𝔢𝔦𝔤𝔥𝔱𝔢𝔢𝔫

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Deixo a bolsa em cima da cômoda e Anthony pega no sono em segundos. Fico deitada na cama sem nenhum sono, embora o dia tenha sido bastante cansativo. Resolvi ligar para meus pais avisando sobre a viajem e, para Gabriel, que merece saber porque eu vou estar fora da cidade todos esses dias.

── No Caribe?! - Minha mãe grita, depois que conto a notícia pra ela.

── É, mãe, no Caribe. Eu sei o motivo do qual vou pra lá, mas como é supresa, não posso contar pra ninguém. - Falo. ── Acho que são duas ou três semanas que vamos ficar lá... e ainda não sei onde vamos ficar, exatamente.

── Eu te carreguei cerca de nove meses dentro da minha barriga Carolina, você devia me levar junto! - Ela diz. Dou uma risadinha. ── Mas, divirta-se. Eu e seu pai andamos pensando em nos mudar daqui, também.

── De Nova Iorque? Pra quê? - Falo.

── Não temos nada aqui. Todos os seus tios, estão todos no Brasil. Então decidimos ir pra lá, mas no fim de ano, não se preocupe. - Ela diz.

── Certo... no Brasil? - Pergunto. Ela concorda e, continua falando várias coisas para mim. A todo momento eu concordava, mas ainda estava com a cabeça na mudança deles. Depois que desliguei, fui a minha próxima tarefa, Gabriel. Ele não atende, então deixo um recado.

── Oi! Tudo bem? Eu vou ficar algumas semanas fora de Nova Iorque... Espero que você se adpte bem no trabalho... tchau! - Falo, e desligo. Nos momentos seguintes, fico olhando para o teto e pensando. Concluí que estava sem sono, então só fui beber água na cozinha, que demorei um pouco para achar.

Lembrei que precisava começar a estudar se quisesse ainda sim, entrar em alguma Universidade. Agora com meus pais querendo sair daqui, terei que começar a ser um pouquinho mais independente. Não que eu não fosse antes, mas muitas vezes, deixava Anthony com eles, e agora não tenho ninguém.

Nem sei se quero continuar aqui também. Eu não tenho muitas amizades, não tenho emprego, e nem sei porque estou aqui ainda. Vim pra cá em busca de refúgio, esquecer de tudo, e tratar da minha gravidez com meus pais, já que eu não tinha ninguém além de mim mesma. Mas de resto? Esse lugar não significa mais nada.

Peguei um copo de água e pensei: Talvez eu devesse voltar para o Brasil também. Tenho saudades da comida, e dos momentos que passei lá. Sou mais chegada naquele lugar, mesmo que ele desencadeie um dos meus traumas, que foi o acidente de Arthur.

De repente, sinto algo esbarrar em mim com tanta força que quase caio no chão, se não fosse pela bancada. Me segurei, mas não segurei o copo de vidro, que em dois segundos já estava espalhando diversas partículas no chão. Pulei de susto e torci para que ninguém estivesse acordado.

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maratona 3/6

Empty Space | Volsher. [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora