Capítulo 42

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Abri meus olhos lentamente sentindo minhas pálpebras pesadas e minha vista cansada.

Levei alguns instantes para reconhecer o lugar onde eu me encontrava.

- Você acordou! Como está se sentindo? Quer água? - escutei a voz de Louise soar me fazendo fazer uma careta de incômodo devido seu tom de voz alto.

Minha amiga agora se encontrava ao meu lado.

- Bateram no meu carro - resmunguei.

Minha cabeça estava doendo como nunca antes, e eu sentia todo o meu corpo fraco.

- Sim.

- Meu filho! - exclamei e senti meu coração acelerar. Levei uma mão que estava presa ao soro ao lado da cama até a minha barriga.

Eu o senti, fazendo minha respiração desacelerar um pouco.

- Ele tá bem, Bia. Já fizeram todos os exames, seu menino está ótimo, graças a Deus! - Lou disse.

- Tem certeza? - senti meus olhos encherem d'água.

- Tenho, tá- tudo bem, de verdade - Lou disse e levou uma mão até a minha que estava sob a minha barriga.

- Lou, como aconteceu o acidente? Eu quem estava errada? Eu estava um pouco distraída, lembro que estava no cruzamento perto de casa e...

A única coisa que se passara pela minha cabeça era o perigo que o meu filho correu a algumas horas atrás, e eu estava me sentindo culpada.

Lou levou sua mão direta ao meu rosto e passou-a pela minhas bochechas secando as lágrimas que caíram.

- Não foi sua culpa! Você ainda tá' meio grogue, mas logo isso vai ficar claro na sua cabeça. Um carro se chocou contra o teu. Nos deu um susto daqueles! - Lou disse - o estrago foi maior na porta traseira do lado direito.

- Minha boca tá' seca - resmunguei e Louise foi de imediato pegar o copo d'água que estava em uma bandeja próximo a cadeira onde a mesma estava sentada minutos atrás - Eu morreria se tive acontecido algo com o bebê.

- Não pensa essas coisas, está tudo bem.
- ela disse e me entregou o copo d'água.

- Que horas são? - perguntei e a vi checar seu relógio de pulso.

- Seis e três da noite - respondeu me fazendo lhe olhar confusa.

- Eu estive "apagada" esse tempo todo?

- Você acordou mais cedo, estava resmungando e choramingando com muita dor na cabeça. Seu pai pediu que te colocassem para dormir mais um pouco.

- Eu não lembro disso - resmunguei.

Helena entrou no quarto no instante seguinte. E assim que ela me viu, um sorriso largo surgiu em seus lábios.

- Como se sente, Bia? - ela perguntou se aproximando de onde eu estava.

- Minha cabeça ainda dói um pouco, mas me sinto bem - digo - Onde está o meu pai?

- Teu pai saiu faz umas horas, eu não sei aonde ele foi - ela respondeu.

Como se algo tivesse estalado em minha cabeça, os últimos momentos antes da batida apareceram em minha mente de forma repentina.

- Paulo! - exclamo aleatoriamente fazendo Louise e Helena me olharem com suas expressões confusas - Eu preciso falar com ele. Agora! - continuo.

- Descanse um pouco, depois...

- Não. Eu quero falar com ele agora - interrompo a fala de Helena - Eu estava falando com ele na hora do acidente. Meu Deus, ele deve ter ficado maluco. Lou, por favor liga para ele, me deixa falar com ele.

Frenesi - Paulo Dybala ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora