GRANDES FINAIS PARA GRANDES HISTÓRIAS

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SAMUEL

Abro a pasta do processo. Balanço minha caneta entre os dedos vendo até onde tinha chegado toda aquela bizarrice do Valério. Eu havia conseguido deter o pai, e a mãe, e seriam obrigados a depor. Qualquer burrice que aquele sem noção falasse, ele poderia prejudicar meus planos, e todos estavam contando comigo.
Suspiro forte, eu estava exausto, depois que tudo isso acabasse, com certeza eu pediria para que eu e Carla viajasse para algum lugar.

— Promotor García, o acusado.- Diz o juiz, e então encaro o Valério. Respiro fundo me levantando. Ando até ele. Olho para os advogados dele que Lucrécia havia contratado.

— Conte o que aconteceu naquela noite.- Começo.

— Eu já disse. Eu fiquei louco das drogas e ataquei Lucrécia porque queria.- Respiro fundo. Eu estava perdendo a paciência.

— Pare de mentir.- encaro ele friamente. O juiz protesta e eu ignoro.- Pare de enfiar sua vida na merda, Valério.- O juiz protesta mais uma vez e me ameaça tirar do julgamento. Suspiro voltando pro meu lugar, eu já tinha dito para os advogados de Valério ficarem com as testemunhas que eu tinha arrumado. Me sento exausto na cadeira, Valério estava sendo um grande babaca.

— Eu gostaria de chamar a primeira testemunha.- diz o advogado Marcos, a porta se abre e o pai de Lucrécia entra. Me encosto na cadeira, afrouxando minha gravata.- Sandré.

—Vá direto ao ponto.- Sandré responde seco.

— Você tem algo para nos dizer?.- Pergunta o advogado.

— O que eu tenho a perder não é mesmo?. Perdi meu dinheiro. Minha fortuna. Tenho uma puta como filha.-ele respira fundo, neste momento começa um alvoroço no julgamento.- Um drogado. Não tenho nada a perder a não ser assumir que me uni a mãe de Valério para matar Lucrécia. Vingança. Tínhamos vontade de ver o sangue dela. Ela é a culpada por termos perdido tudo. E aí, veio esse imbecil e estragou tudo naquela noite!.-Sandré se levanta da cadeira exaltado.

Olho para a Lucrécia e seus olhos estavam fervendo ódio, diferente dos de Valério, que parecia carregar uma dor imensa.

Começa uma grande conversa entre todo mundo, alguns dizendo que Valério ainda continuava merecendo ser preso, outros de que Sandré tinha enlouquecido.
Me levanto indo até o juiz.

— Você acredita que isso pode ser verdade, García?.- Pergunta referente ao depoimento de Sandré.

— Sim. Eu acredito. E acho que o melhor lugar pra ele é em uma clínica. Ele e Olivia.

— Tudo bem. Tudo bem.- O juiz era um grande amigo meu, seus cabelos grisalhos decretava o tamanho quantidade de anos de trabalho. Ele se vira para a mesa e mexe no processo. Volto para a minha.

Olho para Carla, ela estava vestindo um vestido solto e fofo, porque segundo ela, estava gorda demais pra vestir algo justo. Isso porque era apenas dois meses de gravidez. Ela me dá um sorriso reconfortante. Sorrio sem mostrar os dentes e volto a atenção aos papéis, assinando o acordo judicial.

— Com base de todas as provas que adquirimos, e das loucuras que ouvimos, não tenho outra decisão a não ser pedir um acordo para o acusado Valério, e uma medida de prisão para o senhor Sandré em uma clínica.- Diz o juiz. Me levanto com o acordo.

FASCINE II & FASCINE IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora