Capitulo 43×2

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Nicolas POV

Estou no pronto socorro esperando por notícias de Mariana, completamente abalado pela carta que ela me escreveu e por saber que tudo isso é culpa minha. Se ela morrer hoje, a culpa é minha, se ela viver hoje, ficará com sequelas e a culpa é minha também.

Assim que cheguei em seu apartamento mais cedo, a vi completamente pálida caída ao chão. A ambulância chegou a dois minutos depois e a levou, fui junto, é claro, mas, antes, vi a carta que ela escreveu para mim em cima do criado mudo aonde o porteiro achara o celular e meu nome estava bem na frente. Sentado na recepção, não faz muito tempo que acabei de ler a carta e estou abalado com todo o acontecimento, principalmente com a carta.

Nicolas, foi você que me disse um dia que o amor existe e que deveríamos procurá-lo todos os dias sem desistir, que deveríamos correr atrás da nossa felicidade sem cansar. Não sabendo você que eu era apaixonada por ti desde o primeiro dia em que botei os pés na Prattes. Foi paixão a primeira vista mas sempre, sempre respeitei os limites entre chefe e empregado, sempre TE respeitei. Lembra daquela vez que passamos a noite juntos quando você e Juliana brigaram e se separaram? Então, foi naquele dia que tive a melhor noite da minha vida e que eu soube, que não iria suportar viver sem você. Na semana seguinte, quando você voltou com Juliana essa certeza ficou insuportável para mim, tentei de alguma forma atrapalhar vocês mas não consegui continuar com os meus planos. Juliana é a mulher da sua vida, está grávida de mais uma filha sua e não tenho forças para fazer nada de mal com elas, na mesma proporção que não tenho forças para viver. Você me ensinou o que é se apaixonar, o que é ter um homem de verdade e serei sempre, sempre, eternamente grata.

Mariana.

Respiro fundo ao ler a carta mais uma vez e coloco o rosto entre as minhas mãos.

Eu não fazia ideia que Mariana sempre fora apaixonada por mim justamente por isso: sempre respeitou os limites de chefe e empregado.

Me sinto culpado por ela ter feito uma besteira dessas e estou rezando (algo que não faço a muito tempo) para que ela fique bem.

Meu celular descarregou, mas não tem problemas, estou aqui a algumas horas intermináveis, mas sei que Juliana e Bella estão bem e dormindo.

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Juliana POV

- Respire fundo, Juliana. -  doutora Carla diz mais uma vez e o faço. Inspiro e solto, inspiro e solto, repetidas vezes.

Estou com sete centímetros de dilatação em quatro horas de trabalho de parto. Minha mãe está aqui com Liz, e Bella, acompanha tudo muito atenta e curiosa. Uma enfermeira está acompanhando a doutora Carla e os móveis da sala foram arrastadas, deixando livre a colocação da piscina de plástico no meio da casa.

- Não consigo falar com ele de jeito nenhum. Sempre cai na caixa postal. - minha mãe está zangada ao dizer, mas não tão zangada e decepcionada como eu.

Aonde foi parar Nicolas? Estou dando a luz a nossa filha e ele ao menos está aqui para ver.

Outra onda de contração me invade. Coloco as mãos nos joelhos e me inclino, experimentando a dor da contração e saborendo-a, da melhor forma possivel. É uma dor quase insuportável, mas é a dor mais linda que uma mulher pode sentir. É a dor de trazer uma vida nova ao mundo.

- Merda! Cadê ele? - digo em meio aos gemidos de dor. - Eu vou matar aquele homem!

- Me matar?

Past Brands (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora