Capítulo 33

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Não havia um segundo se quer que eu não pensasse na minha atual situação.

Eu evitava olhar para minha própria barriga, imaginar que ali havia um feto em formação me fazia entrar em pânico.

Eu sei que não estou sozinha, eu tinha o meu pai. E Louise e Douglas eram pessoas que eu sabia que eu podia contar. Com Drica não era diferente.

Nesse momento eu estava na lanchonete do hospital, tomando um café com Ana, uma amiga de trabalho.

Minha cabeça estava a mil, eu encarava a xícara de café em minha frente ignorando tudo ao meu redor.

- Terra chamando Bianca - Ana disse estalando os dedos em frente ao meu rosto me fazendo sair do meu transe.

- Hum? - resmungo.

- Eu tô' chamando você a um tempão e você ai, no mundo da lua - ela disse e riu.

- Desculpa - forço um sorriso - O que você estava dizendo mesmo?

- Esse final de semana, você anima sair para alguma boate, tô precisando encher a cara - ela disse.

- Nossa! Eu queria muito encher a cara até perder os sentidos, mas eu não posso - digo e suspiro.

- Vai está de plantão?

- Grávida não bebe, Dra. Ana Nobre - digo e a vejo engasgar com o café.

- Como é? - Ana disse e eu ri dela que ainda tentava se recuperar da tosse.

- Pois é, tô' com uma sementinha dentro da minha barriga - digo e Ana parece ainda não acreditar.

- Você Bianca? É brincadeira, né?

- Descobri a uns dias atrás, ainda está no início - respondo.

- E como você tá? - me olhou preocupada.

- Eu tô surtando - figo e forço um sorriso - Eu tô' ficando maluca brigando com os meus pensamentos.

- Foi planejada? - perguntou e revirei os olhos.

- Claro que não Ana, você acha que eu planejaria ter um bebê a essa altura do campeonato? - digo.

- Você fala sobre conciliar uma criança a sua carreira?

- Também - digo e suspiro fundo. - Eu amo meu comodismo, e isso tá prestes a acabar. Vou ter que aprender a conciliar tudo.

- Você vai ser mãe solo? - Ana perguntou.

- Sabe aquele homem que você me viu conversar com ele por vídeo chamada e perguntou quem era o "gostoso"? - digo e ela riu um pouco mais alto que o normal.

- O jogador de futebol famoso da Argentina? - ela perguntou e eu assenti. - Bianca sua filha da mãe, que injusto juntar vocês dois para ter um bebê, essa criança vai ser um absurdo de linda - ela disse e eu ri.

Parecia algo utópico ainda, um filho. Meu e de Paulo, minha ficha ainda não caiu 100%.

- Espero que puxe a mamãe em tudo, o pai é meio fora da casinha - digo boba e Ana ri.

- Meu Deus, que coisa linda você falando assim, Bia. Essa criança vai mudar mudar a tua, e para muito melhor.

Sorri e involuntariamente levei a minha mão esquerda até a minha barriga.

- Eu confesso que tô com medo.

- Fica tranquila, Bia. Seu baby já tem a melhor pediatra do mundo, eu! - Ana disse fazendo-me rir.

- Ah não! Convencida a essa hora não Ana.

- Vem cá, Dybala não tem nenhum irmão ou amigo que você possa me apresentar? - Ana disse e tomou um gole de seu café de forma sensual me fazendo ri.

Frenesi - Paulo Dybala ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora