FASCINE II & FASCINE III

DILEMA FAMILIAR

SAMUEL

Arrumo a minha gravata em frente ao espelho do banheiro da sala de Carla. Passo a mão no cabelo, tento subir a gola da camisa para esconder o chupão que a louca havia deixado, mas não deu muito certo. Saio do banheiro dela abotoando minhas mangas da camisa, Carla estava deitada no seu divã azul mexendo no laptop de Valério, vestindo sua lingerie e meu paletó.

— Eu não aguento ver você assim.- Confesso, me sento ao lado do seu corpo. Deslizo minha mão para dentro do paletó, fazendo carinho na sua barriga.- Descobriu alguma coisa?.

—A mãe de Valério não está mais no Chile. Acho que isto pode ajudar, não pode?.- balanço a cabeça dizendo que sim.- O que eu não consigo entender, é esse dilema familiar entre eles e Valério com Lu. Eu sei que é a Lu que ele quer ver na prisão e contar tudo, então por que ela não vai logo?.

— Porque ela ainda não escolheu o sapato certo?.- falo brincando e ela me olha tediosa. Dou risada e tiro o laptop do seu colo, me deito por cima de você.- Eu preciso trabalhar.

— Você precisa por seu apartamento a venda e morar na nossa casa.

— Já falamos disso, Carla.- Suspiro saindo de cima de você, ficando em pé na sua frente com as mãos na cintura.- Não vou me mudar para sua casa.

— E se eu estiver esperando o Marques?.-Passa a mão na barriga. Uno as sobrancelhas em confusão e começo a rir.

— O quê?.

— Marques, Samuel. É este nome que vou dar ao nosso bebê homem.- Continuo rindo. Me sento na sua cadeira e observo as decorações da sua mesa.- Quero que se mude comigo. Você prometeu que ia pensar.

— Sim, eu prometi.- Ela vem para o meu colo, se sentando de lado. Agradeço, porque meu pinto não aguentaria a quarta daquele dia.- Mas, eu ainda acho melhor não.

— Tem medo de morar comigo?.- Pergunta, e percebo que seu semblante é chateada.

— Não, Carla. Eu tenho medo de algo der errado na nossa vida e não soubermos o que fazer e terminarmos infelizes.- Acaricio seu rosto.

— Samuel, nossa vida é um acúmulo de problemas. É uma prateleira e temos que estar prontos sempre para saber onde vamos guardar o próximo.- Diz me olhando nos olhos.- Não tenha medo de viver o impossível. Eu fui o seu. E isso já basta.

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GUZMAN

Fico olhando para Lucrécia quando ela me dá a notícia de que está grávida. Suspiro. Ela me conta também que é de Valério. Mexo na minha taça de vinho, e abaixo a cabeça.

— Está decepcionado por que já fui embora e ainda estou grávida de outro?. Ninguém sabe que estou morando naquela casa que eu comprei.- Nego com a cabeça.— Então o que acontece Guzman?.

— Há qualquer momento Samuel e Carla irão chegar e dizer que terão um filho, Ander e Omar estão na papelada de adoção, você e Valério irão sair dessa e criar um filho. E eu vou estar aqui. Vou ser o tiozao deles?.- Tomo o restante do vinho e encho mais um pouco.

— Claro que não. Tu terá Nadia.- fico em silêncio e ela percebe.- Nadia não quer filhos?.

— Parece que nosso relacionamento não é aceito pelo papai dela.- Olho nos olhos de Lucrécia.- As vezes tenho vontade esgana-lo.

— Guzman...

— Irei arrumar um filho pra mim também se vocês arrumarem. Não é justo. Nossos filhos tem que crescer juntos.- Olho para ela.

— Como nós crescemos.- Ela completa. Balanço a cabeça positivamente.

— Mas, então, voltando ao assunto, seu pai foi embora do apartamento de Valério?.- Pergunto pegando um cubo de queijo e enfio na boca, mastigando em seguida.

— Foi. Eu o mandei para o Chile, onde a mãe de Valério está.- Encosto me na cadeira da sala de jantar. Cruzo os braços.- Acha que eu deveria ir ver Valério?.- Balanço a cabeça positivamente.

— Não deveria estar me perguntando isso, deveria estar lá, com ele. Demorou muito tempo para eu entender como vocês dois se completavam tão bem, e Lu, ele te preenche de uma maneira que é a mesma coisa de dizer sobre Carla e Samuel, Ander e Omar.

— Está dizendo isto por que seu relacionamento com Nadia está ruim?.

— Não. Estou dizendo isto, porque foi vendo todos estes relacionamentos, que eu constatei que um faria o impossível pelo outro. O amor é muito mais que jantares e encontros. Eu mereço mais, Lu. Eu quero saber o que é chegar em casa de um dia cansado e encontrar minha esposa.

'' SAMUEL

Entro dentro da casa que agora seria minha, puxando minha mala. Ela vem correndo do sofá para me abraçar. Dou risada do seu entusiasmo. Abraço a apertado. ''

— Eu quero saber o que é ter alguém do meu lado sem me julgar pela minha veste ou modo de viver a vida, Lu.- Sinto meus olhos encherem.

'' ANDER

Entro na cozinha da minha casa com Omar, e o vejo preparando nosso jantar, vestido de samba canção. Dou risada, o abraçando por trás. Beijo seu ombro.

—Estou ansioso.- Confesso.

— Vamos conseguir. E seremos pais incríveis.- Ele se vira para mim.''

— Eu quero sentir o amor. O amor que eu não consigo sentir completo com Nadia.