CAP 17

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Estaciono o meu carro na minha vaga, e ao invés de subir direto eu passo na portaria e aviso que se uma mulher chegar me procurando deve ser liberado. O porteiro me responde em tom profissional, entro no elevador, sorrindo e com o gosto dela na minha boca, sentido o cheiro de sua excitação. É eu sei que ela virá, coloco um vinho para gelar, verifico tudo e dessa vez não será com tanta pressa.

A campainha toca.

Foi mais rápido do que eu poderia imaginar, Sorrio e abro a minha camisa deixando-me livre. Caminho até a porta  e abro sem olhar.

—Eu sabia... –minha fala morre ao ver Kim do outro lado —O que faz aqui Kim? – ela sorri

—Uau Jay, estava me esperando? —ignora a minha pergunta jogando outra por cima. —Se eu soubesse teria vindo antes.

—O que faz aqui Kim?

—Oras, seu porteiro me deixou subir -dá de ombros, passo as mãos no rosto impaciente. Ela passa por mim sem ser convidada a entrar. —O que tem pra beber?

—Não teste a minha paciência Kim.

—Jay – Seu olhar muda —Eu preciso de ajuda, estou tendo uma recaída —fala com a voz vacilante.

Que merda!

—A Kim o que você andou fazendo? —ela treme a parte inferior dos lábios, como se fosse chorar —merda, vou pegar uma água para você —aviso indo até a cozinha.

Me esqueci até que Samantha com certeza virá, mas não posso virar as costas para a Kim, assim como fizeram comigo e o pior é que foi a minha própria família. Não posso fazer isso com ela, eu sei o que é estar na merda do fundo do poço e mesmo assim ainda querer ir mais. Por isso quero uma vida longe disso. Uma vida normal, saber o que é ter uma família, bem diferente do que é a minha. Pego o copo com água e volto pensando em como resolver isso e ainda ter tempo para Sam. Vejo que é tarde demais ao me deparar com ela frente a frente com Kim.

—Sam —Seus olhos perdidos me encaram com mágoa, e tudo o que eu não posso decifrar —Samantha – chamo quando ela corre para o elevador. Corro até ela mas já é tarde. Eu só queria desfazer o mal entendido.

Merda!

Olho o elevador, cogito ir de escada.

—Ela é “a Samantha?” —a voz de Kim me desperta

—Sim!

—Desculpa Jay, não era a minha intenção, eu vou embora.

—Não Kim, pode ficar, eu vou atrás dela, quando me resolver com ela, a gente resolve o seu caso.

—Jay, não sei o que dizer, não poderia contar com mais ninguém.

—Eu sei – e eu realmente sabia.
Desço direto para a garagem, pego o meu carro indo em direção ao prédio dela, rezando para que ela já esteja lá, e que me receba.

Soco o volante com força.

—Inferno – Brado com raiva, e medo de que ela não queira me ouvir, de não me deixar explicar, mas eu vou nem que para isso uma parte do meu passado.. Que eu odeio venha a tona.
Que seja o que Deus quiser.

Desejo Carnal - concluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora