Capítulo 28

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Despertado pelo toque do despertador, ainda resvalei na sonolência afundando a cabeça contra o travesseiro, minhas pálpebras estavam pesadas devido a noite em claro e o pensamento tumultuados.
Levantei meu corpo me posicionando sentado na beirada da cama por alguns minutos e enfim fui ao banheiro para fazer minhas higienes pessoal, quando encontrei minha tia e Adrian na cozinha onde o café já estava servido, dei bom dia aos dois e Adrian falou:

_ Tá com uma cara horrível primo, noite conturbada?

Me forcei a sorrir:

_ Não quero me prender aos detalhes primo, mas digamos que tenho uma série de conturbações para colocar em ordem.

_ Se precisar desabafar sabe que estou aqui não é?

_ Eu agradeço mas não sei se poderá ser de muita ajuda agora primo. Primeiro eu tenho que colocar as ideias em ordem.

_ Mas já sabe, se precisar.

Esbocei um sorriso sincero a ele, dei um beijo em minha tia, sem ao menos esperar que eles terminassem o seu desjejum eu os deixei indo rumo a casa de Richard para busca-lo para juntos irmos ao trabalho.
Eu o encontrei na varanda juntos com suas duas irmãs, me aproximei e ele veio me beijar e lógico eu retribuo, depois nos sentamos um pouco com elas para conversarmos:

_ Eu estou muito feliz por vocês estarem juntos.

_ A Rafa foi uma torcedora fiel para que ficássemos juntos Heitor.

_ É mesmo, já amo você cunhadinha.

_ Ah é Heitor... eu também torci para que vocês ficassem juntos, não com tanto afinco da Rafa mais torci tá.

_ Eu também te amo Manu.

_ Agora sim, gostei.

_ Uma lição que você nunca deve esquecer Heitor, se elogiar uma tem que elogiar a outra, aqui é ciúmes a toda prova.

_ Ele fala isso Heitor, mas é óbvio que ele prefere a Rafa, desde criança os dois se dão muito bem, o Julinho e eu éramos deixados de lado.

_ Isso não é verdade, acontece que vocês eram muito pequenos para andar com o Richard e eu e o papai Roger não deixava vocês irem.

Era bonito ver como eles se entendia, apesar dos ciúmes percebia-se o amor que um tinha pelo outro:

_ O Julinho também é assim, ciumento?

_ Não, ele é mais na dele, mas não se esquiva de uma brincadeira quando é envolvido no meio, nós quatro nos damos muito bem.

_ Eu não tenho irmãos, fui criado sozinho, sempre quis uma família grande. Depois da morte do meu pai, ficamos só eu e minha mãe.

_ Você casando com o Richard vai ganhar três malas sem alça para carregar, dois sogros, e um avô e uma avó, mas primeiro terá que casar com ele.

_ Manu...

Todos rimos e eu respondeu:

_ Olha que a sugestão não é ruim Manu, estou seriamente cogitando a aderi-la.

Richard me olhou demoradamente, e um sorriso se desenhou em seu rosto.

Quando sozinhos no estábulo, antes de iniciarmos o dia de trabalho ele segurou a minha mão me conduzindo a última baía que se encontrava vazia pois a égua e o potro já havia sido levados a uma baía maior onde os dois poderiam se locomover mais livremente, e a baía que a égua ocupava até então estava desocupada, ele fechou a grade que separava do corredor e me encurralou entre a parede e o seu corpo, olhei entre admirado e satisfeito:

_ O que é isso, assédio?

Dei risadas, mas adorando o que ele fazia:

_ Por que, você é o tipo assediado?

_ Depende de quem seja o autor do assédio, vai que seja um rapaz bonito a qual tem grande chance de ganhar o meu coração.

_ Sensato você, é bom saber que só um rapaz bonito que tem chance de ganhar o seu coração que pode ser o seu assediador.

Ele selou os lábios sobre o meu, mordendo o inferior:


_ Eu quero você Heitor?...

_ Acha que eu também não quero?

Olhei bem firme para ele e iniciei um beijo mais cheio de malícia, minhas mãos invadia por dentro de sua camisa pela lateral de seu corpo, ele por sua vez acariciava com as pontas dos dedos a minha nuca. Quando percebi que já não estava mais no controle de minha própria sanidade e seria capaz de fazer amor com Richard ali mesmo, eu o afastei:

_ Não... não para.

_ Nós vamos, vamos sim Richard, vamos ter a nossa noite, hoje, mas não aqui.

_ Onde então?

_ Nós podemos ir a um motel. Não posso leva-lo a casa da minha tia e nem na sua casa poderemos ter essa primeira noite, um motel não é o lugar mais apropriado, entretanto é bem melhor do que na cocheira dos animais ou ao ar livre onde podemos ser surpreendidos.

_ Um motel. Certo é... eu nunca fui a um motel, vai ser uma experiência inusitada.

Beijei-o:

_ Achou a ideia muito ousada?

_ Não... eu achei que é uma ideia.

Ele procurava uma palavra e eu me adiantei:

_ Idiota, pode falar, eu não deveria ter sugerido que fôssemos...

_ Hei... calma, eu estava procurando a palavra para dizer que eu gostei da sua ideia, eu não vejo a hora de está a sós com você no motel, e nós dois compartilharmos da nossa primeira noite.

_ Tem certeza de que está pronto, não precisamos se isso não estiver te deixando confortável.

Em resposta ele me beijou:

_ Não tem o que cogitar, eu desejo tanto quanto você. Acho que já passou da hora de nós dois sermos um do outro.

Depois mudamos de assunto para um que eu queria evitar, mas não tinha como adiar:

_ Agora mudando de assunto, pensou naquele outro assunto?

_ Eu fui até a casa do professorzinho ontem...

_ Você foi até lá, mas o que foi... o que vocês conversaram?

_ Eu o avisei para deixar você em paz, que você não estava só...

_ E ele aceitou assim de boa, ele não vai chegar perto das minhas irmãs não é?

_ Nós não vamos deixar ele se aproximar delas, vamos cuidar para que ele fique bem longe. Ainda não consegui pensar em nada, mas não se preocupe, ele entendeu bem o recado, mas agora precisamos nos ocupar com outros assuntos ao invés de ficar falando desse professorzinho.

_ Você tem toda razão, temos o dia todo para cuidar dos animais e nos preparar para a nossa noite... no motel.


Antes de dizer te amo (cont: O amor acontece devagar)Onde histórias criam vida. Descubra agora