PDV.MENOR
- Bom tá entregue - Xavier para na frente da minha casa.
- Eu não vou ter como agradecer você por tudo que fez por mim... - antes que termine de falar ele segura a minha nuca me puxando pra mais perto dele.
Pareceu uma eternidade até que ele me beija não foi um beijo rápido ou feroz mais foi delicado.
Uma despedida.
- Vou sentir sua falta - ele fala ainda me segurando.
- Pra qual estado você vai mesmo?- abro um sorriso de olhos fechados.
- Você gosta dele Menor?- me afasto dele e nego com a cabeça.
- Eu não gosto de ninguém Xavier - ele balança a cabeça. - Mais você vale o risco - ele nega com a cabeça.
- Se precisar conversar com alguém sobre o que aconteceu pode me ligar - balanço a cabeça. - Espero te ver em breve - olho a minha casa pela janela e solto um suspiro.
Eu queria ter alguém pra falar por que sabia que depois que entrasse nessa casa eu seria Menor e antes de tudo a filha machucada de Cruel.
Que foi graças a minha inconsequência que tudo chegou a esse rumo.
Talvez a culpa tenha sido minha.
- Não foi culpa sua Míriam nos dois sabemos disso - mordo a boca e olho pra ele.
- Será?- abaixo a cabeça.
- Sabe que ele faria isso por você de novo não é?- balanço a cabeça - Sabe que faria o mesmo por ele não é?- faria sem pensar duas vezes.
Por que somos família isso quer dizer que nunca vou deixar ninguém pra trás e saber que Tico fez isso por mim.
Pra que eu continue respirando cada dia.
- O que você quer fazer agora Menor?- mordo a boca e olho pra ele.
- Me tira daqui por favor - não demonstre fraqueza.
Essa regra poderia ir pra casa do caralho junto com todos os anos que tive que ser forte quando estava prestes a cair no chão e chorar feito um garotinha.
- Vamos embora - ele dá partida no carro e quando volto a olhar pra minha casa vejo a minha mãe na porta com a mão na barriga.
Ela parecia confusa mais por fim ela balançou a cabeça e sussurrou "eu te amo" com um sorriso no rosto.
Não prestei atenção no caminho até a saída do morro e muito menos durante todo o percurso até a sua casa quando menos espero já estávamos na garagem da sua casa.
- Vem aqui - ele tira meu cinto de segurança e me pega no colo me deixando sentado no seu colo. - Pode chorar - foi automático.
Um soluço saiu da minha boca e aquele foi o começo de vários e quando finalmente tudo parecia ter acabado lá estava Xavier me abraçando como se fosse me proteger de tudo.
Inclusive de mim mesma.
- Tá melhor?- fico em silêncio.- Não precisa ter medo de ser fraca ninguém é forte o tempo todo - ele não sabia como é difícil. - Sei que é difícil ser mulher trabalhando aonde você trabalha mais não pode se anular Míriam pra ser uma coisa que você não é - a verdade é que ser Menor nem sempre é divertido.
Esse é um dos vários momentos que eu me pergunto quem vai estar por mim quando o pior momento da minha vida chegar.
Por que ele chegou.
Ser órfã ex-moradora de rua tira tudo de bom que você possa achar que existe no mundo.
Aprendi desde muito nova ser vigilante comigo mesma que não deveria contar pra ninguém que sou menina e que acima de tudo todos sempre vão tentar tirar proveito.
Depois que me tornei filha de Cléo foi como se o escuro tivesse sido mandando embora mesmo que uma parte minha já tinha fica do pra trás, Cléo me ensinou que eu posso fazer um novo pedaço melhor mais sem me esquecer que um dia que lutei pra me manter de pé.
- Minha mãe costuma dizer que - respiro fundo. - Nunca somos a mesma pessoa a cada por do sol que um pedaço nosso sempre morrer dia após dia - fecho os olhos - E quando percebemos que não temos mais o que perder essa versão morre e que outro versão sua melhorada nasce uma versão que já está preparada pra tudo que a anterior não estava - minha mãe tem um ótimo jeito de pensar.
- Um ótimo conselho - balanço a cabeça.
- Que temos que ser gratos por cada versão morta e aprender com ela - mais tem uma coisa que a minha mãe não me disse.
- O que acontece quando a sua versão melhorada morrer sem ter pedido nenhum pedaço?- minha mãe nunca me disse.
- Eu não sei - solto um soluço.
- Vamos aprender juntos nunca é tarde pra isso mais se tem uma coisa que eu tenho certeza é que outra versão sua vai aparecer - ele me abraça maia forte. - Mais todas as versões vai ter um buraco esse vai ser o lugar que Tico ocupava no seu coração - ele beija o topo da minha cabeça.
Vejo ele abre a porta do carro e descer ainda comigo no seu colo era como se aquilo não atrapalhasse ele.
- Eu não acho você inconsequente - olho pra ele.
- Por que?- até eu mesma já acreditava nisso.
Que sou inconsequente, doida, descontrolada e uma pequena bomba relógio prontinha pra explodir e levar todo mundo comigo.
- Você é necessária e fazer coisas por pessoas que ama que ninguém faria - apoio a cabeça no seu peito.
- Obrigada Xavier - ele balança a cabeça.
- Agora descanse Míriam quando acordar ainda vou está aqui pra você - tomara que sim.
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O que vocês apreenderam com a sua versão anterior?
Eu aprendi que não importa quantas vezes você diga que não está bem, todo mundo sempre vai preferir ouvir que você está bem assim fica mais fácil e não dá trabalho.
Ninguém nunca vai te ajudar se não for você mesma.
Você sempre vai ser a melhor parte do seu dia.
( depoimento de 25/07/2020 autora também tem um dia ruim)
Comentem a história só fica melhor se vcs participarem
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Lá vocês ficam por dentro de tudo que aconteceu e o que vai acontecer em todos os meus livros inclusive de novos projetos
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Menor 🔥Livro Bônus🔥
Ficção AdolescenteForam 8 anos pra consegui chegar aonde eu estou hoje, passei por todos os cargos possível de fogueteiro, vapor e até aviãozinho. Meu pai não alívio pra mim quando eu decide entrar pro tráfico com apenas 16 anos, mesmo sendo filha do chefe eu não tiv...