PDV. Cruel
Quando a noite caiu e finalmente chegamos daquele inferno que vocês chamam de praia, Menor tomou banho e saiu de casa pra mais um dos seus turnos, já Kauã não tinha saído do seu quarto e Cléo como sempre fica no meu pé.
- Vai pra onde?- ela pergunta dá cozinha.
- Ver se Gil está vivo depois da surra que sua filha deu nele - escuto seus passos vindo da cozinha.
- Minha filha? Quando usou ela pra ficar perto de mim era nossa filha - ela cruza os braços.
- Sabe que ela é geniosa por sua causa?- ela faz uma careta.
- Eu não falo mais nada - Cléo está linda com uma barriga de 3 meses que já ficava bem marcada.
Agora vem meus gêmeos então eu fecho a fábrica.
- Você iria deixar ela fazer aquilo com ele?- e porque eu não deixaria?
- Fiz o mesmo com ela é você nunca falou nada - ela morde a boca e coloca a mão na barriga.
- Sei que eduquei ela, mais Míriam está diferente - eu não preciso ser tão próximo dela pra saber disso.
- A volta de Gil mexeu com ela tenho certeza que nunca pensou que ele voltaria, mais eu sempre disse que ele iria se arrepender mais ninguém nunca me ouvi - dou a costas e passo pela porta.
Vou andando pelo morro vendo tudo de bom que eu fiz e tudo que ela já fez de melhor, Míriam sempre foi minha primeira opção de comando, mais se ela não quisesse eu teria que fazer outro herdeiro.
No começo eu pensei sim que Míriam seria mais uma dessas meninas burras que gosta da vida boa, mais criei minha filha pra ser uma mulher do caralho e melhor que muito homens por aí.
Com 16 anos ela me pediu pra entrar pro tráfico e começou como todo mundo, começou como fogueteiro depois ela subiu de cargo.
Lembrança on
- Pai?- estava na boca lendo alguns papéis mais paro quando escuto a voz dela.
Menor com 16 anos já tinha um corpão do caralho o que me rendia muita dor de cabeça e várias ameaças pelo morro.
Quero vagabundo velho de olho na minha filha não, tá pra nascer vagabundo que ponha a mão na minha filha.
- Deveria tá em casa - ela balança a cabeça e entra no escritório. - O que você quer Míriam? - ela se senta na minha frente e abaixa a cabeça.
Com 16 anos ela estava no segundo ano do ensino médio sempre com ótimas notas e até parecia ter uma vida normal de adolescente até em festas ela ia.
- Quero entrar pro tráfico.
Lembrança off
E tá aí me dando orgulho todos os dias até quando eu penso que ela vai fazer merda ela me surpreende.
- Não sabe o que sua filha fez comigo - a voz irritante de Janaína fala saindo de um canto do beco.
- Problema seu - contínuo andando.
- Cruel aquela menina não pode me tratar assim - osh da qual foi?
- Tu é o que dela? - ela fica calada. - Já tem sua resposta, cada um é tratado do jeito que merece - ela solta um grito - Menor até que tá demorando pra matar você - ela me olha assustada - Se fosse eu, você já tava morta a muito tempo.- deixo ela lá e continuo andando.
Tudo bem que a casa de Gil é do outro lado da rua mais fiquei sabendo que ele tava no postinho não custa nada ir lá e dá uma conferida.
- Fala meu patrão - o enfermeiro fala assim que me vê.
- Ex-patrão minha filha agora que comanda - ele balança a cabeça.
- A gostosa?- vagabundo tá perdendo amor a vida. - Com todo respeito Cruel - balanço a cabeça.
- Gil tá aí?- ele começa a mexer no computador.
- Tá sim, levou uma bela surra, quebrou uma costela e trincou três - balanço a cabeça - Mais pegaram leve, fiquei sabendo que foi com um soco inglês - confirmo com a cabeça - O estrago poderia ter sido maior - poderia sim. - O cara pegou leve - abro um sorriso grande.
- Foi a minha filha que fez, acredita? A gostosa - vejo o sorriso dele morrer.
Vou andando pelo corredor até que vejo Gil deitado na maca, o vagabundo tava ruim mesmo.
- Quer que eu chame um juiz pra você passar tudo pro meu filho? Ou já tem o seu com a mexicana?- ele olha pra mim e sorrir.
- Ela não é mexicana - ando pelo quarto e me sento na cadeira.
- Foda-se - a verdade e que o postinho que o governo fez aqui no morro não tá pronto pra nada.
Então eu dei um fortalecida ajudei com remédios e até lençol, mais tá aí de pé e atende melhor que muito hospital no asfalto.
- Ia deixar ela bater no pirralho?- confirmo com a cabeça.
- Eu batia nela qual é a diferença?- não vejo problema nenhum.
Míriam nunca me deu nenhum tipo de problema, talvez pelo medo de voltar a morar na rua ela não tenha feito nada do tipo.
Mais Kauã não tem nenhum pouco de amor a vida, tudo que o moleque sentia vontade de fazer ele ia lá e fazia.
- Tem certeza que ele tem só 8 anos?- confirmo com a cabeça.
- Ele é bem parecido comigo quando eu tinha a idade dele - sempre inconsequente mais depois de uma surra bem dada...
Aprendi.
- Não se mete nas decisões dela Gil a única pessoa que vai sair perdendo com isso é você - minha filha sabe o que faz mesmo quando eu não acredito muito nisso. - Hoje ela pegou leve mais amanhã é um novo dia. - ele confirma - Você não pode ser o grilo falante de todo mundo não - ele passa a mão no rosto.
- Não sei a quem essa menina puxou - eu sei muito bem.
- Pelo menos tá vivo - abro um sorriso.
- Pelo menos isso...
🏟🏟
Pelo menos isso
Eu não sei vocês , mais essa relação desses dois tá amarrada
Comentem a história só fica melhor se vocês participarem
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Menor 🔥Livro Bônus🔥
Novela JuvenilForam 8 anos pra consegui chegar aonde eu estou hoje, passei por todos os cargos possível de fogueteiro, vapor e até aviãozinho. Meu pai não alívio pra mim quando eu decide entrar pro tráfico com apenas 16 anos, mesmo sendo filha do chefe eu não tiv...