne? - falei e ela deu risada

- idiota, quer que eu vá com você? Lá é tão vazio, da medo

- não precisa, volto rapidinho- me levantei

Eu caminhei no meio daqueles alunos, passei pelas salas, os corredores vazios é relativamente assustador. Eu entrei na biblioteca, o lugar estava escuro, e muito empoeirado, os alunos nunca vem aqui. Eu estava a procura de um livro chamado O código de da Vinci, eu assisti um filme, e eu sinceramente preciso do livro

- Cailly?- ouvi uma voz me chamar, eu olhei em meio as prateleiras e pude ver Augusto com mais alguns amigos- está se escondendo gatinha? Temos que nos resolver

Devagar eu fui andando para o outro lado, no meio daquela escuridão, a única luz que entrava ali era por uma fresta da janela que estava entre aberta. De costas eu caminhei, até que esbarrei em alguém

- achei você- Augusto sorriu- está fugindo de mim? Eu te fiz algum mal meu amor?

- você é muito sonso- falei irritada, e logo me virei para sair mas os outros três amigos estavam na minha frente- da licença

- já falei que ainda não nos resolvemos- ele me puxou para ele

- me solta, não tenho nada para resolver com você- tentei me soltar de sua mão que segurava meu punho- eu vou gritar

- gritar?- ele deu risada e logo começou a gritar- grita Cailly, grita muito, mas as paredes aqui são a prova de som, lembra que a biblioteca tem que ser um lugar silencioso?

- o que você quer?- perguntei, meu coração estava prestes a sair pela minha boca

- sexo- ele disse calmo- você me deve sexo