22

1.7K 92 5
                                    

Estávamos sentados em uma mesinha de plástico, comendo hot dog no meio de praça pública, eu nunca me senti tão feliz como estou hoje. Todos os problemas que eu tinha, qualquer coisa que me causa problemas, eu esqueci. O momento é meu e dele.

- tá ficando tarde loirinha- ele olhou o celular

- ah poxa, mas tá tão divertido- eu fiz um biquinho- não quero ir embora agora

- eu combinei com a sua mãe que você estaria em casa antes da meia noite- ele me olhou- sua mãe... Ela é a Lívia, ela era a fiel

- você disse bem... Era- eu sorri- eu odeio ter esse homem como pai, ele é nojento

- ele é uma pessoa boa Cailly... Só faz muita burrada

- seu pai trabalha com ele né?- perguntei

- sim mas, não compare meu pai com o CL- ele disse

- me diga com quem andas que direi quem tu és...- eu vi seu olhar desapontado ao ouvir minhas palavras- foi mal, saiu por impulso

- tá tudo bem loirinha- ele se levantou- vamos, eu vou te levar pra fora do morro, pra tu achar um táxi

°°°

- o táxi chegou- ele disse vendo o carro estacionar

- boa noite bê- eu sorri

- a única pessoa que me chama assim é minha mãe- ele me encarou

- ah, desculpa...- falei cabisbaixa

- eu gosto que você me chame assim- ele sorriu- boa noite loirinha- ele beijou minha testa eu pude ver o escapulário em seu pescoço

- se cuida- eu falei- até qualquer dia

- talvez esse dia esteja próximo- ele disse e sorriu sem mostrar os dentes- agora vai logo doidinha

filha do tráfico - segundo livroOnde histórias criam vida. Descubra agora