Capítulo 15

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Lógico que a opinião dos meus pais eram relevantes e seriam posta em consideração, e se fosse sincero comigo mesmo, diria que Heitor era o homem ideal, porém o meu coração estava dividido, Ivan havia vindo atrás de mim, e isso deveria significar algo, ele não era imune a mim, Heitor era um homem espetacular eu admitia isso, não tinha como negar, porém, o que eu sabia da vida dele, eu mal o conhecia, ele chegou inesperadamente e eu estava vulnerável, estava carente e deixei que ele se aproximasse, mas o que exatamente eu sabia sobre ele, Heitor era um mistério, era uma verdadeira incógnita .

Quanto mais eu pensava, mas confuso eu ficava, e foi com os pensamentos desconexo, que me aprontei para ir a casa do Ivan, quando saí do quarto meu pai Jordan estava conversando com o meu pai Roger, eles se calaram assim que me viram o que me dava a certeza de que a conversa era sobre o que eu tinha conversado minutos antes com o meu pai Jordan, eu sabia que ele diria para o meu outro pai, eles não escondiam nada um do outro, mas eu me senti constrangido de alguma forma, talvez por saber a opinião deles em relação ao Ivan e por eu ir justamente o encontrar:

_ Estou indo...

Informei aos dois com a voz baixa:

_ Está indo para a casa do Ivan?

_ Sim pai, estou indo para a casa do Ivan.

_ Antes de ir filho, quero que saiba que estamos aqui para tudo, para qualquer coisa.

_ Tudo bem pai, eu sei que estão.

Fui caminhando rápido até o meu carro, eu sabia que os dois estavam preocupados comigo, depois de tudo o que tinha acontecido nos outros encontro que tive com Ivan, e eu também estava apreensivo mas no fim ele me beijou e aquele beijo era o sinal que Ivan queria algo sério, ou será que eu apenas estava enganando o meu coração?

Fiquei ainda por alguns minutos ali parado no carro, olhando para o nada em específico até que criei coragem e manobrei até a casa de Ivan.

Já na frente da casa dele fui me aproximando, a porta estava apenas encostada e de dentro da casa vozes e risos eram ouvidos, Ivan estava sentado no sofá, ao seu lado estava a mesma moça que sempre grudava nele como carrapato, a sua aluna, Ivan estava com a mão na coxa dela, toda aquela cena parecia bem intima e Ivan estava tão absorvido pelo momento que nem percebeu que eu estava por ali, sem pensar eu adentrei a casa, mas recuei querendo sair dali antes que eles me vissem, porém, Ivan me viu antes que eu alcançasse a saída:

_ Richard... Acho que já conhece a Mônica...

Mônica estendeu a mão na minha direção com um sorriso verdadeiramente simpático, e eu me obriguei a acolhe-la:

_ É... desculpa, a porta estava entreaberta...

_ A Mônica já está indo, não se preocupe.

Ivan segurou o queixo da moça e a beijou, não foi um beijo apenas um selinho um pouco demorado, mas ainda assim eu fiquei petrificado, segurei o choro, como eu poderia ter caído novamente na conversa de Ivan, eu me sentia um completo idiota.

Assim que a Mônica se foi, eu me virei para Ivan, minha voz saía embargada pelo choro que eu tentava a todo custo engolir:

_ Porque...?

_ Não faz drama por favor...

_ Drama?

Soltei um riso nervoso:

_ Ela é mulher Richard.

_ O que você quer dizer com isso?

_ Acha que fica mais fácil andar com quem de mãos dadas na rua?

_ Entendi... quer dizer, tudo bem você me pegar aqui na sua casa, tudo bem você me levar para a cama e satisfazer uma vontade sua, uma curiosidade, mas pegar na minha mão em público jamais, eu entendo.

_ Eu sabia que você entenderia.

_ Eu entendo perfeitamente como você é um idiota, não... eu estou enganado, não é você quem é idiota... sou eu.

Eu apontava para mim mesmo indignado comigo mesmo:

_ O idiota aqui sou eu, por ter acreditado em você. Desde o início você sempre soube o que eu sentia por você, mas ignorando todos os meus sentimentos me trouxe aqui, transou comigo, e...

_ E o que?

Ele erguia a voz:

_ Você não quis, eu te forcei a algo... você veio aqui na minha casa contra a sua vontade, transamos sim, e não foi bom?

_ A sua insensibilidade me espanta Ivan, olhando para você agora eu me pergunto como nunca percebi o egoísta que você é.

_ O que queria Richard, que eu fosse até seus pais e me declarasse apaixonado por você, tá... eu gosto da sua companhia, eu curto transar com você mas e aí... acha que por isso tenho virar a casaca, me tornar gay por que transo com você... desculpa mais isso não irá acontecer, eu sou homem e vou me casar um dia sim, mas não será com um homem.

Balancei a cabeça confirmando:

_ Eu vou dizer uma única vez, não me procure mais, eu não quero mais vê-lo, você não merece um minuto do meu tempo, não merece uma lágrima que eu derramo, acabou, eu nunca mais quero te ver.

_ Não precisa ser assim, podemos nos divertir sempre que quisermos.

_ Eu não sou seu brinquedo...

Gritei, e ele parou de falar imediatamente:

_ Arrume outra diversão para você e me deixa em paz, não me procure mais.

Ao sair dali, fiquei rodando de carro sem nenhuma direção específica, as lágrimas escorriam sem parar pela humilhação, era exatamente essa a sensação que eu tinha humilhação.

Após minutos de conflitos comigo mesmo, fui até a fazenda vizinha onde a família de Adrian morava e onde eu encontraria Heitor.

Heitor veio ao meu encontro assim que soube que eu estava a sua espera:

_ O seu encontro não saiu como o esperado?

_ Foi um erro.

_ É foi... uma escolha errada.

_ Eu fui um idiota por acreditar nele.

_ Pois é Richard, quando estamos apaixonados muitas vezes passamos por idiotas, eu não te condeno por isso.

_ É errado te pedir perdão?

_ Perdão... Não é o teu perdão que eu quero.

_ Eu estou aqui.

Eu fui me aproximando e ele segurou-me pelos ombros a me afastar:


_ Richard não... eu não sei o que aconteceu lá no seu encontro hoje e não quero saber, mas o que eu sei é que não sou segunda opção para você e nem para ninguém, não vou desistir de você... mas não te aceito confuso desse jeito, eu quero você certo que é a mim que deseja, leve o tempo que levar, só te aceito inteiro.


Antes de dizer te amo (cont: O amor acontece devagar)Onde histórias criam vida. Descubra agora