filha do tráfico - segundo livro

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Estava comendo batata frita junto com Anne no pátio da escola, era o horário do intervalo, não vi Augusto hoje, talvez tenha faltado.

- meninas- Matheus se aproxima com a menina nova- vocês já sabem que essa é a Morgana

- eai- eu sorri

- oi- Anne fala, seca desde sempre

- a partir de hoje ela vai andar com a gente- Matheus sorria

- e desde quando você decide algo?- Anne jogava ketchup nas batatas

- vai se foder- Matheus riu- ela é uma mina daora

- você fala?- perguntei

- sim, eu falo- ela finalmente disse algo

- fica ai que eu vou pegar alguma coisa pra comer- Matheus disse já saindo

Ela se sentou em um dos bancos de concreto ao redor da mesa, conversamos sobre várias coisas, Anne aparentemente gostou dela. Matheus voltou com algumas coxinhas e duas latinhas de coca cola

- ei Cailly- Maitê, a menina da minha sala me chamou- você é mesmo uma vagabunda- ela deu risada

- vai se foder garota, nem te conheço, quem te deu liberdade pra me chamar assim?- gritei com ela

- você não sabe?- ela continua rindo

- o que você sabe e nós não Maitê?- Anne pergunta super calma

- daqui a pouco vocês descobrem, assim como toda a escola- ela saiu andando

- Deus que me perdoe, mas eu mataria essa menina- Morgana fala

- todos aqui matariam- Matheus disse de boca cheia

- porco- falei jogando uma bolinha feita com o guardanapo nele

°°°

As aulas acabaram, e eu fui caminhando até a praia, chegando lá fui direto ao quiosque, me sentei em uma das mesinhas de plástico que havia ali e esperei por ele.

- tá fazendo o que aqui doida- sua voz surgiu e eu senti meu coração acelerar

- vim ver o melhor garçom do Rio de janeiro- eu sorri, percebi que ele estava sem o avental que usava nos outros dias- você não tá trabalhando hoje?

- estava... Mas meu turno acabou mais cedo hoje, você deu sorte em me encontrar- ele se sentou em uma das cadeiras- como você está loirinha?

- sei lá... Eu conheci meu pai- dei risada- sinceramente preferia não ter conhecido

- ele não é uma boa pessoa?- ele perguntou

- não muito... Mas isso não importa, vim aqui ver sua carinha e saber como você está

- eu tô bem, um pouco cansado, mas estou bem- ele coçou a nuca

- eai Cailly- um menino surgiu junto com um grupinho de outros meninos

- eu te conheço?- perguntei

- não, mas a gente te conhece- um deles deu risada

- da onde? Instagram?- perguntei confusa

- que nada gata, você não tava vendendo uns pack? Ta muito caro em, não pensa em cobrar menos?- ele ria

- pack? Fotos minhas? Você deve estar se confundindo- dei uma risadinha sem graça

- você não é essa aqui?- ele me mostrou o celular, onde havia uma foto minha... Uma das fotos que Augusto tirou

- que porra é essa?- Bernardo alterou o tom de voz- apaguem essa porra

- ou o que?- um dos meninos deu risada- ela tá vendendo essas fotos, o problema é dela se vazou

Eu não sabia o que fazer, me levantei da cadeira, peguei minha mochila e sai andando, pude ouvir Bernardo me chamando, mas eu não podia perder tempo com mais nada daquilo. O primeiro táxi que surgiu eu entrei dentro. Eu vou até a casa de Augusto, eu vou matar ele com as minhas próprias mãos.