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--- eu to brincando mãe - continuei rindo - eu to bem, tirando essa fratura exposta - sou dramática? Só um pouco.

--- nossa, é besta mesmo - ela efetua uns tapinhas no meu braço - não faz mais isso.

--- ai, ai - segurei para não rir - tá bom, senhora Cátia- sorri.

--- enfim - minha mãe revira os olhos. Pois é, minha mãe revirou os olhos, depois me perguntam com quem eu aprendi, tá ai a minha professora - como foi a festa? - ela pausa o filme.

--- foi boa né - sorri falso.

--- tenho certeza que passou a festa toda lendo - Cátia prende o cabelo em um coque mal feito. Ah, sem falar como essa mulher me conhece.

--- sim, mas conversei com um menino, um não. Dois! - eu e minha mãe conversávamos sobre tudo, então não estranhem.

--- dois meninos?! - ela sorriu sem acreditar. Nossa! Até minha mãe não acredita.

--- sim, nossa! Nem a senhora acredita - rolei os olhos.

--- filha, me desculpa - ela segura a risada -  eu acredito mais em fadas - a mesma começa a rir.

--- nossa! Tá bom então, vou para meu quarto- levantei do sofá.

--- to brincando Manu, senta aqui - minha mãe me puxa pelo braço.

--- Ok, agora deixa eu contar- sorri.

--- tá...

O telefone toca, interrompendo nossa conversa. Minha mãe levanta para atender.

--- alô! - a mesma fala pegando o telefone - espera ai - ela sorri, como se a pessoa do outro lado fosse ver. A senhora Cátia pega o notebook - pronto, pode ligar por aqui - tá espera, ela apontou para o notebook? Como que a pessoa do outro lado ia ver? Tá, não vou falar nada, as vezes faço isso.

Fiquei observando minha mãe arrumar algo no notebook. Depois de umas tecladas, o rosto da minha tia apareceu. Essas duas conversão dia e noite por chamada de vídeo, pois é, tenho que dividir minha mãe ( Dramática eu? Que nada). Minha tia Clara vai casar,  ela está bem eufórica, liga todos os dias. Minha mãe esta ajudando ela com a decoração, a senhora Cátia é uma ótima decoradora, então todos querem ela decorando as festas.

Vi que as duas tinha muito assunto, então decidi ir me trocar.

--- mãe, vou trocar de roupa - avisei levantando do sofá.

--- ok filha, ah! Mas antes venha cumprimentar sua tia - ela me chama com as mãos. Assenti e fui rumo às duas, ou uma, ou dela e do computador, a sei lá, enfim eu fui.

--- oii! Tia - falei colocando a mão nas costas da minha mãe.

--- oiii! Tudo bem? - Clara fala toda animada.

--- tudo, e a senhora está boa? - sorri. Eu e minha tia sempre nos damos bem.

--- estou ótima! um pouco ansiosa, pelo fato de estar noiva e meu casamento estar - a mesma sorri nervosa. Entendo, é como... sei lá, não sei o que usar de exemplo. O fato é, nunca me casei para saber a sensação, talvez seria como a sensação de um aniversário de 15 anos? Também não sei, não fiz o meu. Não fiz por que não tive vontade nem uma de vestir um vestido pesado, ou até mesmo dançar valsa com o meu pai, afinal ele nem ia mesmo. Não vejo meu pai desde que ele foi embora, bom, eu tinha cinco anos, na época, hoje tenho dezessete anos. Pois é,  tive um pai ausente, contudo não senti tanto, pois a mulher mais guerreira estava comigo, minha mãe.

Unidos, infelizmente pelo futebolOnde histórias criam vida. Descubra agora