Capítulo 6

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Me joguei na cama quando finalmente terminei de separar e colocar em uma mala as coisas que eu levaria para o hotel.

A mãe, a irmã e uma tia de Douglas chegariam hoje e ficariam por cinco dias em Turim.

Douglas havia chegado hoje cedo, depois de ter passado dois dias viajando a trabalho.

Já estava pronta para ir ao hotel. Lou e Douglas já deviam está chegando, então tratei de me levantar e fui para frente do espelho dando uma ultima conferida na minha roupa para ir embora.

Certo, talvez eu fosse um tanto paranoica com a minha aparência.

O barulho do meu celular tocando ecoou pelo quarto, respirei fundo e o peguei. Atendi sem olhar quem era, devido a presa de pegar a minha mala e ir para o andar de baixo da casa, já imagino que seja meu pai no outro lado da linha para me dá uma bronca por não ter ligado esses dois dias.

– Meu amor, que bom que me atendeu – a voz dela soou.

Senti todo o meu corpo tremer quando eu ouvir sua voz, fiquei parada no meio da saída do quarto e larguei a mala de lado.

Respire Bianca, seja madura e não fraqueje agora; disse para mim mesma em pensamento.

– Não vi que era você, o que quer? – digo ríspida.

– Seu pai disse que está na Itália. Você vem me ver? Eu estou com tanta saudades de você minha filha – ouvi sua voz vacilar.

Soltei um longo suspiro.

Maldita! Eu odiava como eu me sentia fraca todas as vezes em que ela me contatava.

– Eu não sei. Preciso desligar.

– Eu vou da um jeito de te ver, se você não puder vim até aqui, eu posso ir até Turim. O que me diz? – era notório que a minha mãe tentava não chorar. Era sempre assim quando a gente se falava, e isso era difícil de acontecer.

– Eu preciso mesmo desligar.

– Tudo bem, Bia – a escutei fungar e respirei fundo.

– E por favor, não torne a me ligar – resmungo.

– Minha filha eu amo você, não esquece disso – Sandra dissera e eu encerrei a chamada no mesmo instante.

Meu coração batia descompassadamente, e meu corpo todo tremia. Sempre que eu falava com minha mãe uma guerra de sentimentos se possuíam de meu corpo, era um misto de saudades e muita raiva. Eu queria lhe odiar mais, muito mais.

Senti meus olhos arderem e me puni mentalmente pelo choro involuntário.

Guardei meu celular no bolso da minha calça e puxei minha mala sem a menor delicadeza. Minha visão estava embaçada devido as lagrimas que insistam em cair.

– Você quer ajuda para descer com a mala? – ouvi uma voz familiar soar enquanto eu descia as escadas que levava até a sala. Tratei de passar a mão no rosto imediatamente para enxugar as lagrimas.

– Por que você tá aqui? O Douglas saiu – resmungo e enquanto sigo arrastando a mala até o final da escada.

Evitei o contato visual, eu tenho certeza que meu rosto deve esta avermelhado, sempre fica notório quando eu choro e eu detesto isso.

– É, eu sei. Vim trazer umas roupas que ele deixou na minha mochila e ele também pediu para vim aqui te levar até o hotel.

– Eu sei ir sozinha, eu tô com o endereço, sei pegar um táxi – digo ríspida e sinto que Paulo passa a me observar minimamente.

Frenesi - Paulo Dybala ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora