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Dylan narrando.

Acordo exausto, minha cabeça está  latejando. Abro os olhos, me deparando com o meu pai. O que ele está fazendo aqui? 

Já imagino a resposta, sentei na cama. O mesmo tem um semblante triste, seus olhos estão distantes. O medo e receio de contar para a filha que as expectativas dela não se tornaram realidade, partem seu coração. 

Abracei meu pai. Ele me segura forte entre os braços. Levantamos da cama e seguimos até a sala, onde se encontra Alice, em seu pijama de borboletas, um rabo de cavalo segura seus fios um pouco desgranhados.

Minha mãe está parada ao lado de sua cadeira. O rosto da mesma tem um misto de medo, receio e ansiedade.
Chegando ao chão,  paramos em frente as duas.

--- Alice - minha mãe diz em um sussurro.

--- oi!? -indaga cunfusa.

--- eu e seu pai temos algo importante para dizer - continua.

--- podem falar-  Alice diz calma.

--- filha - agora meu pai começa -  Queremos falar sobre a sua fisioterapia - minha irmã nos encara com atenção.

--- ela não está dando certo né? - pergunta. Meus pais e eu abrimos a boca surpresos. Ela sabia?

--- você... sabia? - pergunto.

--- imaginava, era para termos voltado lá ontem. - diz calmamente.

--- você está bem filha? - minha mãe abaixa perto da cadeira.

--- estou - Alice começa a girar as rodas - só preciso de um tempo - sai.

--- Alice! - vou atrás dela.

Meus pais ficaram na sala.

--- Alice espera!

--- Dylan eu quero ficar sozinha

--- eu não vou deixar você sozinha.

--- Dylan....

--- vem comigo, por favor - digo.

--- tá.

Fomos até o carro. Coloquei a mesma no banco do passageiro. Dei partida.

Dirigi até um parque. Alice ama vir aqui, nós vínhamos todo final de semana. Paramos depois do acidente, meus pais acharam melhor assim. Não entendo, o melhor seria trazer ela aqui para se divertir um pouco, do que ficar pensando só no seu estado.

Desci, depois desci Alice. Fomos até o lago que tinha mais a frente. As águas cristalinas em um tom azul escuro,  brinca com as luzes do sol, que começam a bater nelas.

Ficamos ali em silêncio, olhando a bela vista. Decido quebrar o mesmo.

--- Alice você está realmente bem? - a encaro.

--- não, queria muito voltar a andar, não ter que depender de ninguém ou de uma cadeira. - diz sem me olhar.

--- eu imagino - encaro meus dedos - Alice, não deixa a sua esperança morrer ok? - abaixo ficando assim cara a cara.

--- eu realmente to tentando, mas parece que as minhas expectativas são em vão, já está claro a resposta final.

--- sei que agora parece que não tem jeito. Contudo eu não creio que essa seja a resposta final, ainda à esperança. E como se diz ela é a última que morre. - a mesma baixa o olhar - escuta, eu vou estar sempre com você ok? Não ligue para o que as pessoas dizem. Se for preciso eu te carrego nas costas, não tem problema. Só não desista, e lembre-se que sempre vai ter a mim, o papai, a mamãe, nós te amamos! - levanto o seu queixo com o dedo.

Unidos, infelizmente pelo futebolOnde histórias criam vida. Descubra agora