cinquenta e cinco

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Eu não queria gostar dela, eu juro que não queria. Ela me sequestrou, me estuprou e tentou me matar, e isso já é mais do que suficiente para eu a odiar! Mas eu não consigo. Que merda de coração.
Continuo deitado ali, quieto, ainda abraçando o travesseiro, por um bom tempo. Não sei exatamente o quanto, mas foi até Gus entrar no quarto e suspirar assim que me vê.
Gustavo: O que houve com vocês dois?
Felipe: Ela é muito cruel... — Ele vem até mim e se senta na ponta da cama, me olhando.
Gustavo: É o jeito dela. Ela te machucou? — Eu assinto.
Felipe: Machucou...
Gustavo: Onde?
Felipe: Aqui... — Aponto para o meu coração e Gus me encara, surpreso.
Gustavo: Felipe...
Felipe: Eu gosto dela, Gus — Ele suspira outra vez.
Gustavo: Isso não poderia ter acontecido.
Felipe: Por que não?
Gustavo: Porque Bruna também gosta de você.
Felipe: Gosta? — Ele assente e uma pitada de esperança surge dentro de mim.
Gustavo: Sim, mas isso não é nada bom.
Felipe: Por que não?
Gustavo: A Bruna é diferente, Lipe. O jeito dela de amar é diferente, e eu te garanto que não é um diferente bom. Não para você.
Felipe: Não?
Gustavo: Ela é possessiva, Lipe, muito possessiva. É tecnicamente impossível mudar isso nela. Eu, Yuri e Bento já me acostumamos, tomamos muito cuidado com o que fazemos e sabemos lidar bem com isso. Mas você, não — Eu desvio o olhar e suspiro.
Gustavo: E, até você aprender o que deve ou não fazer, até aprender a lidar com a possessividade de Bruna, muita coisa pode acontecer.
Felipe: Até mesmo ela me matar... — Falo baixo e Gus assente.
Gustavo: Até mesmo ela te matar. •

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