CARLA
Existe um pedaço de nós de quando viramos mãe, acreditamos que nada mais importa. E naquela manhã que observei meus filhos tomando café, eu pude perceber que essa frase fazia sentido. Eles são meus pedaços, minhas riquezas mais profundas, e nenhum dinheiro comprava aquilo. Com certeza estamos tentando recomeçar, é muito difícil, o sequestrador está foragido, e ninguém tem ideia do que poderia influenciar. Mas, olhando os dois conversando animados, mesmo que irão para a terapia hoje, me deixa com o coração quente.
— Onde o papai foi?.- Marquês me pergunta.
— Ele foi pro trabalho. Papai está protegendo vocês dois.
Eu ia começar uma conversa animada, quando a empregada avisa de que Romeu estava me esperando na sala. Franzo o cenho, Samuel não queria ele aqui, e ele sabia disso. Caminho até a sala, sentindo um nervoso me atingir, eu não estava me sentindo confortável.
— Oi Romeu.- o cumprimento com um gesto, cruzando os braços.- Algum problema?.
— Não, na verdade eu só queria ver como estava as crianças. Fiquei muito preocupado com você.- uno as sobrancelhas.- Sei que Samuel não gosta disso, mas, eu resolvi vir escondido.
— Estou bem. Minha família está completa novamente.- Ele se aproxima, me causando desconforto. Vou andando para trás, e quando bato na parede, sinto o desespero me invadir.- Romeu?.
— É tão fácil conseguir o que eu quero sem ele aqui,Carla.
— Helou querido, pode se afastar da minha amiga?.- Solto o ar quando vejo Lucrécia no meio da sala, segurando uma bolsa. Romeu se afasta e então vai embora, e só assim eu pude respirar. Minha amiga me abraça, deixando me sentir protegida.- calma Carla, ele já foi.
— Não sei como vou contar isso pro Samuel, Romeu deve estar por de trás de tudo.- confesso, sentindo a garganta secar.
— Vamos ter calma. Eu pedi pra todos virem aqui olhar as crianças, você pode ir atrás de Samuel se quiser, a gente promete que cuida dos dois. Rubia está com Valério, se não eu teria a trazido pra brincar.- assinto, me sentando no sofá, enfiando os dedos entre meus cabelos. Eu estava tão cansada.
— Sinto que esse desespero nunca vai acabar.
— Tenho certeza que Samuel está dando um jeito.
A noite chegou, Ander e Omar conversam animados com os gêmeos, enquanto Lucrécia e Guzman falam sobre o Egito para Samuel. Eu estava quieta mexendo na minha massa no prato, rodeada por molho branco. Eu sentia um embrulho no estômago constante, como se a qualquer momento uma bomba iria cair na minha cabeça. Olho para Samuel, ele me encarava, como se quisesse me decifrar, desvio o olhar rapidamente, sentindo a tensão invadir ainda mais.
— Nádia está vindo para cá.- Omar nos conta, percebo o olhar de Guzman, acho que não havia algo certo ali.
— Eu chamei Rebeka para participar, mas, aparentemente ela não quer se envolver no aniversário de Rubia porque odeia Samuel.- Lucrécia fala enquanto enrola o macarrão no garfo.
—Já faz tanto tempo, não vejo motivo para ela odiar o fato de que Samuel fez uma escolha.- confirmo.
— Ela está bem. Eu e o Omar fomos na casa onde ela está morando.- Ander fala enquanto oferecia legumes para o Marquês.
O celular de Samuel vibra em cima da mesa, fazendo me olhar para a tela, enquanto os outros comentavam da casa de Rebeka, eu observei. Ana. Eu me lembrava dela. Encaro o, vendo ele ficar desconfortável e virar a tela para baixo. Em um instinto obsessivo de ódio, me levanto da mesa, saindo para algum lugar da casa que eu não precisasse conversar com ninguém. Não demora muito e ele me encontra no jardim de inverno.
— Não é o que você está pensando.
— E no que eu estou pensando?.- viro me pra ele.- Em como você anda escondendo as coisas de mim?. Sobre suas horas no trabalho que parece não ter fim?.
—Você está me acusando de traição?.
— Eu não tenho tempo para jogos, Samuel. Romeu veio aqui hoje e só não me agarrou porque Lucrécia apareceu.- percebo ele ficar rígido, enquanto eu me aproximava dele.- Se pensa que eu irei ficar chorando enquanto você passa tempo com uma infeliz fardada, você está enganado. Ao contrário de você, muitos dariam tudo pra estar comigo, e até assumir as crianças. Então não brinque comigo, Samuel. Eu não tenho preguiça de ir embora.
Resolvo seguir para a sala novamente, retomando o jantar. Conforme as horas vão passando, as crianças dormem e ficam todos na sala. Eu estava bebendo vinho, comentando com Lucrécia sobre as roupas que uma nova garota da empresa estava usando, e ela como sempre alimentando meu veneno. Samuel não parava de me olhar, como se quisesse fazer uma fusão de mim e dele. Bom, eu não estava ligando.
—Valério está com Rubia?.-pergunto para Lucrécia.
— Sim, daqui a pouco eu preciso ir, desde que Guzman terminou tudo com Nádia, aparentemente eu tenho dois bebês para cuidar.- dou risada, levando a taça até a boca.- Então... O que está havendo no seu casamento?.
— É um casamento, o que você esperava?. Se você quer viver longe de problemas, fique longe de casar.- rebato.
— Caso precisar fugir do tampinha de garrafa, você me avisa, tenho uma cobertura maravilhosa.- tombo a cabeça para trás rindo.- Preciso da sua ajuda pra uma coisa.
— Se estiver ao meu alcance...
— Quero visitar Polo.- olho rapidamente pra ela.- Eu sei. Mas, acho que chegou a hora de eu me permitir pedir desculpas.
— Isso é bem profundo, Lu. Desde quando você é profunda assim?.
— Ei, vocês duas.- olhamos para Guzman que nos chamava.- Qual das duas transou com Romeu primeiro?.
Agora está tudo fodido, trocando olhares com Lucrécia, naquele momento era bem difícil.
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FASCINE II & FASCINE III
FanfictionAgora a briga é entre todos eles. O sangue não foi derramado, mas precisam descobrir quem deseja isso. Nunca haverá um inocente por de trás de uma grande história de amor. Quem é o culpado por tentar matar Lucrécia?. FASCINE III O desaparecimento...