𝔱𝔴𝔢𝔫𝔱𝔶 𝔣𝔬𝔲𝔯

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𝕮𝖆𝖗𝖔𝖑

Volto à realidade, lentamente, abrindo os olhos pela claridade da janela aberta. Fico feliz por Crusher ainda estar deitado ao meu lado, e, surpreendentemente, me observando.

─ Oi. - Ele sorri e beija meus lábios. Dou um sorriso, e percebo meu corpo um pouco dolorido, mas da melhor maneira possível. ─ Queria que você não saísse daqui hoje... - Ele sussurra, passando o dedo pelas mechas caídas em meu rosto.

Um arrepio preenche meu corpo, e eu curvo os lábios em concordância.

─ Eu também queria. - Respondo, no mesmo tom baixinho.

─ Então não vai, fica aqui comigo, o dia todo... - Diz ele. Não consigo esconder uma expressão animada. Ele se vira e fica em cima de mim.

─ Eu tenho um filho. - Falo. Seria muito importante dizer nessa hora; nós temos. E, tudo que não quero pensar nesse momento são em milhares de reações ruins que ele podia ter com tudo isso. ─ E tenho uma linda praia para ver. - Complemento, tocando a ponta de seu nariz.

─ Pode ir parando aí, rosa. - Ele me impede de me mover. ─ Você não vai sair daqui como se eu não fosse o cara de 3 anos atrás que te fez a garota mais feliz do mundo...

─ Como você tem tanta certeza disso? - Arqueio uma sobrancelha, e dou uma risadinha. ─ Sim, você me fez. E ainda faz. - Dou uma ajeitadinha em seus cabelos bagunçados, da forma que eu sempre gostei de vê-los.

─ Então fica aqui me diz mais coisas, quero saber de tudo. Você mal abriu aquela caixinha ontem... aliás, aonde você colocou?! - Ele pergunta.

─ Eu? Você me impediu, e sabe com o quê. - Falo. Ele faz uma cara cheia de malícia. ─ Mas, não sou tão boba assim, eu trouxe pra cá quando voltamos. - Me estico e puxo a caixinha debaixo da cama. ─ Eu não tenho quase nada...

E ficamos assim pelo resto da manhã. Não sabia que horas eram, e não me importava tanto assim. Ele me perguntava coisas, e eu respondia da forma que lembrava, detalhe por detalhe. A personalidade dele não mudou, nunca mudou, e eu ficava cada vez mais adimirada de estar com o mesmo Arthur de anos atrás.

Ainda estava com um pingo de culpa que, se pensasse muito, viraria um mar de culpa por estar escondendo acima de tudo um filho dele. A situação anda tão boa... que chego até a pensar que seria melhor eu deixar em segredo tudo isso. Mas eu não aguentaria esconder algo tão grande dele.

Só ele não percebe o quanto a genética puxou para ele, tirando os olhos. Ele ainda não viu o documento do Anthony, que sim, contém "Ramos" primeiro. E espero que não descubra isso sozinho, que eu conte para ele.

Mas, um passo de cada vez. Sei que dessa vez que contei a verdade sobre sua memória sua reação foi boa, mas, não garanto que será da próxima vez. Depois de ele me segurar por mais alguns minutos na cama, eu finalmente consigo criar forças pra sair dali. Fui ver Anthony, obviamente. Eu sabia que ele não acordaria cedo, então, como Bárbara queria que fôssemos para a praia bem cedinho para aproveitar, tive que acordar meu pequeno.

── Mamãe? Aonde você estava? - Ele pergunta, esfregando os olhos. Eu o pego no colo, indo em direção ao banheiro.

── Eu só levantei para beber água. - Sorrio, com um pouquinho de dor ao andar. Pois é, acho que exageramos. Mas depois de todos esses anos, a saudade foi tão grande, que mergulhar no amor dele nem me fez pensar nas consequências depois, e não me importaria de ficar com essa dor só para acontecer tudo de novo.

── Hoje nós vamos na praia?! - Ele pergunta, com um gritinho e um sorrisinho no rosto. Faço que sim com a cabeça e abro o chuveiro, tirando a roupinha dele.

── Olha só, você não vai na água sem mim, e não vai sair de perto de mim também, ok? Não quero te perder, e muita coisa de pior pode acontecer se você se distanciar e não me obedecer. - Dou um beijinho na testa dele.

── Tá bem. Eu vou poder abrir os baldinhos também?! - Ele pergunta, enquanto eu entro no chuveiro junto com ele.

── Claro! - Respondo.

── Mamãe, me desculpe por ter falado para o tio Arthur que você tinha fotos dele. - Ele diz. Paro de me esfregar e olho pra ele. ── É que eu queria que ele fosse meu novo papai...

── Tudo bem Anthony. - Eu sorrio. ── Eu só não gostei que vocês estivessem tendo conversinhas sobre mim sem eu saber! - Falo. Ele fica quieto, com os olinhos abaixados. ── Mas eu te perdoo, tudo bem. - Falo. Até porque não foi culpa dele, e de certa forma, ele ajudou. Eu passo um sabonete no corpo dele e nós vamos para o quarto. Fiquei quase vinte minutos tentando escolher um dos shortszinhos que comprei.

E, ao mesmo tempo, fiquei pensativa sobre Anthony querer que ele seja o pai dele. Poderia ser qualquer um outro... eu até achei que ele estivesse gostando do Gabriel. Embora os dois estivessem se dando bem, ele ainda preferiu que Arthur fosse o pai dele. Não precisa preferir, já que ele já é. Coloquei um shorts jeans por cima da parte debaixo do biquíni, e desci junto com o Anthony.

── Bom dia Carol! - Diz Babi, passando por mim com um óculos de sol.

── Bom dia tia Babi! - Disse Anthony. Eu me aproximei e a abracei, indo lá fora ver o clima. Victor estava colocando as coisas em um uma caixa de isopor, e Gaby vendo as cadeiras de praia. Fazia um tempo bem grande que não ia à praia, e não posso negar que estava ansiosa pra ver a cara do mar depois de tanto tempo.

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Perdoem o capítulo curto, estava e estou sem inspiração, e não queria deixar vocês sem nada. Um bjo!

Empty Space | Volsher. [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora