FALÊNCIA

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CARLA

Todos os depoimentos foram dados. Tivemos que esperar na sala. Guzman não mudou o que tinha visto sobre a mulher saindo correndo. Obviamente a polícia não acreditou porque estávamos todos chapados, mas Samuel acreditou. E eu sabia que ele faria algo a respeito. Quando a vaca da Ana nos libera, eu resolvo ir para a empresa. Samuel foi comigo.

Ele fica sentado na frente da minha mesa, observando enquanto eu analisava o laptop de Valério.

— Ele recebia vários e-mails ameaçadores.- viro a tela para Samuel. Pego a minha estátua decorativa e fico a rodando na mão,pensativa.- Quando eu assumi os negócios do meu pai, metade do que era da família de Lucrécia acabou. Mas, isto não liga com a mulher que Guzman viu saindo de casa. Você acha que se Lucrécia fosse visitar Valério, ele diria alguma coisa?.- Samuel assente, olhando os e-mails. Meu telefone fixo toca, puxo o do gancho atendendo.- Ah, olá doutor Adrian.- Fico em silêncio ouvindo o que ele diz sobre a defesa de Valério.- Sim, iremos tentar tirar uma confissão dele. E que seja uma confissão justa para que ele saia dessa. Se tiver dúvidas sobre seu serviço, olhe os números na sua conta. Abraços, amore.- Desligo o telefone, e Samuel levanta seu olhar pra mim.- O quê?. É para ver que não estou de brincadeiras.

— Vocês ricos fazem cada coisa.- Ele digita algo no laptop de Valério.

— Como se você não fosse, Samuel.- dou risada, sabendo que o salário dele tinha aumentado muito.- Mas, prefiro ainda te ver andando de bicicleta. É mais sexy.- Passo a ponta do salto na perna dele.

— Ficará difícil encontrar respostas com você me provocando desta maneira.

— Podemos dar uma pausa.

LUCRÉCIA

Abro a porta da casa de Valério, e para minha surpresa, tinha caixas jogadas para todo lado. Garrafas caríssimas de bebidas. Desvio das bagunça, e meu salto faz barulho no chão, chamando a atenção de alguém que sai do corredor que levava aos quartos da casa de Valério. Engulo seco. Tanto tempo que eu não o via. Tanto tempo que eu não sabia onde ele estava. Tudo que eu havia conquistado era sem ele.

Mantenho a minha postura, eu queria entender o que meu pai estava fazendo no apartamento de Valério. Não sabia se ligava para Samuel, não sabia se ligava para alguém dar assistência. Eu estava perdida no seu olhar que somente se desviou do meu, quando olhou ao redor do apartamento vendo o caos.

— Valério me deixou ficar enquanto eu não arrumasse nenhum lugar.- Diz baixo, parecia sentir vergonha.

Começo a andar pelo apartamento, coloco minha bolsa na mesa de jantar de Valério.

— O filho que você colocou para fora de casa te acolheu. Interessante. E na onde você enfiou o seu orgulho?. No seu rabo?.- Olho para ele.-Sabe papai, eu me lembro perfeitamente do que você fez comigo e com Valério, e nós dois conseguimos provar para você que nunca precisaríamos do seu dinheiro para sermos alguém. E cá estamos nós.

— Eu não poderia ir atrás de você. Você está nos Auge dos negócios, super milionária, iria me esnobar como está fazendo neste momento.- Ele puxa uma cadeira e se senta, relaxando os ombros. Suas vestes era de podridão.

— Isso quer dizer que a mesada que mandava para a mãe de Valério, acabou papai?.- Dou risada.- Como este mundo da voltas.

Puxo uma cadeira também da mesa de jantar, me encostando na superfície de vidro.

— Lucrécia eu não quero ouvir suas estupidez. Vim atrás de Valério porque sabia que ele ia me acolher.- Dou de ombros.- Acho que minha diferença contigo é porque tu não foi sincera comigo.

— Não. As nossas diferenças foi quando você me expulsou de casa e me jogou no mundo. Esperando que eu mendigasse seu dinheiro. Mas, eu estou tão orgulhosa de poder te encontrar novamente e ver que nada do que você fez deu certo.- Dou risada olhando em volta.- Os negócios deram ruim, não é papai?. O pai de Carla parou de fornecer o ouro, as mães de Polo caíram. E ninguém, iria querer fazer negócios com um homem que aceita os dois filhos terem um relacionamento.

— Eu sabia que tinha sido você. Eu sabia!. Você espalhou a fofoca na revista. Você acha certo viver assim com Valério?.- Fico parada fingindo estar pensando em algo.

— Quem você acha que é para me dizer como viver a minha vida?. Não dependo do seu dinheiro. Tenho a minha empresa de moda e administro a com perfeita clareza dos meus atos. Eu devolveria todo centavo que gastou comigo, mas, eu quero que você me diga o porquê Valério está na prisão. E quem tentou me matar.- Falo séria, o encarando.

— Eu não sei de nada disso.

— Bom, se essa é tua palavra final, eu quero te lembrar de duas coisas. A primeira é que.- Me levanto, ajeitando a cadeira no lugar novamente.- Valério me deixou sempre tomar conta do seu apartamento.- ele levanta o seu olhar para mim.- E se eu me recordo bem da maneira que me disse, a lei permitiu que você me sustentasse até os dezoito, e foi estudando e por mérito, que eu me formei, fiquei rica e não preciso de nenhum homem. Isso eu me Inspirei na parte que você sempre achou que mandaria na minha vida. Eu sempre achei que os meus estudos valeriam a pena para você, mas valeu para mim. Porque me mostrou que eu fui muito melhor sem você bancando tudo. E o mesmo digo de Valério, que apesar de tudo, hoje ajuda nossa melhor amiga administrar uma empresa. E todos nós queremos ele solto, porque eu sei pai, que Valério jamais faria algo. Você teve a sua chance de me dizer o que está acontecendo, não me disse, ótimo.- Dou uma leve pausa com uma risada.- Por isto, com base da lei, a lei permite que eu te expulse daqui sem precisar de alguma justificava. Lembra quando fez isto comigo?. O veneno dói mais quando desce pela nossa garganta, não é mesmo?.- abro um sorriso irônico.- Fora daqui. Valério não merece um lixo como você na casa dele. Ou melhor, nossa. Fora. Eu te dou dois dias para ir embora daqui.- Olho nos olhos dele.- Não me de motivos para querer acabar com você. Você teve a sua chance. Sinto muito papai, mas aqui você não fica.

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