Capitulo 41×2

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Juliana POV

Nicolas estaciona o carro em frente ao restaurante o qual marquei o encontro com Mayara. Respiro fundo e tiro o cinto de segurança, então olho para o meu marido que me lança um sorriso tranquilizador.

- Me mande uma mensagem quando estiver saindo. - diz Nicolas e se estica para me dar um selinho. Seguro seu rosto e aprofundamos o beijo. Nossas línguas se encontram e dançam em sintonia, sinto a bebê mexer em minha barriga, uma leve estremecida e rio seprando nossos lábios.

- Tem alguém com ciúmes aqui. - Nicolas põe a mão em minha barriga sorrindo e Melissa chuta, estremeço e franzo o cenho. - Calma, meu amor! A mamãe sofre quando você chuta assim. - Nicolas ri e beija minha bochecha. - Vou indo.

- Boa sorte.

- Vou precisar.

Deixo mais um selinho nos lábios de Nicolas, pego minha bolsa no banco de trás e saio do carro. Caminho até a entrado do restaurante, me sentindo pesada e cansada. Adentro o local e passo os meus olhos pelo mesmo, logo avisto uma mulher loira bem conhecida por mim ao fundo, me encarando. Caminho até Mayara a passos exitantes e chego até a mesa em que ela está. Sem dizer nada, puxo a cadeira e sento, fazendo assim com que a mulher tire os olhos da minha barriga.

Nos encaramos por alguns segundos. Mayara parece um pouco abatida e deslocada, digamos que eu também me sinto assim. Não a vejo tem muito tempo e agora consigo perceber os traços suaves que Augusto herdou dela, como o nariz, os lábios e ele franze o cenho quando está concentrado, do mesmo modo em que ela esta fazendo agora.

Decido que esse silêncio está tomando o nosso tempo, então decido falar:

- Como você está? - ela se surpreende com a minha pergunta, mas logo se recompõe.

- Estou bem e você?

- Estou parecendo uma melancia, não está vendo? - debocho e para a minha surpresa, Mayara ri. O clima antes pesado, parece se dissouver aos poucos e isso é bom, muito bom.

- Você está linda, linda mesmo. - suspira seriamente. - É menina, não é?

- Sim.

Ficamos em silêncio novamente, até que o garçom nos interrompe e pergunta qual é nosso pedido. Peço um suco de laranja e Mayara vinho branco e só. O garçom anota nossos pedidos e sai, deixando-nos a sós mais uma vez.

- Então...O que quer conversar comigo?

Respiro fundo e tomo um pouco da água que tem no copo.

- Sobre o Augusto. - de um jeito muito bonito, seus olhos brilham quando toco no nome do menino. - Mayara, vou ser bem sincera: eu não estou feliz em estar aqui, não estou feliz com essa situação e estava mesmo disposta a ter o Augusto como meu filho, cria-lo como irmão das minhas filhas e dar a ele todo o amor de que merece. - ela me olha triste e parece realmente um olhar sincero. Assim espero. - Você acabou com o meu relacionamento a alguns anos atrás e sou sensata o suficiente para dizer que a culpa não foi só sua. Resumindo: o único motivo de eu estar aqui, conversando com a pessoa que me fez muito mal é o Augusto. - os olhos de Mayara se enchem de lágrimas e entro alguns segundos em um estado de choque. O que aconteceu com a antiga Mayara e quem é essa aqui na minha frente, emotiva e condescendente? - Eu criei um laço muito forte com ele, seu filho é a criança mais doce que já conheci, quando ele sorri o dia ilumina e eu realmente não quero que você perca a oportunidade de vivenciar as experiências que eu e minha família estamos vivenciando com ele.

- Eu...Eu me arrependo de verdade por tudo que fiz. - ela começa, tetando não permitir que as lágrimas caíam. - Eu estou tão sozinha, não tenho ninguém. Passei muito tempo da minha vida atrás de alguém que não nasceu para ser meu, até mesmo usei o meu filho para chamar atenção.

Past Brands (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora